Parque Nacional Pali Aike

parque nacional no Chile

Parque Nacional Pali Aike é uma unidade de conservação que abrange uma área de 5.030 hectares localizada na comuna de San Gregorio, na região Magalhães e Antártica Chilena. A unidade foi criada para a preservação da vegetação representativa da estepe patagônica de Magalhães, das formações geológicas, e dos recursos arqueológicos presente no parque.[1][2][3]

Parque Nacional Pali Aike
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional Pali Aike
Localização
País Chile
Região Magalhães e Antártica Chilena
Comuna San Gregorio
Dados
Área 5 030 ha
Criação 23 de outubro de 1970 (53 anos)
Visitantes
Gestão Corporação Nacional Florestal (CONAF)
Coordenadas 52° 6' S 69° 42' O
Parque Nacional Pali Aike está localizado em: Chile
Parque Nacional Pali Aike
Localização do Parque Nacional Pali Aike no Chile

Devido ao parque possuir uma paisagem com característica geomorfologia de um extenso campo vulcânico com cones de lava basálticas, recebeu o nome de Pali Aike, que na língua Aoniknek significa "lugar desolado".[4]

História

editar

Na região onde atualmente se localiza o parque, houveram três períodos de erupções, com a erupção mais antiga ocorrendo entre 3.000.000 e 1.000.000 de anos atrás; a segunda erupção ocorrendo há 170.000 anos, formando a cratera de Pali Aike; e a erupção mais recente ocorrendo entre 16.000 e 10.000 anos atrás, dando origem à cratera Morada del Diablo.[4]

Através de estudos arqueológicos feitos na região, descobriu-se que os primeiros grupos humanos que se abrigaram nos refúgios locais, como a Caverna Pali Aike e a Caverna Fell, foram do período dos paleoíndios, cerca de 9.000 a.C.[1][4]

No início do século XX, a região conhecida como Escorial del Diablo foi comprada pela Sociedad Explotadora de Tierra del Fuego, que explodiam regularmente o solo para exploração econômica. Em 1970, as terras da região foram desapropriadas pelo Estado, passando mais tarde para o domínio da Cooperativa Cañadón Grande.[1]

A unidade de conservação foi criada em 23 de outubro de 1970, através do Decreto Supremo nº 378, com uma área de 3.000 hectares e administrada pela Unidad de Gestión Patrimonio Silvestre.[1][2]

Até 1993, a região das estepes foi explorada extensivamente para a pecuária, causando degradação na vegetação. A partir deste período, a atividade pecuária foi proibida na área do parque, e só é permitida atividades recreativas.[1][2]

Em 21 de julho de 1994, os limites do parque foram alterados e passou a abrigar uma área de 5.030 hectares, e atualmente é administrada pela Corporação Nacional Florestal (CONAF).[1][2][3]

Características

editar

O clima é de estepe fria com forte influência da continentalidade. Anualmente, a região do parque recebe precipitações entre 200 e 300 mm distribuída por igual ao longo do ano; e ocorrendo precipitação de neve no inverno. A temperatura média anual é de 4º C, com mínima absoluta de -20º C, e máxima absoluta de 28º C.[1][2]

A fauna da unidade é característica das regiões da estepe patagônica. Entre os mamíferos, encontra-se o guanaco (Lama guanicoe), a raposa cinzenta (Pseudalopex griseus), o Conepatus chinga e Conepatus humboldtii, o Lyncodon patagonica, o tuco - tuco de Magalhães (Ctenomys magellanicus) e o puma concolor; e espécies introduzidas como a lebre (Lepus europaeus). Entre as aves, pode ser avistado o Polyborus plancus, o Falco sparverius, o Vanellus chilensis, Chloephaga picta, o Thinocorus rumicivorus e o Pterocnemia pennata. E na zona vulcânica, pode observar répteis do gênero Liolaemus.[1]

A flora da unidade apresenta vegetação de estepe patagônica, com áreas de pastagem e arbustos baixos. 89% da flora é constituída de espécies nativas, em sua maioria Magnoliófitas e de vida perene. 18 espécies encontradas no parque foram introduzidas, como a Hieracium pilosella L.[2]

Geologia

editar

O terreno do parque está sobre um extenso campo vulcânico, ativo desde o Plioceno; com a região do parque denominada de Escorial del Diablo possuindo um solo coberto por uma espessa camada de lavas basálticas e cinzas vulcânicas recentes; e a zona de estepe do parque, possuindo solo marrom da série Aymond, originários de cinzas vulcânicas e sedimentado de lava basáltica. O planalto onde se localiza o parque está a 200 metros acima do nível do mar, com seu pico mais alto, no Cerro Diablo, atingindo 273 metros acima do nível do mar.[1][4]

Turismo

editar

O parque está aberto para visitação, mediante pagamento e com horário restrito. No parque há um Centro de Visitantes com uma sala de exposições, que apresenta materiais paleontológicos e arqueológicos encontrados nas cavernas do parque. Das atividades recreativas, é possível fazer a visitação do sítio arqueológico da Caverna Pali Aike, percorrer as trilhas para a Laguna Ana, para a Morada del Diablo e para os Pozos del Diablo.[3][4]

Referências

  1. a b c d e f g h i «Plan de manejo Parque Nacional Pali Aike : 1997-2001.». Centro de Información de Recursos Naturales. (em espanhol) 1997. Consultado em 31 de julho de 2024 
  2. a b c d e f Domínguez, Erwin; Marticorena, Clodomiro; Elvebakk, Arve; Pauchard, Aníbal (2004). «Catalogo de la flora vascular del Parque Nacional Pali Aike, XII Region, Chile». Gayana. Botánica (2): 67–72. ISSN 0717-6643. doi:10.4067/S0717-66432004000200005. Consultado em 1 de agosto de 2024 
  3. a b c «Parque Nacional Pali Aike cumple este martes 48 años». Radio Polar (em espanhol). 23 de outubro de 2018. Consultado em 1 de agosto de 2024 
  4. a b c d e «Centro de visitantes Parque Nacional Pali Aike». Registro de Museos de Chile (em espanhol). Consultado em 1 de agosto de 2024 

Ligações externas

editar