Movimento Popular Castores da Guilherme

Castores da Guilherme é uma torcida barra brava brasileira do Bangu Atlético Clube criada em 2011, é a primeira e única barra brava do clube.

Castores da Guilherme no Estádio Proletário.

História editar

Castores da Guilherme é um nome que faz referência ao mascote do Bangu, o Castor, e à Praça Guilherme da Silveira, nome dado em homenagem a um dos presidentes do clube em cuja gestão o estádio do clube foi construído. A torcida nasce de uma derrota, o que é marca significativa para sua identidade coletiva, pois que pregam o apoio incondicional ao clube. O primeiro gesto de resistência, portanto, é em relação à derrota, o que é bastante significativo em se tratando do futebol, sobretudo, o espetacularizado. A Castores segue uma tendência comum no final dos anos de 1990 e que se refere ao surgimento de grupamentos que inspirados nos barra bravas argentinos se propõem a ser um movimento de arquibancada, sem rixas e que pretendem inaugurar um “novo conceito de torcida” em comparação às torcidas organizadas. A proposta principal é o incentivo constante ao time durante o jogo, mesmo quando se está perdendo. Os cânticos costumam exaltar a história dos clubes e não a própria torcida como era comum no caso das organizadas. Outro aspecto importante diz respeito a defesa de um torcer com festa e o uso de bandeiras, dos chamados trapos, sinalizadores e instrumentos musicais como o bumbo de murga tipicamente usado nas arquibancadas da Argentina e Uruguai. A Castores da Guilherme é uma torcida formada, em sua maioria, por jovens[1] moradores do bairro Bangu que se reúnem nas arquibancadas localizadas atrás do gol à direita das sociais do estádio Proletário Guilherme da Silveira, também conhecido como Moça Bonita.[2] Em 2013, a torcida aparece novamente nos jornais, desta vez por organizar um “tatuaço”. [3]

Ideologia editar

A Castores da Guilherme costuma atrair atenção pela defesa de posicionamentos coletivos, sendo considerada por alguns como uma contracultura. Rejeitam o que compreendem como "Futebol Moderno", defendem que a modernização dos estádios para a Copa de 2014 se compara a um processo de higienização, visando o afastamento das classes menos abastadas dos estádios. Também entoam cânticos antifascistas nas arquibancadas, tendo inclusive organizado protestos, um contra o então Deputado Jair Messias Bolsonaro[4][5], e outro contra o retorno do futebol durante a pandemia[6], ambos em Bangu. Essa espécie de cosmovisão dos alvirrubros pode ser resumida em amor ao Bangu Atlético Clube, à Democracia e à Arquibancada Popular. Acredita-se, na fileira da torcida, que não é realidade o que mostram os veículos de mídia e buscam afastar-se de um reconhecimento midiático tanto do clube quanto da torcida em si. A paixão da Castores se constrói, então, bem distante de uma época em que era fácil apaixonar-se pelo Bangu[7], sem o aporte financeiro e sem bons resultados, e foi se desenvolvendo no momento em que a democracia do torcer foi retirada e a arquibancada foi elitizada.[8]

Ver também editar

Bangu Atlético Clube

Referências editar

  1. «Bangu Atlético Clube ganha a torcida jovem Castores da Guilherme». Extra Online. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  2. Costa, Leda (julho de 2018). «Quem diz não ao futebol moderno. Juventude, mídia, contracultura e imagens da resistência.» (PDF). Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 23 de fevereiro de 2021  line feed character character in |titulo= at position 75 (ajuda)
  3. «Torcida do Bangu faz "tatuaço" e mostra confiança na conquista da Copa Rio». Extra Online. Consultado em 6 de março de 2021 
  4. «Torcedores do Bangu lançam manifesto contra Bolsonaro». Revista Fórum. 26 de julho de 2016. Consultado em 6 de março de 2021 
  5. «Torcida do Bangu contra o Fascismo e o Golpe». Jornal Inverta. Consultado em 6 de março de 2021 
  6. «Enquanto briga com Botafogo, Bangu é alvo de protesto da própria torcida». Extra Online. Consultado em 6 de março de 2021 
  7. MH. «Bangu, e só Bangu! Torcedores jovens explicam paixão pelo clube da Zona Oeste | Esporte | O Dia». odia.ig.com.br. Consultado em 6 de março de 2021 
  8. SANTANA, Emannuel (2019). NÃO SE COMPARA: CASTORES DA GUILHERME E O TORCER POLITICAMENTE QUE FAZ RESISTÊNCIA À ELITIZAÇÃO. Campos dos Goytacazes: Editora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro  line feed character character in |título= at position 50 (ajuda)