Maria Adelaide Fernandes Prata
Maria Adelaide Fernandes Prata (Porto, 8 de julho de 1822 - Lisboa, 21 de março de 1881) foi uma poeta e escritora portuguesa.
Maria Adelaide Fernandes Prata | |
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Nascimento | 8 de julho de 1822 Porto |
Morte | 22 de março de 1881 (58 anos) Lisboa |
Sepultamento | Cemitério dos Prazeres |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | escritora, poetisa |
Biografia editar
Nasceu no Porto, filha de Maria Tomásia de Queirós e de Henrique José Fernandes, que residiam na rua da Picaria.[1]
Em 23 de janeiro de 1847 casou com António Prata, ourives, e vivem na rua Duquesa de Bragança. A 16 de julho de 1848 teve um filho, Alberto, enfermo desde pequeno, e de quem vai cuidar até à sua morte aos dez anos, a 8 de abril de 1867.[1]
Colaborou com vários periódicos nos quais publicou poesia e prosa, e defendeu a produção literária feminina e mostrou que estava atenta à religiosidade, e ao papel da mulher na sociedade portuguesa.[2] A sua produção literária foi objecto de crítica por parte de outros autores, como Camilo Castelo Branco, e Alberto Pimentel, tendo no entanto o apoio de Sousa Viterbo e Pinheiro Chagas.[1][3]
Traduziu Fingal em 1867 - a primeira tradução completa do poema em Portugal - o que contribuiu significativamente para a difusão dos textos Ossiânicos no país.[1][4]
Depois da morte do marido, que acontece próxima da do filho, Maria Adelaide mudou-se para Lisboa, onde morreu a 22 de março de 1881, esquecida pela imprensa.[1] Está sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[5]
Obra editar
- Poesias offerecidas às senhoras Portuenses (Porto, 1859)
- O filho de Deus (Porto, 1863)
Tradução editar
- Fingal, poema em seis cantos de Ossian (Porto, 1867)
Colaborações com periódicos editar
- O bardo na solidão (1865)
- Soneto (1865)
- Ressentimento... dedicado a Maria Peregrina de Souza (1865)
- Resposta às observações do Snr. Alberto Pimentel (1865)
- Reconhecimento (1865)
- Sexta-feira Santa (1865)
- Carta (1865)
- Saudade (1865)
- Mulher perdida (1865)
- A harpa triste que eu vibro (1865)
- Duas palavras dedicado a (1865)
- Uma cativa (1865)
- Adão antes de Deus formar Eva (1865)
- Quem é o poeta (1865)
- A mãe que abandona o filho recém-nascido (1865)
- À religião (1865)
- Amo (1865)
- O regresso de um soldado à pátria (1865)
- No dia da chegada da família Real ao Porto (1865)
- Súplica duma virgem (1865)
- Desafogo (1865)
- A uma amiga (1865)
- Vozes do coração (1865)
- Amor dum negro (1866)
- O caçador (1866)
- Ormia (1866)
- A uma estrela (1866)
- Correspondência - cartas a Francisca Wood acerca do processo educacional das mulheres, e a valorização da leitura de obras de autoria feminina.[7] (1868)
- À amiga Maria Joana d'Almeida (1872)
- Imaginar-te (1873)
- Devaneios duma aldeã (1875)
- Ao homem (1876)
- Quem és tu? (1877)
- Amor dum negro (1878)
- Lamentos (1880)
- Em Sexta-Feira Santa (1881)
- Aos cedros seculares (1882), publicado postumamente.
Novo Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro
- Antes do combate (1878)
- Amor vingado (1882)
- O escravo (1883)
- Ao avarento (1887)
A Mulher
- Lamentos (1881)
Referências
- ↑ a b c d e Cruz, Eduardo da; Lopes, Lorena Ribeiro da Silva (29 de junho de 2023). «Maria Adelaide Fernandes Prata (1822-1881): questões de gênero na poesia de autoria feminina no romantismo português». Convergência Lusíada (49): 101–141. ISSN 2316-6134. doi:10.37508/rcl.2023.n49a520. Consultado em 9 de março de 2024
- ↑ Costa, Isadora de Mélo (2021). Sincronias impressas entre o Rio de Janeiro e Porto: Um estudo comparado sobre as representações das mulheres no Jornal das Senhoras (Rio de Janeiro; 1852-1855) e a A Esperança (Porto; 1865-1866). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
- ↑ Vilela, Ana Luísa; Silva, Fabio Mario da; Dal Farra, Maria Lúcia (2017). O Feminino e o Moderno. [S.l.]: CLEPUL/ Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
- ↑ Bär, Gerald (novembro de 2013). «'Ossian fürs Frauenzimmer'? Lengefeld, Günderrode, and the Portuguese Translations of 'Alcipe' and Adelaide Prata». Translation and Literature (em inglês) (3): 343–360. ISSN 0968-1361. doi:10.3366/tal.2013.0127. Consultado em 9 de março de 2024
- ↑ Buescu, Maria Gabriela (2005). A poesia ossiânica em Portugal : estudo da sua recepção translatológica. [S.l.]: Universidade Aberta
- ↑ Costa, Isadora de Mélo (2021). Sincronias impressas entre o Rio de Janeiro e Porto: Um estudo comparado sobre as representações das mulheres no Jornal das Senhoras (Rio de Janeiro; 1852-1855) e a A Esperança (Porto; 1865-1866). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
- ↑ Coelho, Sónia; Fontes, Susana (6 de dezembro de 2021). «Vozes femininas a favor da instrução das mulheres nos jornais oitocentistas: A Assembleia Literária e A Voz Feminina». Revista de História da Sociedade e da Cultura: 241–262. ISSN 2183-8615. doi:10.14195/1645-2259_21_10. Consultado em 9 de março de 2024