Nossa Senhora da Conceição da Muxima

Nossa Senhora da Conceição da Muxima, também conhecida como Nossa Senhora da Muxima ou Mamã Muxima, é uma devoção mariana de Angola.[1]

Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

História

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Suas origens remontam à construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição na localidade conhecida como Muxima, na atual província de Luanda, em 1599.[2] O santuário logo se converteu num importante centro de cristianização, sendo o lugar onde se batizavam os africanos antes de embarcá-los como escravos para diversas localidades, mas em especial para as Américas.[2] Tornou-se, igualmente, um importante espaço devocional para as populações cristãs autóctones, que logo atribuíram, à Senhora da Muxima, a realização de diversos milagres.

Os rumores de realização de prodígios logo se espalharam pelas regiões circunvizinhas, levando à organização de atos de piedade popular, quer baseados na tradição portuguesa, quer totalmente inovadoras ou reminiscentes de antigas religiões africanas.[3] A mais importantes dessas tradições, a Romaria de Nossa Senhora da Conceição da Muxima, remonta ao ano de 1833, atraindo milhares de peregrinos todos os anos, em fins de agosto e início de setembro.[4] A devoção inspirou vários escritores angolanos, como Pepetela, que discorre sobre as tradições associadas à Mamã Muxima na obra A Sul. O Sombreiro.[5] Apesar da ampla devoção por toda a população católica angolana, entretanto, Nossa Senhora da Muxima não é considerada padroeira de Angola pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé[6]

Em 27 de outubro de 2013, a imagem de Nossa Senhora da Muxima foi atacada a pauladas por um grupo de sete pessoas pertencentes à Igreja da Arca de Noé durante a missa dominical. O ataque visava ao combate a uma suposta idolatria, num dos maiores atos de intolerância religiosa já registrados no país.[7] A imagem sofreu alguns danos,[8] mas, um ano depois, a imagem já estava plenamente restaurada.[9]

 
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Referências

  1. A lenda da Mamã Muxima. Associação dos Naturais e Amigos de Icolo e Bengo
  2. a b Church of Nossa Senhora da Conceição da Muxima. UNESCO (em inglês)
  3. CÂMARA MUNICIPAL DE LUANDA. Boletim Cultural. Edições 35-41. Luanda, 1972.
  4. «Festa de Nossa Senhora da Muxima espera quase um milhão de fiéis». Consultado em 18 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2014 
  5. PEPETELA. A Sul. O Sombreiro. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2011.
  6. Imagem da Muxima já está restaurada. O Apostolado. Publicado em 16 out. 2014. Acesso em 17 dez. 2014.
  7. Fernandes, Odílio. Os azares de Nossa Senhora da Muxima: Um percurso de trocas, movimentações milagrosas e intolerância. Luanda: Revista Angolana de Sociologia, 2014. p. 41-57.
  8. Jornal de Notícias. Disponível em http://www.jn.pt/mundo/interior/imagem-de-nossa-senhora-da-muxima-em-angola-danificada-apos-ataque-durante-missa-3501009.html. Acesso em 20 de setembro de 2016.
  9. O apostolado. Disponível em http://apostoladoangola.org/a-imagem-da-muxima-ja-esta-restaurada/. Acesso em 20 de setembro de 2016.