Maria de Lourdes Martins Norberto, mais conhecida como Lourdes Norberto[1] GOM (Lisboa, 28 de janeiro de 1935), é uma atriz portuguesa.

Lourdes Norberto
Nome completo Maria de Lourdes Martins Norberto
Nascimento 28 de janeiro de 1935 (89 anos)
Lisboa, Portugal Portugal
Nacionalidade Portugal Portugal
Ocupação Atriz
Cônjuge Luís Correia da Costa e Vasconcelos da Silveira Charters (1 filha)

Pedro Felner da Costa (1 filho)
Fernando Lima

Outros prémios
Medalha de Mérito Cultural (2006)

Biografia editar

Filha de Luís Norberto e de sua mulher, Maria da Piedade Martins Norberto.

Lurdes Norberto iniciou-se precocemente no teatro — com apenas seis anos leu poemas na Rádio Renascença e, aos nove, representou o seu primeiro papel, como Rosider, numa adaptação para teatro de Os Maias, de Eça de Queirós, pela prestigiada Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, então instalada no Teatro Nacional.

Na mesma companhia interpretaria peças de autores como Ramada Curto, Schiller, Arthur Miller e Alfredo Cortês.

Participa nos filmes Ribatejo de Henrique Campos (1949), e Chaimite de Jorge Brum do Canto (1953).

Em 1959 participa na peça "Patate", ao lado de João Villaret no Teatro Avenida[2]. Estreia-se no teatro de revista em 1962, no espetáculo "Lisboa à Noite" (1962) no Teatro Avenida[3].

Surge numa nova adaptação de Os Maias, agora no papel de Maria Eduarda, que lhe valeu o Prémio de Melhor Atriz da Crítica, em 1963 —, Shakespeare, Tennessee Williams, Edward Albee, Miguel Franco, entre outros.

Aparece associada aos primeiros tempos do Teatro Experimental de Cascais, com o então jovem encenador Carlos Avilez, em O Tempo e a Ira, de Osborne, em 1968. Depois teria assinalável desempenho, no Teatro da Trindade, onde protagonizou, ao lado de Elvira Velez, a peça Sabina Freire, de Teixeira Gomes, obtendo um novo Prémio de Melhor Atriz, atribuído pela Crítica.

Apresenta o Grande Prémio Tv Da Canção no ano de 1969.

Ainda em 1969, e no Trindade, co-protagonizou com Eunice Muñoz e Glicínia Quartin, a peça As Criadas, de Jean Genet, onde as três conquistaram ex-aequo um prémio da Crítica.

No mesmo ano representa no Teatro Villaret, com Rogério Paulo, a peça Depois da Queda, de Arthur Miller - Prémio da Crítica em 1969. Já no Teatro Maria Matos participa nas peças Tombo no Inferno de Aquilino Ribeiro, A relíquia de Eça de Queiroz, de novo com Elvira Velez, em 1970, e Bertolt Brecht).

Actriz em numerosas peças teatrais para a televisão, entre os anos 50 e 70, sob a direcção de Artur Ramos, Jorge Listopad ou Varela Silva.

Em 1978 ingressa no elenco fixo do Teatro Nacional, participando em peças de Valle Inclán, Marivaux, Bernardo Santareno, Miguel Rovisco ou Agustina Bessa-Luís em As Fúrias, encenador por La Féria. Com o mesmo encenador participa no musical Passa Por Mim no Rossio (1992), vencendo o Prémio de Melhor Actriz da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.

Participa em variadas séries da RTP como 1980 - Retalhos da Vida de Um Médico e 1981 - Tragédia da Rua das Flores.

Aparece nos filmes Aqui d'El Rei! de António-Pedro Vasconcelos (1992) e Adeus Pai de Luís Filipe Rocha (1996). Na televisão participa em: 1998 - Ballet Rose de Leonel Vieira; 2000 - Capitão Roby) e novelas (1996 - Vidas de Sal; 1997 - A Grande Aposta; 1999 - A Lenda da Garça; 2001 - Filha do Mar; 2002 - Jóia de Ábrica; 2004 - Morangos com Açúcar; 2005 - Dei-te Quase Tudo; 2007 - Doce Fugitiva; entre outras).

