Mestre Laurene Ataíde

socióloga do Pará, guardiã do cordão de pássaros "Pássaro Colibri de Outeiro"

Mestre Laurene Ataíde é uma mestra de cultura popular, que coordena o Pássaro Colibri de Outeiro, um cordão de pássaros junino, da Vila de Icoaraci, na cidade de Belém (Pará), no Pará, Brasil. O cordão foi criado por sua mãe.[1][2]

Mestre Laurene Ataíde
Nascimento Belém
Cidadania Brasil
Etnia afro-brasileiros
Ocupação socióloga, produtora cultura

Vida pessoal e formação editar

Ela é divorciada e mora na Ilha do Outeiro. Ela tem um filho e uma filha, e uma neta e um neto.[3]

Laurene da Costa Ataide formou-se em Sociologia e fez especialização em Acessibilidade Cultural.[4][5]

Ela é produtora cultural e atua à frente de várias instituições ligadas à Cultura Popular dos Pássaros Juninos do Pará:[4]

  • Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro,
  • Associação Folclórica e Cultural Colibri de Outeiro,
  • Ponto de Cultura Ninho do Colibri,
  • Museu dos Pássaros e Bichos.

Cordão de pássaros editar

Laurene é filha de Teonila da Costa Ataíde, que fundou o cordão de pássaros "Beija-Flor de Icoaraci", em 18 de maio de 1971, na Vila de Icoaraci, da cidade de Belém, no Pará. O cordão foi criado para preservar a cultura paraense dos cordões de pássaros. É composto por brincantes de famílias carentes, por isso, todas as despesas são custeadas pelos guardiões e a confecção de novos cordões e das indumentárias e adereços é realizada em sistema de mutirão pelos membros do grupo e brincantes.[1][6]

Em 1998, Teonila faleceu. Então Laurene e seu irmão, Lourival da Costa Ataíde, assumiram o cordão (se tornaram seus Guardiões). No mesmo ano, o grupo passou a se chamar "Pássaro Colibri de Outeiro" e Laurene compôs um carimbó em homenagem à mãe.[1][2][3][5]

Teonilda, mãe de Laurene, era repentista e cordelista, e escreveu peças para o seu cordão de Pássaro. Após sua morte, o cordão continuou encenando suas peças com adaptações feitas por Laurene. E, em 2002, ela também concretizou os sonhos da mãe de publicar uma peça sua e de ter seu cordão se apresentando fora do Pará (em São Luís, no Maranhão).[3][5]

Em 2005, Laurene foi contemplada em um edital do Banco da Amazônia para realizar oficinas com comunidades e escolas do Outeiro para a criação de Cordão de Pássaros. Três grupos foram estruturados e estão em atividade desde então: Bigodinho de Brasília, Pipira da Água Boa e Bem-te-vi.[3][7]

Prêmio e reconhecimento editar

2006 - Título de "Mestra de Cultura Popular" por Auda Piani Tavares e Silvio Lima Figueiredo, no livro "Mestres da Cultura".[6]

2008 - Prêmio Edições IAP, pelo livro "Nas asas a liberdade" (Instituto de Artes do Pará).[3][6][7][8]

Referências

  1. a b c Pará, Mapa Cultural do (29 de outubro de 2020). «- Mapa da Cultura Brasileira». Mapa Cultural do Pará. Consultado em 2 de junho de 2023 
  2. a b UFRRJ, COTIC- (4 de setembro de 2018). «Quem para no Pará». Blog Humanidades. Consultado em 2 de junho de 2023 
  3. a b c d e Jorgete Maria Lago. Mestra Laurene Ataíde: protagonismo feminino na produção, difusão e ativismo cultural da manifestação do Cordão de Pássaro na ilha de Caratateua- Belém/PA. XXXI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa, 2021.
  4. a b «Entrar • Instagram». www.instagram.com. Consultado em 2 de junho de 2023 
  5. a b c Pará, Mapa Cultural do (16 de outubro de 2020). «Laurene da Costa Ataide / ASSOCIAÇÃO FOLCLÓRICA E CULTURAL COLIBRI DE OUTEIRO - Mapa da Cultura Brasileira». Mapa Cultural do Pará. Consultado em 3 de junho de 2023 
  6. a b c «COLIBRI». colibriouteiro.6te.net. Consultado em 2 de junho de 2023 
  7. a b Silva, Rosa Maria Mota da. O Cordão de pássaro corrupião: uma prática musical Bragantina. 2012. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Música, Escola de Música, Universidade Federal da Bahia, Belém, 2012.
  8. Florenzano, Franssinete (18 de junho de 2008). «Premiados pelo IAP -». Uruá-Tapera. Consultado em 3 de junho de 2023