Manuel Pedro de Alcântara

Manuel Pedro de Alcântara (São Gabriel, 15 de março de 1871Rio de Janeiro, 7 de março de 1965) foi um militar brasileiro.

Filho de Augusto Pedro de Alcântara e Raphaela Maia de Alcântara. Nasceu em São Gabriel, Rio Grande do Sul.

Era o mais novo dos 4 irmãos. Augusto era o irmão mais velho e médico como o pai, Gabriel o irmão do meio e Rafael, irmão gêmeo que faleceu muito cedo.

Foi o único filho que seguiu a carreira militar. Em 1889 saiu de São Gabriel com 18 anos de idade e se apresentou como recruta (assentar praça), depois seguiu formação em Porto Alegre - RS. Serviu no Ceará e se qualificou. Inscreveu-se em artilharia. Logo depois, foi designado para servir em Curitiba - PR, local onde conheceu a esposa Maria Mercedes Abreu de Alcântara (Curitiba, 1886Rio de Janeiro, 21 de julho de 1970).

A esposa era filha de Manoel Martins de Abreu e Escolástica Gonçalves de Abreu. O pai da esposa era um imigrante português que dedicou a vida toda ao Brasil e foi naturalizado brasileiro. Na época era bastante conhecido em Curitiba, pois era um grande comerciante de tecidos. Casou-se com uma curitibana, Escolástica Gonçalves de Abreu, com a qual teve 4 filhos. Após a morte da sua esposa, casou-se novamente e teve mais 13 filhos.

Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ainda sem que as obras de melhorias fossem concluídas no Forte Duque de Caxias, o conhecido Forte do Leme foi guarnecido pela 11ª Bateria do 4º Grupo de Artilharia de Costa (GACos), sob o comando do Capitão Manuel Pedro de Alcântara. O efetivo, de três oficiais e trinta e dois praças, foi provisoriamente alojado em barracões de madeira.[1]

Episódio curioso foi quando, em plena guerra mundial, no Forte do Leme ou Forte do Vigia - RJ, no posto de Capitão, avistaram movimentos sob as águas do oceano atlântico, pensaram tratar-se de submarinos alemães, deu ordem de fogo. Mas não, eram baleias. Respondeu a inquérito militar, sendo absolvido.

Em 14 de outubro de 1932 enviou uma carta pública a Getúlio Vargas, analisando a trajetória da Revolução de 1930, a qual apontou soluções para os problemas políticos e sociais do Brasil e solicitou a própria reintegração ao Exército, no posto correspondente por lei, enviou ainda em anexo, a relação dos trabalhos técnicos de sua autoria.[2]

Atingiu o mais alto posto da hierarquia militar, General de Divisão, Intendente de Guerra, passando para a reserva de primeira classe como Marechal, após 45 anos, 5 meses e 6 dias de dedicação ao Exército Brasileiro.

Em 1967 com a reforma estrutural do Exército foi extinta a patente de marechal, era a patente máxima no Exército Brasileiro, com cinco estrelas em formato de "X". Com a reforma ficou definido que somente haveria a promoção de General-de-Exército ao posto de marechal em caso de guerra.[3]

Em 7 de março de 1965 (ano do IV Centenário da Cidade) na Rua das Laranjeiras, 91, apartamento 302 no Rio de Janeiro, dois anos antes da extinção da patente, faleceu o Marechal, deixando três filhos maiores (Margot, Antonieta e Mário) e esposa que veio a falecer depois em 27 de julho de 1970.

Antonieta e Mário já faleceram, Margot é a única filha viva atualmente e tem dois filhos: Arnaldo e Humberto.

Dedicatória editar

Em 7 de agosto de 2013, Humberto de Alcântara fez uma poesia em homenagem ao seu avô que era chamado carinhosamente pelos familiares de Maneco.

Vovô Maneco

No recesso do gabinete

a marca do seu sinete,

de general de divisão,

da sua espada guardião.

Ao pé do retrato, o recado:

"Quando fores advogado,

médico ou engenheiro,

não cultues o dinheiro.

Preserva a minha imagem,

honra a minha linhagem

de gaúcho guapo e velho

que não teme da vida o relho.

Não se amofine com a iniquidade,

o bem sempre vence a maldade.

Pratique-o incondicionalmente,

deixe em cada canto sua semente."

Vô, eu cumpri o seu desejo

e aproveito o ensejo

para dizer que em breve,

com a alma pura e leve ...

... nos veremos de novo

longe dos olhos do povo,

para a longa caminhada

que nos está reservada.


Este artigo foi escrito por Patricia Joyce Pinheiro em 28 de maio de 2020.

Referências

  1. Julio, Postado por. «Forte Duque de Caxias (Forte do Leme)». Consultado em 28 de maio de 2020 
  2. De Alcântara, Manuel (28 de maio de 2020). «Correspondência». Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 28 de maio de 2020 
  3. www.senado.gov.br http://www.senado.gov.br/noticias/agencia/quadros/qd_039.html. Consultado em 28 de maio de 2020  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
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