O Veneno da Poligamia
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O Veneno da Poligamia (em inglês: The Poison of Polygamy) é um romance escrito em chinês clássico e publicado pela primeira vez em formato de série no jornal Chinese Times em Melbourne, na Austrália, entre junho de 1909 e dezembro de 1910.[1] Foi o primeiro romance de um escritor da diáspora chinesa a ser publicado na Austrália,[2] e o primeiro romance em língua chinesa a ser publicado na Austrália e possivelmente no Ocidente.[3] Na primeira publicação, o autor foi identificado pelo pseudônimo Jiangxiaerlang.[2] Pesquisas posteriores identificaram como escritor Wong Shee Ping, editor de jornal, pregador cristão e revolucionário republicano, também conhecido como Wong Yau Kung.[4]
Enredo
editarO romance inicia-se na dinastia Qing, especificamente na década de 1850, durante a Rebelião Taiping. O personagem principal, Huang Shangkang, vive em uma vila na província de Cantão com sua esposa Ma e é viciado em ópio. Ele e Ma estão casados há três anos, não têm filhos e estão lutando para pagar as dívidas de Shangkang. Quando a mãe deste adoece, Ma penhora seus poucos bens para pagar pelos médicos, mas os remédios não funcionam e a senhora falece. O casal desce ainda mais para a pobreza até receber uma visita do primo de Ma, que fez sua fortuna na febre do ouro vitoriana. O primo oferece pagar pela passagem de Shangkang para a Austrália, com a condição de que ele desista do ópio. Shangkang concorda e viaja para Vitória.[5]
O romance descreve a viagem de Hong Kong a Vitória via Singapura, Darwin e Austrália Meridional, a vida nos campos de ouro vitorianos e na comunidade chinesa de Melbourne e os eventos em Cantão, onde Ma espera notícias de Shangkang. Embora tenha se passado durante a segunda metade do século XIX, a história foi escrita durante a primeira década da Política da Austrália Branca e inclui comentários sobre suas implicações para o povo chinês na Austrália.[2][4]
Publicação e tradução
editarO romance, escrito em chinês clássico, foi publicado pela primeira vez em 53 partes no jornal Chinese Times, em Melbourne, entre 5 de junho de 1909 e 10 de dezembro de 1910. Cada parte foi acompanhada de uma ilustração de um garoto segurando uma lente de aumento para os caracteres chineses correspondendo "sociedade".[5] A história foi escrita por Wong Shee Ping, que foi editor do jornal.[3] Foi redescoberta pela historiadora Mei-fen Kuo enquanto ela pesquisava os primeiros jornais chinês-australianos.[6][7]
A primeira tradução do romance para o inglês, realizado por Ely Finch, foi publicado pelo Jornal da Universidade de Sydney em 2019, numa edição paralela bilíngue com comentários históricos de Mei-fen Kuo e Michael Williams.[4]
Referências
- ↑ Lu, Qiuping (30 de maio de 2018). «Genre of The Poison of Polygamy». Mascara Literary Review (em inglês). Consultado em 31 de março de 2019. Cópia arquivada em 31 de março de 2019
- ↑ a b c Huang, Zhong; Ommundsen, Wenche (2 de setembro de 2016). «Poison, polygamy and postcolonial politics: The first Chinese Australian novel». Journal of Postcolonial Writing. 52 (5): 533–544. ISSN 1744-9855. doi:10.1080/17449855.2016.1230170
- ↑ a b Wong, Shee Ping (2019). The poison of polygamy : a social novel. Sydney: Sydney University Press. ISBN 9781743326022. OCLC 1101172962
- ↑ a b c Williams, Michael (2019). «Wong Shee Ping». The poison of polygamy : a social novel. Sydney: Sydney University Press. ISBN 9781743326022. OCLC 1101172962
- ↑ a b Wong Shee Ping (1 de junho de 2019). The Poison of Polygamy. Traduzido por Ely Finch. [S.l.: s.n.] p. 420. ISBN 9781743326022
- ↑ «The surprising story of Wong Shee Ping». Radio National (em inglês). 22 de maio de 2019. Consultado em 6 de junho de 2019. Cópia arquivada em 10 de novembro de 2019
- ↑ Kuo, Mei-Fen. Making Chinese Australia : urban elites, newspapers and the formation of Chinese-Australian identity, 1892-1912. Thomas, Les., Forest Stewardship Council. Clayton, Victoria: [s.n.] ISBN 9781921867378. OCLC 891466356