Os Crimes de Diogo Alves

Os Crimes de Diogo Alves é um filme mudo português de curta-metragem da autoria de João Tavares (realizador), a segunda obra de ficção do cinema português. Estreou a 26 de Abril de 1911 no Salão da Trindade, entrando em cartaz na sala O Paraíso de Lisboa a 19 de Maio do mesmo ano. O filme foi apresentado em "versão falada", com vozes por trás da tela, e acompanhado com música executada pela orquestra da Guarda Nacional Republicana, dirigida pelo maestro Artur Fão[1] [2] .[3]

Os Crimes de Diogo Alves
Os Crimes de Diogo Alves
Portugal Portugal
1911 •  pb •  23 min 
Género drama
Direção João Tavares (realizador)
Produção João Freire Correia
Manuel Cardoso Pereira
Roteiro João Freire Correia
Lino Ferreira
baseado em história de Barbosa Júnior
Elenco Alfredo de Sousa
Amélia Soares
Diretor de fotografia João Freire Correia
Distribuição Companhia Cinematográfica de Portugal
Lançamento 26 de Abril de 1911
Idioma português

Sinopse editar

O filme ilustra a vida de Diogo Alves, um espanhol que veio viver para Lisboa e que, entre 1836 e 1839, perpetrou vários crimes hediondos, muitos deles instigados pela sua companheira Parreirinha. São invocados os assassinatos, os assaltos, a denúncia. O criminoso é, por fim, apanhado pelas autoridades e sentenciado à forca.

O argumento baseia-se num dos folhetins dedicados aos "Criminosos Célebres" portugueses.[2]

Elenco editar

Enquadramento histórico editar

Em 1909, João Freire Correia, animado com o êxito do sketch de ’’O Rapto de Uma Actriz’’, inicia a produção de ’’Os Crimes de Diogo Alves’’ com os atores da Companhia do Teatro do Príncipe Real e com realização de Lino Ferreira. As filmagens decorreram no Aqueduto das Águas Livres e no estúdio da Portugália, na Rua do Bemformoso.

«O estúdio tinha pouca luz e os atores muita pressa, pois deviam seguir em tournée para o Brasil. Parece que se chegaram a rodar 2/3 da obra, mas as filmagens jamais se concluíram e só recentemente um fragmento desta versão foi descoberto e recuperado.
Quem não desistiu foi João Freire Correia (…). Dois anos depois - em 1911 - com um cast muito menos brilhante (secundários actores de teatro nos protagonistas) foi rodada a "segunda versão" de "Os Crimes de Diogo Alves", estreada com enorme publicidade no Salão da Trindade, a 26 de Abril de 1911. João Tavares, que tinha tido um pequeno papel na primeira versão, foi o nome escolhido para realizador. O acolhimento do público excedeu toda a expectativa e, de 1911 a 1914, em múltiplas reposições, o filme foi chorudo negócio. Hoje é a única relíquia desse passado e vale, sobretudo, como testemunho histórico do que era o Aqueduto nessa época (quando ainda se podia percorrê-lo a pé) e pela reconstituição do mais "hediondo" crime de Diogo (o único de que, diz-se, ele se teria arrependido): o assassínio de uma criança que, por distração ou desejo do realizador (vá-se lá saber), sorri para a câmara e para o assassino, antes de ser atirada borda fora. Tem 280 metros e custou 200 mil réis, qualquer coisa como 500 contos».[4]

Referências

  1. RIBEIRO, Manuel Félix. Filmes, Figuras e Factos da História do Cinema Português: 1896 – 1949. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 1983.
  2. a b MATOS-CRUZ, José de.Fitas que só vistas. Lisboa: Instituto Português de Cinema, 1978.
  3. MATOS-CRUZ, José de. O Cais do Olhar. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 1999.
  4. COSTA, João Bénard. Histórias do Cinema. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1991.

Ver também editar

Ligações externas editar

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