Olhos de Vampa

filme de 1996 dirigido por Walter Rogério

Olhos de Vampa é um filme de suspense brasileiro de 1996, dirigido por Walter Rogério e escrito pelo próprio diretor em parceria com Roberto d'Ávilla. Estrelado por Marco Ricca, Christiane Tricerri, Antônio Abujamra e Joel Barcellos, o filme acompanha a investigação de uma série de assassinatos de jovens mulheres, todas encontradas mortas em um bairro de São Paulo.[1]

Olhos de Vampa
Olhos de Vampa
Pôster oficial do filme.
 Brasil
1996 •  cor •  78 min 
Gênero suspense
Direção Walter Rogério
Produção
  • João Di Bartolo
  • Roberto d'Avila
Roteiro
  • Walter Rogério
  • Roberto d'Avila
Elenco
Cinematografia Cláudio Portioli
Edição Michael Ruman
Companhia(s) produtora(s) Magia Filmes
Lançamento outubro de 1996
Idioma português

Enredo editar

Em São Paulo, uma bela mulher é encontrada morta, com um pêssego na boca, uma mordida nas nadegas e sem sangue no corpo. O Dr. Artur (Antônio Abujamra) , chefe da polícia, atribui ao detetive Leôncio a investigação do assassinato junto com o fotógrafo fetichista Oscar (Marco Ricca). Quando outras mulheres são encontradas mortas da mesma forma - ou seja, com um pêssego na boca, uma mordida na bunda e sem sangue - a polícia dá o apelido de "Vampa" ao serial killer vampiro. Sem nenhuma pista, eles decidem seguir uma dançarina sexy e popular de clube noturno pelas ruas de São Paulo, tentando identificar possíveis suspeitos.

Elenco editar

Lançamento editar

O filme foi selecionado para o 29° Festival de Cinema de Brasília, sendo apresentado em outubro de 1996.[2][3] Embora tenha sido exibido apenas uma vez naquele ano, durante o Festival de Brasília, o filme reapareceu apenas em 2004, quando foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No entanto, nunca chegou a ser lançado comercialmente nos cinemas. Em vez disso, em 1996, o filme foi disponibilizado em videolocadoras em formatos de VHS e DVD.[4]

Recepção editar

Crítica editar

Em seu lançamento em 1996, na época da Retomada do Cinema Brasileiro, o filme não obteve uma repercussão positiva, sendo fracasso de crítica e público. Durante o Festival de Brasília, Olhos de Vampa foi severamente criticado. No entanto, Rudá de Andrade da Cinemateca Brasileira o defendeu, argumentando que o filme foi visto como uma comédia, quando na verdade é um filme de terror e um trabalho humanista sobre a solidão. Rudá considerou que este foi o ponto mais profundo do festival. Embora Walter Rogério tenha admitido que seu filme tem erros de roteiro, atuação e montagem nos primeiros rolos, que prejudicam o conjunto, ele alegou que pretendia trabalhar mais no filme para transmitir adequadamente suas ideias.[5]

O crítico Felipe M. Guerra, do site Boca do Inferno, comentou sobre a repercussão do filme Olhos de Vampa. Ele apontou que há muitos motivos para explicar o fracasso do filme, mas também considerou que houve uma certa injustiça. O filme é um dos raros da Retomada brasileira que teve coragem de se aproximar do clima sacana e "vale-tudo" das pornochanchadas e das produções baratas da Boca do Lixo.[4] Guerra ainda escreveu que, enquanto a crítica e o público estavam descobrindo e elogiando um "novo cinema nacional melhor fotografado e produzido", gerando comentários como "Nem parece filme brasileiro", Walter Rogério foi na contramão e propôs um retorno às produções inconsequentes das décadas de 70 e 80. Essas produções retrabalhavam clichês do cinema fantástico internacional dentro de uma atmosfera de sensualidade e sensacionalismo tipicamente brasileira.[4] Em resumo, o filme apresenta muita violência, palavrão e mulheres nuas. O filme também mostra cenas nos inferninhos tradicionais da noite paulistana, onde há um número de striptease gratuito digno dos clássicos da Boca do Lixo.[4]

Leonardo Campos, do site Plano Crítico, escreveu que "Olhos de Vampa prefere se manter conectado com os padrões do que era produzido anteriormente em nosso sistema. É um toque de passado numa era de pulsações diferentes. Numa análise diacrônica, o resultado é interessante, diferente do relacionamento com a narrativa numa perspectiva de entretenimento, algo que pode deixar frustrado aqueles que buscam uma genuína história de horror ou um filme mais coeso e dentro dos padrões dramáticos tradicionais. Produzido por Roberto D’avila, podemos destacar a direção de fotografia de Claudio Portioli como um bom segmento da narrativa, setor eficiente no estabelecimento imagético da proposta deste irreverente “clássico” do cinema brasileiro".[6]

Referências

  1. AdoroCinema, Olhos de Vampa, consultado em 15 de abril de 2023 
  2. «29º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (1996) | Metrópoles». www.metropoles.com. 21 de agosto de 2017. Consultado em 15 de abril de 2023 
  3. «Folha de S.Paulo - Brasília coloca o cinema no centro de seus sonhos - 28/10/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 15 de abril de 2023 
  4. a b c d Guerra, Felipe M. (20 de novembro de 2014). «Olhos de Vampa (1996)». Boca do Inferno. Consultado em 15 de abril de 2023 
  5. «Folha de S.Paulo - Brasília registra avanço tecnológico - 6/11/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 15 de abril de 2023 
  6. Campos, Leonardo (5 de outubro de 2021). «Crítica | Olhos de Vampa». Plano Crítico. Consultado em 15 de abril de 2023 

Ligações externas editar