Operação Slipper

A Operação Slipper é a principal contribuição militar das Forças Armadas da Austrália (FAA) na segunda Guerra do Afeganistão. A operação teve início nos finais de 2001 e encontra-se em curso (2011). A participação das FAA incide sobre essencialmente em operações no Afeganistão e no Golfo Pérsico.

Infantaria do 3º Batalhão do Real Regimento Australiano patrulhando Tarin Kowt em Agosto de 2008 (Grupo de Reconstrução 4)

A 31 de Maio de 2011,[1] o número de vítimas era de 26 mortos e 179 feridos.

Afeganistão editar

1ª fase editar

No início da operação, Austrália enviou um Grupo de Forças Especiais e dois Boeing 707, de reabastecimento, do 33º Esquadrão da Força Aérea australiana. As aeronaves operavam a partir da base aérea de Manas, no Quirguistão e prestavam apoio aos aviões da coligação.

Adicionalmente, foram enviados duas aeronaves Lockheed AP-3C Orion para patrulhamento marítimo de zonas de interdição do Golfo Pérsico.[2]

As primeiras forças australianas terminaram a sua missão em Dezembro de 2002.[3] Até 2005, o único elemento australiano no terreno era um oficial liagado a operações de limpeza de minas do terreno.

2ª fase editar

Em 2005, são enviadas novas forças especiais, um grupo de apoio logístico e viaturas pesadas terrestres.[3] No ano seguinte, juntam-se-lhes dois helicópteros Boeing CH-47 Chinook, em Março.

As forças especiais saem do Afeganistão em Setembro de 2006, e os helicópteros regressaram à Austrália em Abril de 2007.[4]

3ª fase editar

 
Enginheiros militares da Austrália e EUA a trabalhar numa ponte do Afeganistão, em Agosto de 2008

No início de Setembro de 2006, chega à província de Oruzgan, Afeganistão um regimento de engenheiros, apoiados por vários batalhões e regimentos. O seu principal objectivo era a reconstrução dessa região. Em Abril de 2007, são enviados reforços de grande dimensão, e de várias áreas estratégicas, como comandos, força aérea, radares, logística, srviços de informação e segurança; no total, em meados de 2007, a força australiana ascendia a 950 militares, subindo para 1.000 em 2008, 1.100 no início de 2009[5] e 1.550 em meados de 2009.[6] No entanto, estes aumentos do contingente militar australiano no Afeganistão não eram bem vistos pela opinião pública e, de acordo com um inquérito, a maioria dos australianos era contra a presença de tropas naquele conflito.[7]

Em 16 de Janeiro de 2009, o soldado Mark Donaldson, membro da SASR (Regimento dos Serviços Aéreos Especiais), foi condecorado com a Cruz Vitória, por se ter exposto ao fogo inimigo ao proteger tropas do seu país e por ter salvo um intérprete afegão, durante fortes ataques inimigos, em 2 de Setembro de 2008.[8]

Golfo Pérsico editar

 
O HMAS Kanimbla prepara-se para lançar um barco da marinha norte-americana em Janeiro de 2002

Desde Outubro de 2001 que a Marinha Real Australiana (MRA) mantém uma presença constante nas águas territoriais iraquianas, presença essa parte da Operação Slipper e operações seguintes. Entre 2001 e 2003, a MRA efectuou quatro rotações dos seus navios na região. O objectivo principal das rotações era efectuar Operações de Intercepção Marítima conjuntamente com os EUA e as forças britânicas, no âmbito de diversas resoluções contra o Iraque, das Nações Unidas. A primeira rotação consistiu nos Navios de Sua Majestade Australiana (Her Majesty's Australian Ships (HMAS)) HMAS Sydney, HMAS Adelaide e HMAS Kanimbla. Em Fevereiro de 2002, seguiram-se o HMAS Canberra o HMAS Newcastle e o HMAS Manoora e, em Julho de 2002, o HMAS Arunta e HMAS Melbourne.

Um destacamento do Regimento da Força Aérea nº16 e da Artilharia Real Australiana serviram de apoio defensivo ao Kanimbla e Manoora durante a sua operação. Uma das últimas rotações ocorreu em Novembro de 2002, com os navios HMAS Anzac e HMAS Darwin. O HMAS Kanimbla saiu de Sydney, Austrália, no dia 20 de Janeiro de 2003 em direcção ao Golfo Pérsico para participar na Operação Bastille. Chegando ao Bahrein a 16 de Fevereiro de 2003, a sua missão foi alterada, e integrou a Operação Slipper (na parte das sanções da NU contra o Iraque). Em 20 de Março desse ano, os navios HMA Ships Kanimbla, Anzac e Darwin, participaram na Operação Falconer.

Durante todas estas operações, os navios australianos utilizaram técnicas nunca antes utilizadas, que aumentaram a eficácia da Força Marítima de Intercepção, levando-os a abordar cerca de 1.700 embarcações durante este período. Ao longo da operação, quatro oficiais da marinha australiana estiveram no comando da força multinacional.

Bibliografia editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Operação Slipper

(em inglês)

Referências

  1. «Australian Defence Force personnel wounded and killed in action». Australian Operation in Afghanistan. Australian Department of Defence. Consultado em 22 de agosto de 2010 
  2. «Operation SLIPPER Afghanistan». Department of Defence. Consultado em 6 de janeiro de 2009 
  3. a b Neville (2008). Special Operations Forces in Afghanistan. [S.l.: s.n.] 30 páginas 
  4. Dennis et al 2008, pp. 7–9.
  5. Austrália duplica forçasno Afeganistão. bbc.co.uk. Date: 2007-4-10. Acessado em: 2007-4-12.
  6. «Global Operations – Department of Defence». Departamento de Defesa da Austrália. Consultado em 15 de abril de 2009 
  7. «Governo perde apoio na campanha do Afeganistão». ABC News. 29 de setembro de 2008. Consultado em 30 de setembro de 2008 
  8. «Soldado Australiano da SAS condecorado com a Cruz Vitória». The Australian. 16 de janeiro de 2009. Consultado em 16 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2009 
  Este artigo sobre um conflito armado é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.