Mistaken Point é um sítio paleontológico de fósseis mole de espécies marinhas profundas, do período Ediacarano médio. Os fósseis do sítio são os exemplares de megafósseis moles mais antigos do mundo, descobertos até o momento. O sítio abrange 17 quilômetros de faixa costeira da Península de Avalon, na província de Terra Nova e Labrador, no Canadá. A maior parte da área do sítio está inserida na Reserva Ecológica Mistaken Point e 0,03% da área está inserida na Reserva das Terras da Coroa. O sítio foi declarado como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 2016.[1][2][3]

Mistaken Point 
Fóssil em Mistaken Point

Tipo Natural
Critérios viii
Referência 1497
Região Europa e América do Norte
País  Canadá
Coordenadas 46° 38' 6" N 53° 12' 40" O
Histórico de inscrição
Inscrição 2016

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

História

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Os fósseis foram descoberto por Shiva Balak Misra e seu assistente de campo Paul Thompson em 1967, enquanto mapeavam as rochas pré-cambrianas da costa entre Cape Race e Biscay Bay. Em 16 de novembro de 1968, Misra e seu professor Michael Anderson, publicaram um artigo de duas páginas, na revista Nature, sobre os fósseis descobertos. Após a publicação, a região passou a despertar interesse científico mundial, onde diversos geocientistas passaram a visitar o local, como Hans Hofmann, Trevor Ford e o paleontólogo russo Mikhail Fedonkin. E também, despertou o interesse de colecionadores de fósseis, que passaram a coletar os fósseis usando marretas e explosivos.[1]

Em 31 de julho de 1987, para preservar os fósseis da região, o Governo de Terra Nova e Labrador declarou como Reserva Ecológica Mistaken Point, uma faixa costeira de 8,5 quilômetros de extensão, proibindo a coleta dos fósseis. Os pesquisadores passaram a examinar os fósseis in situ e a fazer moldes de borracha ou gesso para continuação dos estudos em laboratórios.[1][2]

No ano de 1999, foram encontrados mais fósseis, fora da área delimitada da reserva. E, em 24 de janeiro de 2003, o governo incluiu uma extensão emergencial da reserva para proteger os novos fósseis encontrados. E no ano de 2009, a extensão foi inserida na reserva efetivamente.[1][2]

Descrição

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O sítio está localizado em uma faixa de falésias costeira de 17 quilômetros de extensão e a largura começando no nível da maré baixa padrão e indo até a borda do gramado, totalizando uma área de 146 hectares. A zona tampão possui aproximadamente 30 metros de largura, com uma área de 74 hectares. O limite da zona é fixo e pode sofrer reduções gradativamente da área, devido as erosões naturais. A maior parte do sítio é composta de rochas pré-cambrianas sobrepostas por camadas do período Pleistoceno tardio e de folhas granuladas, de até 4 metros de espessura, de pedregulho não consolidado de origem glacial. E há a presença, também, de rochas de cinzas vulcânicas e argilitos. Essas rochas variam de1 a 76 metros de altura acima do nível do mar e são intercaladas por 9 praias de cascalho.[1]

O sítio apresenta fósseis de biota Ediacara, em idade de 580 a 560 milhões de anos, que variam de poucos centímetros até 2 metros de comprimento. Esses seres viviam no fundo do mar lamacento e foram cobertos por camadas sucessivas de cinzas vulcânicas. Foram encontrados três grupos distintos de táxons, 14 gêneros e 17 espécies. Ver tabela abaixo.[1][3]

Táxon Gênero / Espécie Ref.
Rangeomorpha Avalofractus abaculus [1]
Beothukis mistakensis [1]
Bradgatia linfordensis [1]
Charnia masoni [1]
Culmofrons plumosa [1]
Fractofusus andersoni [1]
Fractofusus misrai [1]
Frondophyllas grandis [1]
Hapsidophyllas flexibilis [1]
Pectinifrons abyssalis [1]
Primocandelabrum hiemaloranum [1]
Trepassia (Charnia) wardae [1]
Vinlandia (Charnia) antecedens [1]
Arboreomorpha Charniodiscus (Arborea) arboreus [1]
Charniodiscus spinosus [1]
Charniodiscus procerus [1]
Phylum Porifera Thectardis avalonensis [1]

Turismo

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O sítio fóssil está aberto ao público, diariamente entre os meses de maio e outubro, com acesso pago, e somente com visitas guiadas e a pé. Para ver os fósseis in situ, o visitante percorre uma trilha de 6 quilômetros pelas rochas, de dificuldade moderada e em superfície irregular e molhada. No Centro Interpretativo Edge of Avalon há exposições e interpretações dos fósseis de Mistaken Point.[2][3]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w «Mistaken Point». UNESCO World Heritage Centre. Document Nomination file. (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2023 
  2. a b c d «Mistaken Point Ecological Reserve and UNESCO World Heritage Site». Governo da Terra Nova e Labrador (em inglês). Consultado em 9 de janeiro de 2023 
  3. a b c «Mistaken Point». World Heritage Outlook. Consultado em 21 de janeiro de 2023