Opy é a casa de reza dos Guaranis. São realizados todas as atividades religiosas da aldeia, como funerais, rituais de cura, bênção do milho antes do cultivo, entre outros.[1]

Opy (casa de reza). Foto tirada na Comunidade Fontin Mbororé, Puerto Iguazu.

Construção editar

Geralmente, a Opy é construída no centro da comunidade e a frente da casa de reza é voltada para o leste. É feita de pau a pique, e nas construções antigas, os telhados eram de taquara batida, atualmente usam sapê, Brasilit ou telha de barro. As paredes devem ser muito bem vedadas, os Guaranis acreditam que assim os espíritos indesejados não entram. O interior das Opys não há divisórias. Nas laterais colocam bancos e no fundo o fogo. O espaço central é reservado para as danças.[2][3]

Organização espacial editar

Denominações das áreasː

  • Amba´iː espaço sagrado, onde armazena os instrumentos utilizados nos rituais.[3]
  • Opy rokareː pátio aberto e de terra batida, localizado na frente da Opy.[3]

O Amba´i fica ao fundo, na parede voltada para o leste. Nas laterais colocam bancos e no fundo o fogo. O espaço central é reservado para as danças.[3]

Função religiosa e cultural editar

Para os guaranis a Opy é um lugar sagrado. A Opy é o lugar onde ocorre o batismo que a criança recebe o nome, onde as sementes do primeiro plantio de milho são abençoadas, o local tido como mais apropriado para fumar o petygua, onde as reuniões acontecem, onde acontecem os funerais, as atividades religiosas e onde as brigas acabam.

Nela os xamãs pronunciam belas palavras provindas de espíritos através de sonhos. As paredes da Opy são coberta com barro para que espíritos ruins e indesejáveis não consigam entrar. A Opy representa a preservação da cultura e aproximação dos membros da aldeia. "Com ela, poderemos recuperar nossa dignidade", disse o guarani Karaí Mirim.

Referências

  1. Os Guaranis no Rio de Janeiro. Área de Proteção Ambiental Cairuçu. Site da ICMBio-MMA
  2. Delane, Janaina (2021). «A importância da casa de reza "Opy'i para a permanência da identidade dos indígenas guarani na aldeia Palmeirinha do Iguaçu (PR): t.i Mangueirinha». Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Consultado em 19 de abril de 2023 
  3. a b c d Oliveira, Joana Cabral de. (2013). Inventário Nacional de Referencias Culturais. Ficha de Identificação. Ministério da Cultura. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).