O nascer helíaco ou nascimento heliacal de um corpo celeste é o momento em que este torna-se visível no horizonte imediatamente antes do nascer do Sol,[1][2] estando suficientemente afastado para que não seja ofuscado pelo brilho dele.

Várias civilizações adotavam o nascer helíaco de determinados objetos como marcos em seus calendários. Os egípcios observavam o nascer helíaco de Sirius e alguns grupos indígenas brasileiros o nascer helíaco das plêiades.[3][4]

Outro conceito relacionado é o nascimento acrônico, que é quando o astro aparece no final do dia, em oposição ao Sol.[2]

O nascimento heliacal de uma estrela depende de sua magnitude. Estrelas de magnitudes 1, 2, 3, 4, 5 e 6 tornam-se visíveis quando o Sol está, respectivamente, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 graus abaixo do horizonte.[5]

Segundo Samuel Sharpe, foi através de observações do nascimento heliacal de Sirius (a estrela do cão) que os egípcios determinaram a duração do ano egípcio em trezentos e sessenta e cinco dias; a duração da vida de um observador, de cerca de quarenta anos, não seria suficiente para identificar com precisão que um ano de 365 dias não seria o valor de um ano sideral.[6]

No Antigo Egito, o ano sótico, ou ano canicular, começava durante o nascimento heliacal da estrela do Cão.[7] O período sótico, ou período canicular, se iniciava quando o nascimento heliacal da estrela Sirius (a estrela do cão) ocorria no primeiro dia de Thoth.[8]

Em astrologia, segundo Cláudio Ptolomeu, os planetas são mais produtivos em umidade entre a época do seu nascimento heliacal até a época de sua primeira estação.[9]

Referências

  1. «Nascer helíaco». Astronomia Amadora .net. Consultado em 2 de dezembro de 2011 
  2. a b John Dryden, Select Essays on the Belles Lettres (1750) p.254 [google books]
  3. «O Nascer Helíaco das Plêiades». Arqueastronomia. Consultado em 2 de dezembro de 2011 
  4. Germano Afonso (fevereiro de 2006). «Mitos e Estações no céu Tupi-Guarani». Scientific American Brasil. Consultado em 2 de dezembro de 2011 
  5. Charles Leadbetter, A compleat system of astronomy (1742) p.294 [em linha]
  6. Samuel Sharpe, The Early History of Egypt, from the Old Testament, Herodotus, Manetho, and the Hieroglyphical Inscriptions (1836) p.112
  7. John Jackson, Chronological Antiquities: Or, The Antiquities and Chronology of the Most Ancient Kingdoms, from the Creation of the World, for the Space of Five Thousand Years. In Three Volumes (1752) p.73 [google books]
  8. Comentário do editor em Tácito, Anais, Livro VI, 28.1 [em linha]
  9. Cláudio Ptolomeu, Tetrabiblos, Capítulo I, 8. Sobre os poderes dos aspectos do Sol [em linha]