N-terminal do pró-hormônio do peptídeo natriurético do tipo B

A porção N-terminal do pró-hormônio do peptídeo natriurético do tipo B (NT-proBNP), também abreviado como BNPT, é um peptídeo inativo formado pela porção N-terminal do pró-hormônio proBNP, reação que dá origem também ao BNP.

Tanto o BNP quanto NT-proBNP são usados como marcadores sanguíneos para diagnóstico de insuficiência cardíaca (CHF) e podem ser úteis para o estabelecimento de prognósticos para insuficiência cardíaca, pois ambos apresentam concentrações elevadas em pacientes com pior progressão.[1] As concentrações plasmáticas de tanto BNP quanto NT-proBNP estão tipicamente aumentadas em pacientes com disfunção do ventrículo esquerdo e são associadas a doenças da artéria coronária e à isquemia do miocárdio.[2][3][4][5][6]

Níveis sanguíneos editar

Limite superior (95º percentil) das faixas de NT-proBNP sanguíneo em pessoas saudáveis 
Sexo Idade Limit

in pg/mL

Masculino < 45 anos 90[7]
45-59 anos 140[7]
55-64 anos 180[7]
65-74 anos 230[7]
> 75 anos 850[7]
Feminino < 45 anos 180[7]
45-54 anos 190[7]
55-64 anos 230[7]
65-74 anos 350[7]
> 75 anos 620[7]
Interpretação (simplificada) Idade Faixa
Insuficiência cardíaca provável <75 anos > 125 pg/mL[8]
>75 anos >450pg/mL[8]

Não há um nível de BNP sanguíneo que separe perfeitamente indivíduos com e sem insuficiência cardíaca.[9]

Em triagens para cardiopatias congênitas em pacientes pediátricos, um valor de corte de 91 pg/mL de NT-proBNP  foi capaz de diferenciar pacientes com cardiopatia acianótica de pacientes saudáveis com sensitividade de 84% e especificidade de 42%.[10] Por outro lado, um valor de corte de 318 pg/mL é mais apropriado para diferenciar pacientes com a doença hemolítica não esferocítica congênita de pacientes (CNHD) saudáveis, com sensitividade de 94% e especificidade de 97%..[10] Por fim, um valor de 408 pg/mL foi estimado como capaz de diferenciar pacientes com ACNHD de pacientes com CNHD com 83%de sensitividade e 57% de especificidade. [10]

Ver também editar

Referências

  1. Bhalla V, Willis S, Maisel AS (2004). «B-type natriuretic peptide: the level and the drug--partners in the diagnosis of congestive heart failure». Congest Heart Fail. 10 (1 Suppl 1): 3–27. PMID 14872150. doi:10.1111/j.1527-5299.2004.03310.x 
  2. Atisha D, Bhalla MA, Morrison LK, Felicio L, Clopton P, Gardetto N, Kazanegra R, Chiu A, Maisel AS (setembro de 2004). «A prospective study in search of an optimal B-natriuretic peptide level to screen patients for cardiac dysfunction». Am. Heart J. 148 (3): 518–23. PMID 15389242. doi:10.1016/j.ahj.2004.03.014 
  3. Nakamura T, Sakamoto K, Yamano T, Kikkawa M, Zen K, Hikosaka T, Kubota T, Azuma A, Nishimura T (maio de 2002). «Increased plasma brain natriuretic peptide level as a guide for silent myocardial ischemia in patients with non-obstructive hypertrophic cardiomyopathy». J. Am. Coll. Cardiol. 39 (10): 1657–63. PMID 12020494. doi:10.1016/s0735-1097(02)01813-2 
  4. Talwar S, Squire IB, Downie PF, Davies JE, Ng LL (outubro de 2000). «Plasma N terminal pro-brain natriuretic peptide and cardiotrophin 1 are raised in unstable angina». Heart. 84 (4): 421–4. PMC 1729429 . PMID 10995414. doi:10.1136/heart.84.4.421 
  5. Kim H, Yang DH, Park Y, Han J, Lee H, Kang H, Park HS, Cho Y, Chae SC, Jun JE, Park WH (novembro de 2006). «Incremental prognostic value of C-reactive protein and N-terminal proB-type natriuretic peptide in acute coronary syndrome». Circ. J. 70 (11): 1379–84. PMID 17062957. doi:10.1253/circj.70.1379 
  6. Ruwald MH, Goetze JP, Bech J, Nielsen OW, Madsen BK, Nielsen LB, Mouridsen M, Ruwald AC, Madsen JK, Pedersen S (outubro de 2012). «NT-ProBNP Independently Predicts Long-Term Mortality in Patients Admitted for Coronary Angiography». Angiology. 65: 31–36. PMID 23070682. doi:10.1177/0003319712462758 
  7. a b c d e f g h i j The University of Iowa (UIHC) > Department of Pathology > LABORATORY SERVICES HANDBOOK > N-terminal-pro-BNP Arquivado em 11 de outubro de 2008, no Wayback Machine. Showing 95th percentiles.
  8. a b Lee MA (2009). Basic Skills in Interpreting Laboratory Data. [S.l.]: Amer Soc of Health System. p. 220. ISBN 1-58528-180-8 
  9. Maisel AS, Krishnaswamy P, Nowak RM, McCord J, Hollander JE, Duc P, Omland T, Storrow AB, Abraham WT, Wu AH, Clopton P, Steg PG, Westheim A, Knudsen CW, Perez A, Kazanegra R, Herrmann HC, McCullough PA (julho de 2002). «Rapid measurement of B-type natriuretic peptide in the emergency diagnosis of heart failure». N. Engl. J. Med. 347 (3): 161–7. PMID 12124404. doi:10.1056/NEJMoa020233 
  10. a b c Moses EJ, Mokhtar SAI, Hamzah A, Abdullah BS, Yusoff NM (2011). «Usefulness of N-Terminal-Pro-B-Type Natriuretic Peptide as a Screening Tool for Identifying Pediatric Patients With Congenital Heart Disease». Laboratory Medicine. 42 (2): 75–80. doi:10.1309/LMW0U87COTHXGELF