Maria Eduarda é uma personagem do romance Os Maias, de Eça de Queiroz.[1]

Maria Eduarda da Maia
Personagem de Os Maias

Maria Eduarda, interpretada por Lourdes Norberto na peça Os Maias (Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, Teatro Nacional D. Maria II, 1962)
Informações gerais
Criado por Eça de Queirós
Informações pessoais
Pseudônimos Madame Castro Gomes
Madame MacGren
Maria Calzaski
Maria Eduarda Monforte
Características físicas
Sexo Feminino
Aparições
Romance(s) Os Maias

É uma mulher que viveu ao lado de um obscuro brasileiro. Ao voltar para Lisboa conhece Carlos da Maia e torna-se sua amante, mantendo com este, mesmo de forma inconsciente, uma relação incestuosa, uma vez que os dois eram irmãos.[1]

Maria Eduarda, fisicamente era uma bela mulher: alta, cabelos castanhos ondeando ligeiramente sobre a testa bem feita, sensual e delicada, "com um passo soberano de deusa", é "flor de uma civilização superior, faz relevo nesta multidão de mulheres miudinhas e morenas", era bastante simples na maneira de vestir, "divinamente bela, quase sempre de escuro, com um curto decote onde resplandecia o incomparável esplendor do seu colo"; psicologicamente, podemos verificar que Maria Eduarda nunca é criticada, é uma personagem delineada em poucos traços, o seu passado é quase desconhecido o que contribui para o aumento e encanto que a envolve. A sua caracterização é feita através do contraste entre si e as outras personagens femininas, e ao mesmo tempo, chega-nos através do ponto de vista de Carlos da Maia, para quem tudo o que viesse de Maria Eduarda era perfeito, "Maria Eduarda! Era a primeira vez em que Carlos ouvia o nome dela; pareceu-lhe perfeito, condizendo bem com a sua beleza serena."

Maria Eduarda é sempre apresentada ao leitor como uma "deusa transviada", como um ser superior que se destaca no meio das mulheres lisboetas. Maria Eduarda encarna a heroína romântica, perseguida pela vida e pelo destino, mas que acaba por encontrar, ainda que momentaneamente, a razão da sua vida, na paixão e no amor. Ela é também vítima do seu passado, das circunstâncias em que cresceu e viveu (bem ao jeito naturalista), mas o facto de ser a própria personagem a narrar o seu percurso omitindo, logicamente, aquilo que não sabe, e referindo o seu passado após o leitor já ter conhecimento do seu presente, afasta Maria Eduarda de alguns dos preceitos estruturais do Naturalismo.

Referências

  1. a b «Os Maias - Resumo». Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas. Consultado em 18 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 15 de Agosto de 2013