Partido da União Siríaca (Síria)

O Partido da União Siríaca sírio (em siríaco: ܓܒܐ ܕܚܘܝܕܐ ܣܘܪܝܝܐ ܒܣܘܪܝܐ, em árabe: حزب الإتحاد السرياني في سورية) é um partido político secular que representa os interesses dos siríacos/assírios na Síria e está alinhado com a ideologia modernizadora Dawronoye.[1] Criado a 1 de outubro de 2005, desde o início da Guerra Civil Síria tem estado ao lado das forças seculares e federalistas curdas em Rojava, cético tanto face ao governo baathista de Bashar al-Assad como face aos oposicionistas da Coligação Nacional Síria.

Partido da União Siríaca
ܓܒܐ ܕܚܘܝܕܐ ܣܘܪܝܝܐ
حزب الإتحاد السرياني في سورية‎‎
Fundação 2005
Ideologia Dawronoye
Social-democracia
Federalismo
Interesses da minoria siríaca
Espectro político Centro-esquerda
Afiliação nacional Comitê Nacional de Coordenação para a Mudança Democrática
Afiliação internacional Conselho Nacional de Bethnahrin[1]
Conselho Democrático Sírio
3 / 43
Ala militar Conselho Militar Siríaco
Ala militar feminina Forças de Proteção das Mulheres de Bethnahrain
Forças de segurança Sutoro
Afiliação de Rojava Movimento por uma Sociedade Democrática
Cores Vermelho e Amarelo
Página oficial
http://www.syriac-union.org/
Política da Síria

Partidos políticos


Papel no Cantão de Jazira em Rojava editar

Com o início da Guerra Civil Síria em 2011, o Partido da União Siríaca aliou-se com o Partido da União Democrática curdo (PYD), com o qual partilha as ideias secularistas e de esquerda.[1] O Partido da União Siríaca mais tarde aderiu ao Movimento para uma Sociedade Democrática (TEV-DEM), a aliança liderada pelo PYD que governa Rojava, tendo 3 deputados no Conselho Democrático Sírio.

O Partido da União Siríaca criou a milícia Conselho Militar Siríaco e a força policial Sutoro para proteger as comunidades assírias que habitam o nordeste da Síria[2] Sutoro foi integrada na força policial Asayish do cantão de Jazira da Federação da Síria do Norte - Rojava, mas o ramo de Qamishli mais tarde separou-se e aliou-se ao regime de Assad com o nome de Sootoro.[3] O Conselho Militar Siríaco tem colaborado proximamente com as predominantemente curdas Unidades de Proteção Popular (YPG) [4] e participam nas Forças Democráticas Sírias (SDF).

Perseguição pelo governo de Assad editar

O Partido da União Siríaca tem sido sujeito a continua repressão pelo regime de Assad durante a guerra civil, apesar de integrar a oposição não-violenta e semi-tolerada do Comitê Nacional de Coordenação para a Mudança Democrática. A 6 de junho de 2013, em Qamishli, forças governamentais invadiram a residência de Rubel Gabriel Bahho, membro do comité executivo do partido, e aprisionaram-no.[5] A 12 de agosto de 2013, as forças de segurança detiveram Sait Malki Cosar, vice-presidente do partido e pai de Joahann Cosar, líder do Sutoro, quando este desembarcava no aeroporto de Qamishli, depois de uma visita à Suiça, onde ele posui dupla nacionalidade.[6] Depois ficar várias dias detido em Qamishli, Cosar foi transferido para uma prisão nos arredores de Damasco e deixou de haver contacto com ele.[7] O seu destino permanece desconhecido em Abril de 2017.

Há rumores de que Cosar terá morrido sob custódia, em circunstâncias suspeitas.[7] O governo apresentou um certidão de óbito para Cosar declarando que este teria morrido em Damasco de uma falha cardíaca às 22:00[8] ou às 22:25[6] no dia da sua prisão, embora o seu avião não tenha chegado em Qamishli antes das 22:30;[6] apesar de pedidos tanto do Partido da União Siríaca como da sua família, os responsa´veis governamentais recusaram-se a apresentar o corpo.[7] Os familiares de Cosar alegado terão conseguido entrar em contacto com os médicos que, em Damasco, assinaram a certidão de óbito, que lhes disserem que o governo frequentemte os obriga a assinar certidões de óbito para detidos sem os permitir sequer ver os cadáveres.[6][8] Tanto familiares como amigos e colegad de partido acreditam que Cosar pode ainda estar vivo,[6] e alegam que o governo está a tentar ocultar que ele terá sido torturado sob custódia.[8]

Atividades na Europa editar

A 15 de agosto de 2012, membros do Partido da União Siríaca invadiram a a embaixada síria em Estocolmo protestando contra o governo sírio. Uma dúzia dos seus membros foi depois detida pela polícia sueca.[9]

Ver também editar

Referências

  1. a b c Drott, Carl (25 de maio de 2015). «The Revolutionaries of Bethnahrin». Warscapes (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2017 
  2. «Qamishli's Cold War». Middle East Online (em inglês). 18 de novembro de 2013 
  3. Drott, Carl (18 de novembro de 2013). «Qamishli's Cold War» (em inglês). Le Monde Diplomatique. Consultado em 10 de dezembro de 2013 
  4. Glioti, Andrea (20 junho de 2013). «Syriac Christians, Kurds Boost Cooperation in Syria». Al-Monitor. Consultado em 10 de abril de 2017. Arquivado do original em 6 de abril de 2015 
  5. بيان حول اعتقال عضو حزب االتحاد السرياني السوريروبيل بحو (PDF) (em árabe). Partido da União Siríaca. 7 de junho de 2013. Consultado em 25 de fevereiro de 2014 [ligação inativa]
  6. a b c d e Zihlmann, Oliver; Imbach, Florian; Glaus, Daniel; Schmid, Claudia (26 de janeiro de 2014). «Schweizer in Syrien verschollen» (em alemão). Sonntags Zeitung. Consultado em 25 de fevereiro de 2014 
  7. a b c «Syriac Leader Arrested by Assad-Regime» (PDF). ESU Newsletter: The Voice of the Syriacs (em inglês) (29). European Syriac Union. Outubro de 2013. Consultado em 25 de fevereiro de 2014 
  8. a b c Illarietti, Davide (26 de janeiro de 2014). «Ticinese rapito, spunta un certificato di morte "per arresto cardiaco"» (em italiano). Tio. Consultado em 25 de fevereiro de 2014 
  9. «Syrian embassy protest sees several detained in Sweden» (em inglês). IceNews. 15 de agosto de 2012. Consultado em 11 de abril de 2017