O Vampiro de Curitiba

Obra literária de ficção

O Vampiro de Curitiba é um livro de contos escrito por Dalton Trevisan e publicado em 1965 pela editora Record. O livro é a reunião de 15 contos que apresentam somente um fio condutor quanto aos aspectos temáticos, personagem, linguagem e estilo. “Cada conto ou episódio é pungente na ironia, indiscreto nos detalhes psicológicos, perverso na imagística. Nelsinho triunfa como símbolo do desespero universal”.

O Vampiro de Curitiba
Autor(es) Dalton Trevisan
Idioma português
País  Brasil
Assunto Contos
Gênero Contos
Localização espacial Curitiba
Editora Record
Lançamento 1965
Páginas 112

Enredo editar

Seus contos, quase todos ambientados em Curitiba, são impregnados de suspenses e enigmas. Em relatos breves, o autor revela o cotidiano da degradação humana em uma linguagem direta. O Vampiro de Curitiba nos leva ao dia-a-dia de Nelsinho, o "vampiro" propriamente dito, personagem dos quinze contos do livro. Nelsinho é um curitibano obcecado por sexo, que vagueia pela provinciana Curitiba atrás de suas vítimas, andando por caminhos obtusos enquanto abre os olhos do leitor à visão de uma cidade decadente, onde o protagonista não apenas se esconde, mas se mescla. Curitiba, esquadrinhada por Nelsinho, que primeiro se vê seduzido pelos braços e pernas de uma sensual garota de outdoor e, ao cabo, precipita-se para o círculo infernal mais baixo, para o quarto de um bordel ao lado de uma prostituta.Ladeira abaixo rumo à sua satisfação selvagem. Esta é a imagem do vampiro que o livro traz; não o clássico sedento por sangue, mas um escravo da libertinagem e da solidão urbana.[1]

Contos editar

  • O vampiro de Curitiba
  • Incidente na loja
  • Encontro com Elisa
  • Contos dos bosques de Curitiba
  • Último aviso
  • Visita à professora
  • Na pontinha da orelha
  • Eterna saudade
  • Arara bêbada
  • O herói perdido
  • Chapeuzinho vermelho
  • Debaixo da ponte preta
  • Menino caçando passarinho
  • As uvas
  • A noite da paixão

Linguagem editar

A linguagem coloquial e concisa é predominante na obra assim como em todo o trabalho do autor. A economia quase exacerbada com palavras e o zelo posto em cada uma delas evidenciam a preocupação de Trevisan em fugir ao óbvio, em fazer com que o que falta no papel se forme no imaginário do leitor. Os contos são marcados por uma violência verbal aliada a finas doses de sarcasmo. Discurso quase sempre direto, fragmentado, beirando o ininteligível.

No contexto das histórias de Dalton Trevisan, ser mulher no Brasil é morar no inferno. Sedutora ou vítima são os únicos papéis a ela reservados. Se encontra prazer no sexo, ou ela é pecaminosa ou foi pelo homem arrastada a senti-lo, apesar de si mesma. Os homens brasileiros – encarnados em Nelsinho, o “vampiro” curitibano – não são melhores: odeiam e adoram a mulher, assim condenados a persegui-­la sem descanso. É um mundo sórdido, sem solidariedade e sem esperança. A ironia começa com o diminutivo do nome da personagem.[2]

Referências

  1. passeiweb. «O Vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan». Consultado em 24 de setembro de 2013 
  2. Prof.Jorge Alberto Colégio PRO CAMPOS. «O Vampiro de Curitiba» (PDF). Consultado em 24 de setembro de 2013 
  Este artigo sobre um livro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.