Manuel de Oliveira Paiva
Manuel de Oliveira Paiva[1] (Fortaleza, 2 de julho de 1861 – Fortaleza, 29 de setembro de 1892) foi um escritor cearense. Colaborou no periódico A Quinzena[2], publicação da agremiação cearense Clube Literário, do qual participavam João Lopes, Virgílio Brígido, Justiniano de Serpa, entre outros[3][4]. Também publicou no jornal carioca A Cruzada e O Libertador, órgão da Sociedade Libertadora Cearense, período em que pública dois poemetos (Zabelinha ou a Tacha Maldita[5] e 25 de Março[6]) e um romance (A Afilhada[7]). Sua obra de maior renome, Dona Guidinha do Poço, foi publicada postumamente, em 1952, por inciativa da pesquisadora e crítica literária Lucia Miguel Pereira.[8]
Manuel de Oliveira Paiva | |
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Cerca de 1878 | |
Nascimento | 12 de julho de 1861 Fortaleza |
Morte | 29 de setembro de 1892 (31 anos) Fortaleza |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Escritor, Militar, Jornalista |
Principais trabalhos | Dona Guidinha do Poço |
Religião | Catolicismo |
Biografia
editarEra filho do mestre João Francisco de Oliveira, português, dos Açores, e de Dona Maria Isabel de Castro Paiva. Cursou o seminário do Crato, mas trocou a vida eclesiástica pela militar, indo estudar na Escola Militar do Rio de Janeiro, retornando à terra natal em 1883, devido a problemas pulmonares.
Teve participação ativa na campanha abolicionista, colaborando no jornal Libertador. Destacou-se, também, como membro do Clube Literário.
Sua única obra publicada em vida foi A Afilhada, novela que saiu em folhetins no Libertador em 1889. Neste jornal e em A Quinzena saíram alguns de seus poemas abolicionistas e seus contos realistas. Em livro, porém, seus escritos só seriam publicados postumamente, algumas dezenas de anos depois da sua morte.[9]
Sua obra-prima, Dona Guidinha do Poço, escrita em 1892, é um dos maiores romances do Naturalismo brasileiro e possui uma história interessante: seus originais foram entregues pelo próprio autor ao amigo Antônio Sales, que entregou uma cópia a Lopes Filho, que a perde, e outra a José Veríssimo, que iniciou a publicação, interrompida com a falência da sua Revista Brasileira; no fim dos anos 40, porém, Lúcia Miguel-Pereira encontra uma cópia com Américo Facó, depois de intensa pesquisa. Ela publicou, finalmente, Dona Guidinha do Poço em 1952.[10]
A Afilhada ganhou edição em livro em 1961, e seus contos foram publicados pela Academia Cearense de Letras em 1976.
Obras
editar- Dona Guidinha do Poço (1952)
- A Afilhada (1961)
- Contos (1976)
Escrito já no final de seus 31 anos de existência, a publicação de Dona Guidinha do Poço, romance antecipador da ficção regionalista de 30, reinscreveu o autor na história da literatura brasileira meio século depois de sua morte. Na série Revisões da Graphia Editorial, com introdução, seleção e notas de Rolando Morel Pinto, professor da Universidade de São Paulo, foi editada a Obra Completa de Oliveira Paiva, que reúne aos romance citados contos e poemas.
Ver também
editarLigações externas
editarReferências
editar- ↑ Manoel de Oliveira Paiva na grafia da época.
- ↑ «A Quinzena: Propriedade do Club Litterario (Ed. fac-similar)». Academia Cearense de Letras. 31 de agosto de 2022. 1984
- ↑ AZEVEDO, Sânzio de (1976). Literatura Cearense. Fortaleza: Academia Cearense de Letras
- ↑ PAIVA, Manuel de Oliveira (1976). Contos. Fortaleza: Academia Cearense de Letras
- ↑ PAIVA, Manuel de Oliveira. «Zabelinha ou a Tacha Maldita». Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos (NUPILL-UFSC)
- ↑ PAIVA, Manuel de Oliveira. «Vinte e cinco de março». Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos (NUPILL-UFSC)
- ↑ PAIVA, Manuel de Oliveira (1961). A Afilhada 1ª ed. São Paulo: Editora Anhambi
- ↑ PAIVA, Manuel de Oliveira (1952). Dona Guidinha do Poço 1ª ed. São Paulo: Editora Saraiva
- ↑ "Manoel de Oliveira Paiva", prefácio de Lúcia Miguel Pereira à primeira edição de Dona Guidinha do Poço, Edição Saraiva, São Paulo, 1952; Antônio Sales, "Traços Biográficos", em Oliveira Paiva, publicação em homenagem à morte do autor, acessível na Hemeroteca Digital.
- ↑ Prefácio de Lúcia Miguel Pereira à primeira edição do livro.