Museu de Geociências do Instituto de Geociências da USP
O Museu de Geociências do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo é um museu localizado no interior da Universidade de São Paulo, mais precisamente no campus do Butantã, na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. Seu acervo é diversificado e conta com áreas de geologia, mineralogia e paleontologia, estando aberto à visitação pública. Trata-se de uma unidade auxiliar ligada ao Instituto de Geociências da USP. Desde 1991, o Museu ocupa uma área de 550 m², localizada no primeiro andar do edifício principal do Instituto de Geociências da USP, mas possui também espaços abertos para outras e maiores exposições.[1][2]
Museu de Geociências Museu de Geociências do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo | |
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Identificação em relevo nas paredes do museu no interior do Instituto de Geociências da USP | |
Tipo | museu |
Inauguração | 1934 (89–90 anos) |
Diretor(a) | Prof. Dr. Marcos Egydio da Silva (Gestão 2016 - 2019) |
Página oficial | http://www.igc.usp.br/museu/ |
Área | 550 m² |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo |
Localidade | Cidade Universitária da USP |
Coordenadas | 23° 33′ 44″ S, 46° 43′ 39″ O |
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História
editarO Museu de Geociências desenvolveu-se a partir do antigo Museu de Mineralogia do Departamento de Mineralogia e Petrologia da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP (FFCL). Teve início em 1934, por iniciativa do Prof. Dr. Ettore Onorato, Cadeira de Mineralogia e Petrologia da FFCL-USP no período de 1934 a 1939.[3]
O acervo do Museu foi formado, inicialmente, por pequenas coleções de professores, ampliando-se com a integração da coleção Araújo Ferraz, com a aquisição da coleção Luiz Paixão em 1954 e com a doação da coleção C.L.Schnyder em 1984. Essas pessoas ajudaram na composição e criação do museu, o qual iniciou com objetivo de apoiar trabalhos de ensino e pesquisas. No ano de 1960 foi quando a Universidade de São Paulo inaugurou o curso de Geologia e, nesse momento, o museu passou a ser também um laboratório para aulas práticas dos graduandos.[1]
Com apoio da Fundação Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), o museu pôde ser reformado ao final dos anos 90.[4]
Em 1991 foi quando o museu abriu para o público geral. Antes desta data ele era utilizado e visitado apenas pelos professores da Universidade, alunos e pesquisadores.[1]
Em 1994 o Museu de Geociências da USP começou a ter um acolhimento diferenciado para fins didáticos, ou seja, visitas escolares. Este foi o momento em que começou a ter uma atenção à linguagem que era utilizada para explicação do acervo de acordo com a faixa etária dos visitantes.[1]
O Setor Didático disponibilizou monitores para acompanhamento em visitas monitoradas a partir de 2004.[1]
Atualmente, o acervo vem sendo aumentado, principalmente, por doações feitas por professores, colecionadores particulares, alunos do curso de geologia e, também, pela aquisição de peças individuais.[1]
Acervo
editarO Museu de Geociências possui um dos mais importantes acervos do país, contendo mais de 45 000 amostras de minerais, minérios, gemas, rochas, espeleotemas, meteoritos (entre estes o Itapuranga, o terceiro maior do Brasil) e uma grande coleção de fósseis - com importantes espécimes brasileiras. A partir de 1981, houve uma grande reestruturação e diversificação no acervo, quando foram incluídas, além das amostras de minerais e cristais, amostras de rochas, gemas, meteoritos e fósseis. O Museu, antes predominantemente mineralógico, transformou-se no atual Museu de Geociências.[1]
O acervo atual conta com aproximadamente 5 000 peças que estão em exposição permanente.[3]
A maioria das peças e amostras são brasileiras, mas há amostras de diferentes partes do mundo.[3]
Cada uma das categorias - minerais, cristais, rochas, etc - tem critérios próprios de apresentação e particular atenção se dá aos minerais, que por serem mais numerosos são cuidadosamente expostos, obedecendo às normas internacionais de classificação.[3]
Classificação do acervo mineralógico
editarO museu conta com um acervo mineralógico separado e classificado (colocar foto) de acordo com composições e afinidades químicas e aniônicas estabelecidas por James Dwight Dana (1813-1895) e por Karl Hugo Strunz (1910-2006), desta forma facilitando a identificação de cada material. Todos os museus de geociências utilizam dessa classificação, com exceção os alemães.[3]
Reserva técnica
editarVisto que o museu é pequeno em questões de espaço, seu acervo está dispersado em três ambientes.Sua reserva técnica se encontra no térreo do Instituto de Geociências da USP e conta com a maioria das amostras do museu localizadas em quatro armários deslizantes com as amostras organizadas a partir da classificação aniônica de Dana. [3] Essas amostras precisam de um ambiente e materiais para acondicionamento. [2]
Conservação
editarAs amostras presentes no Museu de Geociências da USP precisam se manter conservadas mesmo após retiradas de seu ambiente natural, para isso compreende-se um conjunto de condições ideais. Em decorrência disto, as amostras devem estar sob "amostras de exposição (luz, temperatura, umidade relativa, impurezas do ar) e de reserva técnica (ambientes e materiais para acondicionamento). Contudo, apesar do cuidado, muitas amostras sofrem deterioração por variações das condições ambientais, seja por oxidação, umidade relativa do ar (causando desidratação), exposição a luz (alterando a cor), além do isolamento de materiais radioativos. [2]
Paleontologia