No teatro entra em A Mais Velha Profissão, de Paula Voguel, encenado por Fernanda Lapa no Teatro Nacional D. Maria II (Globo de Ouro 2005 para Melhor Produção) e A Rainha do Ferro Velho, de Garçon Kanin, encenado por Filipe La Féria, no Teatro Politeama (2004), são algumas participações nos palcos.

A Câmara Municipal de Oeiras homenageou-a com a Medalha de Ouro da Autarquia e atribuindo o seu nome ao Auditório Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha. Foi também agraciada por Sua Excelência o Presidente da República, Jorge Sampaio como Grande-Oficial da Ordem do Mérito a 9 de Junho de 2000.[4]

Em 2006 recebeu a Medalha de Mérito Cultural[5] do Ministério da Cultura.

Casamentos e descendência editar

Casou pela primeira vez em Lisboa, a 16 de Junho de 1955, com Guilherme Luís Correia da Costa e Vasconcelos da Silveira Charters (13 de Agosto de 1928 - 5 de Julho de 2009), irmão do 4.º Visconde de São Sebastião e filho de Guilherme José da Silveira e Couto Charters de Azevedo (9 de Dezembro de 1895 - 6 de Dezembro de 1955) e de sua mulher (2 de Setembro de 1922) Luísa Manuela Correia da Costa e Vasconcelos. Do seu primeiro marido tem uma filha, Ana Maria Norberto da Silveira Charters (Lisboa, 18 de Março de 1956), da qual teve um primeiro neto, Pedro Charters Felner da Costa[fonte confiável?], em 1972, e um segundo neto, Dylan Scott Charters, em 1989.

Divorciou-se casando com Pedro Felner da Costa do qual teve um filho João Pedro Norberto Felner da Costa, do qual tem três netos, Sara Felner da Costa, Mariana Felner da Costa e James Felner da Costa. Viveu com Pedro Felner da Costa, dono do Hotel Mundial e Antiquário até 1981. Divorciou-se e em 1985 casou com o bailarino e coreógrafo Fernando Lima (Fausto Fernando Baptista Lima), falecido de ataque cardíaco em 2005, com 77 anos.

Televisão editar

Teatro editar

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Ano Peça Teatro Notas
1945 Os Maias Teatro Nacional D. Maria II Estreia-se pela mão de Amélia Rey Colaço
1948 A Casa de Bernarda Alba Encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro
1952 A Voz da Cidade
Sonho de Uma Noite de Verão Encenação de Erwin Meyerburg
Casamento e Mortalha Encenação de Palmira Bastos
1953
Meia Noite Encenação de Pedro Lemos
O Entremez da Muda Casada
Casaco de Fogo
A História da Carochinha Encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro
1954 Auto de Mofina Mendes Encenação de Pedro Lemos
O Filho Pródigo Encenação de Robles Monteiro
A Hora da Fantasia Encenação de Amélia Rey Colaço
Breve Sumário da História de Deus Encenação de Pedro Lemos
São João Subiu ao Trono
1955 Auto da Barca do Inferno Encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro
Tá Mar
A Muralha Encenação de Amélia Rey Colaço
1956 Clara Bonita Encenação de Pedro Lemos
A Volta Encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro
Auto de Mofina Mendes
1957 Amor à Antiga Encenação de Francisco Ribeiro
A Castro Encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro
A Ferida Luminosa
As Bruxas de Salém
1958 Uma Mulher Extraordinária Encenação de Pedro Lemos
1968/1969 Sabina Freire Encenação de Francisco Ribeiro

Precedido por
Maria Fernanda e Henrique Mendes
Apresentadores do Festival RTP da Canção
1969
Sucedido por
Maria Fernanda e Carlos Cruz

Referências

  1. «Certidão de lista de associadas da Audiogest» (PDF). IGAC/Ministério da Cultura. 25 de julho de 2007. Consultado em 12 de Janeiro de 2014. Arquivado do original (pdf) em 24 de dezembro de 2013 
  2. http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06536.074.16428#!4
  3. http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06546.084.17975#!4
  4. http://www.ordens.presidencia.pt/
  5. «Lista de Medalhas de Mérito Cultural (Ministério da cultura)» (PDF). Portaldacultura.gov.pt. Arquivado do original (PDF) em 19 de janeiro de 2010 

Ligações externas editar