Manoel Borges da Silva, popularmente conhecido como Mestre Nuca, Nuca de Tracunhaém ou Nuca dos Leões (Nazaré da Mata, 5 de agosto de 1937 - Recife, 27 de fevereiro de 2014) é um artesão ceramista pernambucano.

Biografia editar

Nascido no engenho Pedra Furada, Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte em Pernambuco, aos três anos de idade mudou-se para a cidade de Tracunhaém. Ainda criança, convive com ceramistas como Lídia, Antônia Leão, Maria Amélia, Nilson, entre outros e descobre-se um admirador do ofício.

Desde a década 1940 já fazia e vendia pequenas esculturas de cerâmica nas feiras, no entanto, foi a partir de 1968, quando esculpe o primeiro leão, que se reconhece artista, consagrando-se com o efeito visual da juba leonina. Nesta ocasião, se entrosa com ceramistas renomados como Zé do Carmo, Ana das Carrancas e Vitalino. A característica mais marcante dessas peças é a juba encaracolada, herança dos cabelos que o mestre detalhava nas bonecas, uma idéia de Maria Gomes da Silva, sua esposa. Por isso, Nuca costuma dizer que “O leão é meu. O cabelo é dela”.[1]

Há também os leões com jubas em listras e o escamado e até um leão de trança. Em 1976, participou de uma feira em São Paulo, o que ajudou a torná-lo conhecido nacionalmente. Em 1980, expôs seu trabalho em Lima, no Peru. Seus trabalhos podem ser vistos hoje em antiquários, coleções particulares, galerias de arte, museus e em espaços públicos, como as praças do 1º Jardim em Boa Viagem, no Recife, e nos jardins do “Sítio Burle Marx”, no Rio de Janeiro. Atualmente, está impossibilitado de trabalhar com o barro, mas seus filhos, Marco de Nuca e José Guilherme, mantém e preservam a herança de seu pai.[2]

Manoel Borges da Silva recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2005.

Referências

  1. Lúcia Gaspar, Fundação Joaquim Nabuco. «Nuca». Consultado em 19 de outubro de 2012 
  2. Amorim, Maria Alice. Patrimônios Vivos de Permambuco. Recife: FUNDARPE, 2010.

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