editarAs exposições do Museu de Geociências da USP contam com uma parte reservada para os dinossauros. O Professor Doutor Luiz Eduardo Anelli é o responsável pelo acervo e estudo de modo didático dos dinossauros brasileiros quanto de outras espécies desconhecidas com uma exposição temporária inaugurada em novembro de 2015.[5]
Essa exposição tem como objetivo auxiliar no aprendizado dos visitantes. Cada fóssil exposto possui perguntas para o público refletir.[5]
Há réplicas de fósseis de dinossauros agrupados com outros animais, assim promovendo uma visita mais completa. Ao fundo da maior réplica, 12 metros de comprimento, possui uma vegetação similar a da época em que esse dinossauro viveu. Assim, as folhas são constituídas por pteridófitas.[6] Essas visitas são, geralmente, em foco de escolas públicas e particulares e são realizadas junto a um mediador e assim se promove, junto ás perguntas e legendas, discussões com os visitantes.[5]
No livro Dinossossauros e outros monstros, Luiz Eduardo Anelli fala sobre a vegetação e sobre os dinossauros que, alguns, podem ser visualizados a partir das réplicas no próprio Museu de Geociências da USP.[7]
O diretor do Instituto de Geociências da USP, Wilson Teixeira, confirma que a Oficina de Réplicas recebe financiamento da Fundação Vitae, além do apoio do Instituto de Geociências da USP.[6]
Reforma
editarO Museu de Geociências da USP ficou 8 meses fechado para reformas e reabriu no meio do ano de 2000. Ele foi remodelado para se tornar mais didático e confortável.[4]
Para essa reforma, o museu contou com um financiamento de R$ 200 mil reais, concedido pela FAPESP. [4]
Difusão
editarO Museu de Geociências da USP está com seu acervo disponível em plataformas digitais. As imagens são de domínio público e estão digitalizadas no Wikimedia Commons. Este projeto foi realizado por alunos da Faculdade Cásper Líbero e tem como objetivo aumentar o alcance sobre as informações do museu. Mas, já é uma tendência mundial a digitalização de imagens de acervos para livre acesso. [8]
Os museus da USP como Matemateca, Museu de Anatomia Veterinária e de Geociências fazem parte do Glam: Gallery Library Archive & Museums. Este processo conta com pessoas e organizações do mundo todo para viabilizar informações e imagens através do acesso pela internet e sem custo. [8]
Esse processo constitui de três etapas: primeiro, a digitalização das imagens; depois , o relicenciamento delas; e, por fim, a produção de um verbete sobre o museu relacionado às fotos para uso educacional. Assim, os museus podem ser estudados e acessados de qualquer lugar. [8]
Didática
editarPor contar com visitas para o público em geral mas principalmente para escolas de ensino básico, fundamental e médio (87%) e superior (6%), o museu conta com materiais além dos necessários para as aulas do curso de Geologia da USP junto com uma monitoria de guias para que a compreensão da exposição seja eficaz.[3][1]
Esses monitores, além de especializados na área que o museu exige, são estudantes do LiGEA (Curso de Graduação em Licenciatura Geologia e Educação Ambiental) e outros são voluntários do curso de Geologia da USP. De qualquer modo, todos os monitores recebem orientação para exercerem a função de mediador educativo.[1]
Além da monitoria durante as visitas, o Museu de Geociências da USP disponibiliza dois cursos de férias: para crianças e para professores. [1]
Outro curso oferecido é o Curso de Gemologia, o qual é ministrado por professores do Instituto de Geociências da USP.[1]
Há, além, de uma área destinada para um público infantil, amostras especiais para toque destinadas aos deficientes visuais.[3]
Extensão
editarO Museu é objeto de teses de estudantes de várias áreas voltadas a temas educacionais. Amostras de seu acervo são disponibilizadas para a realização de trabalhos científicos e fotos para livros didáticos. [1]
Galeria
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Prédio onde se localiza o Museu de Geociências da USP
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Réplica de fóssil
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Acervo
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Vista panorâmica da entrada do Museu de Geociências da USP
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Fóssil de dinossauro - réplica.
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Vista panorâmica do térreo. Onde há imitação de vegetação, réplica de fóssil e uma ametista.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l Costa, Ideval. «Museu de Geociências da USP: espaço para formação de conceitos sobre as ciências da Terra.» (PDF). Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ a b c Azevedo, Miriam. «Conservação de coleções geológicas utilizando o acervo do Museu de Geociências da USP». Consultado em 24 de maio de 2017
- ↑ a b c d e f g h Azevedo, Miriam Della Posta de; Lama, Eliane Aparecida Del (19 de janeiro de 2015). «Conservação de coleções geológicas». Geologia USP. Publicação Especial. 7 (0): 5–105. ISSN 2316-9087
- ↑ a b c «Uma evolução contada pelas rochas». www.bv.fapesp.br. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ a b c de Vasconcellos; de Cerqueira; da Silva, Iara; Bruno; Tainá (2016). «AS PERGUNTAS NAS VISITAS ORIENTADAS A MUSEUS, EXPOSIÇÕES ITINERANTES E FEIRAS DE CIÊNCIAS.» (PDF). Revista da SBEnBio - Número 9. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ a b «USP: Museu de Geociências expõe réplica de dinossauro de 12 metros de comprimento | Governo do Estado de São Paulo». Governo do Estado de São Paulo. 27 de novembro de 2003
- ↑ «Dinossauros brasileiros e seus conterrâneos | Revista Pesquisa Fapesp». Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ a b c «Quais museus brasileiros estão liberando uso de imagem de seus acervos». Nexo Jornal