Maria Sandra Cordeiro de Mello

diplomata brasileira

Maria Sandra Cordeiro de Mello (Campo Grande, 6 de maio de 1932 - 1975) foi uma diplomata brasileira. Foi a segunda mulher a cursar o Instituto Rio Branco,[1][2] após a aposentadoria de Maria José de Castro Rebello Mendes. Foi aprovada no concurso de admissão à carreira diplomática de 1952 ao impetrar mandato de segurança que questionava a proibição da entrada de mulheres na carreira diplomática brasileira, instituída em 1938 (Decreto-lei 791, de 14 de outubro de 1938),[3] alegando, ao pleitear mandado de segurança para inscrever‑se, que a interdição de acesso ao CPCD era discriminatória e contrária, portanto, à Constituição.[3]

Maria Sandra Cordeiro de Mello
Maria Sandra de Macedo-Soares
Nascimento 6 de maio de 1932
Campo Grande, MS, Brasil
Morte 1975 (43 anos)
Bogotá
Progenitores Mãe: Anna Borges de Menezes
Pai: João Baptista Cordeiro de Mello
Cônjuge José Augusto de Macedo-Soares
Alma mater Instituto Rio Branco

Infância editar

Filha de Anna Borges de Menezes e João Baptista Cordeiro de Mello.[3]

Carreira diplomática editar

Aprovada em 12º lugar nas provas de admissão à carreira de diplomata de 1952, tendo tomado posse como terceira-secretária em 9 de dezembro de 1954, após o Curso de Preparação à Carreira Diplomática, no Instituto Rio Branco.

Em novembro de 1956, foi designada para duas funções simultâneas: secretária da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes (CNFE) e auxiliar do Gabinete do ministro das Relações Exteriores.

Em 24 de abril de 1957, foi removida para o Consulado-Geral em Roma, onde assumiu as funções de vice-cônsul.

Entre 1961 e 1962, já promovida a segunda-secretária, serviu provisoriamente na Embaixada do Brasil em Roma. No ano seguinte, ao retornar a Brasília, teve breve passagem pela Divisão da América Setentrional e foi lotada, em 1964, na Divisão da Organização dos Estados Americanos (DEA).

Em 1966, foi promovida a primeira-secretária. No ano seguinte, assumiu a chefia da Divisão de Comunicação. Em 1968, foi designada chefe da Divisão de Atos Internacionais (DAI). Em 1969, foi promovida a conselheira, após integrar a delegação brasileira à I Reunião Extraordinária e à III Reunião Ordinária de Chanceleres dos Países da Bacia do Prata, em Brasília.

Em 14 de setembro de 1970, casou-se com José Augusto de Macedo-Soares, então embaixador do Brasil na Turquia, e passou a assinar Maria Sandra de Macedo-Soares. Devido às disposições do Decreto-lei 69, promulgado em 21 de novembro de 1966, que criava o instituto da "agregação", que previa "“afastamento do exercício do cargo para acompanhar o cônjuge, funcionário da carreira de Diplomata, removido para posto no exterior”, a diplomata entrou em licença, com perda de remuneração e de contagem de tempo de serviço.

Ela aposentou-se, virou embaixatriz e, deprimida, suicidou-se em 1975, em Bogotá.[3][4]

Referências

  1. LEAL, Bruno (8 de março de 2019). «História das mulheres na diplomacia brasileira é tema de documentário disponível a partir de hoje na web». Café História: história feita com cliques. Consultado em 26 de abril de 2020 
  2. «Documentário revela trajetória das mulheres na diplomacia do Brasil». R7. 8 de março de 2019. Consultado em 26 de abril de 2020 
  3. a b c d FRIAÇA, Guilherme José Roeder (2018). Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2011) : uma análise de trajetórias, vitórias e desafio (PDF) (Tese). pp. 16, 18, 35, 50, 56, 57, 120, 155, 160, 184, 185, 186, 187, 188, 193, 194, 195. 388 páginas. Consultado em 26 de abril de 2020 
  4. TRINDADE, Eliane (13 de dezembro de 2010). «Diplomacia de batom». Época. Consultado em 26 de abril de 2020 
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