Patrícia Furlong

artista visual, artista contemporânea brasileira, pintora.

Patricia Furlong Woldmar (Porto Alegre, 07 de dezembro de 1955) é uma artista plástica brasileira.

Patrícia Furlong
Nascimento Patricia Furlong Woldmar
7 de dezembro de 1955
Porto Alegre
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação artista plástica
Página oficial
https://www.patriciafurlong.com/

Biografia

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Formou-se em Educação Artística na Fundação Armando Alvares Penteado de São Paulo em 1980, sendo aluna de aluna de Regina Silveira e Julio Plaza.[1] Logo após passou a trabalhar com Ziraldo e Zélio Alves Pinto na escola Ebart. No início de sua carreira trabalhou com pintura, técnica estava retornando à cena depois de anos desprestigiada, tematizando a paisagem urbana e seus cenários carregados de poluição visual, muitas vezes associando pintura e fotografia e interferindo nas imagens de modo a alterar o significado de letreiros e sinais.[1][2]

Em 1991 ministrou o curso Do Surrealismo Abstrato ao Expressionismo Abstrato, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Entrando em contato com o grupo reunido no Atelier Frederico Steidel, passando a fazer parte do projeto Cursos no Atelier em 1993. Em 1995 ministrou o workshop Miró, São Paulo Pincel e Papel, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e participou de um workshop em intermídia com Judite dos Santos, na Universidade de São Paulo. Em 1998 acompanhou como ouvinte o curso Polêmicas da Modernidade: a Metamodernidade, ministrado por Philadelpho Menezes.[1] Na década de 1990 trabalhou com suportes alternativos, fusão de linguagens, interatividade e apropriação de objetos das ruas, como placas e sinais, enfatizando a palavra escrita, os grafismos, os símbolos, e dando-lhes novas leituras.[1][3] Na análise de Philadelpho Menezes,

Mesmo lidando com palavras. não é na problematização das relações entre aspectos semânticos e formais que seu trabalho se fixa (se o fizesse, adentraria na fronteira tênue da poesia visual). E predominantemente na força da sua visualidade que o signo verbal se apresenta, seduz indo sensorialmente o observador de seus trabalhos para um jogo de movimentos gráficos, para o seu manuseio e transformação constante que interfere menos em sua dimensão semântica (por mais que sejam alteradas em sua ordem, as frases prontas são sempre dotadas de uma força gestáltica que as fazem legíveis) e mais na sua dimensão plástico-visual, carregada de ludismo da sensibilidade retiniana e espacial típica do exercício das artes plásticas. A natureza do trabalho de Patrícia Furlong evidencia também o suporte como problema central da estética hoje. Num ambiente em que novas tecnologias dão o tom da materialidade digital para a comunicação estética, quando tudo existe para terminar em rede, um trabalho que sugere o contato físico do observador com a obra desloca esse observador de seu mundo cotidiano para a esfera do jogo infantil despretensioso (mais no sentido do desinteresse atento), que faz do contato um contágio, na acepção cunhada por Tolstoi (em O que é a arte), para discernir o que dá à arte verdadeira sua natureza eficaz e duradoura (contraposta, contemporaneamente, à eficiência e ao efêmero instantâneo da cultura digital)".[3]

Em 2002, juntamente com Edith Derdyk, coordenou o projeto O Desenho e Seus Papéis, no Sesc Pompeia. No ano seguinte fundou um grupo de estudos em arte contemporânea, que levou à criação do grupo Em Branco, com a participação de Adriana Rocha, Ana Michaelis, Arnaldo Battaglini, Carlos Camargo, Celso Orsini, Cris Rocha e Edith Derdyk, realizando com eles várias exposições.[1] Na exposição coletiva realizada no Palácio das Artes em 2006, os interesses do grupo foram descritos por Derdyk: "Constatamos que nossos trabalhos têm uma linguagem e uma diversidade material e conceitual muito grande, então, foi a partir das diferenças que o grupo se formou, justamente com a ideia de discuti-las. A partir desse foco é que surgiu o nome Em Branco, que é o espaço possível de se inaugurar o processo de criação".[4]

Nesta altura já estava vivendo em uma área arborizada, e seu interesse passou para a paisagem natural, investigando diversas técnicas, como a aquarela, o óleo e o acrílico, em variadas dimensões e suportes. Começou também a praticar a pintura ao ar livre e a desenvolver uma linguagem pictórica mais gestual.[2] O primeiro resultado desta fase foi a série Jardins.[1]

Exposições

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Desde os anos oitenta, a artista realizou dezenas de exposições coletivas,[1] entre elas:

Já realizou individuais na Embaixada do Brasil na Itália (1987), no Lyngby Kunstforening (Copenhague, Dinamarca, 1987), na Galeria Arte&Fato (Porto Alegre, 1988), na Sadalla Galeria de Arte (São Paulo, 1988), na Galeria de Arte São Paulo (1992), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1993), no Museu de Arte de Ribeirão Preto (2003), na Galeria Penteado (São Paulo, 2010), entre outros locais.[1]

Tem obras em vários acervos institucionais, entre eles o Instituto Figueiredo Ferraz de Ribeirão Preto,[7] o Museu de Arte Brasileira da FAAP, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte de Santa Catarina, e o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.[8]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n "Patricia Furlong". Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Itaú Cultural, 2023
  2. a b Machado, Juliana Martins. "Da paisagem urbana à natural: arte de Patricia Furlong". Revista Circuito, 23/05/2023
  3. a b Menezes, Philadelpho. "Patrícia Furlong". In: Panorama de 99. Catálogo. Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1999, pp. 198-199
  4. a b Barbosa, Daniel. "Coletiva Branco traz obras de sete artistas de São Paulo". O Tempo, 01/08/2006
  5. "Mostra Água, paisagem alterada inaugura no Margs". Correio do Povo, 07/06/2016
  6. Tourais, Nathália. "Água, paisagem alterada". Guia da Semana, 12-30/03/2016
  7. Instituto Figueiredo Ferraz – Coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz. [S.l.: s.n.] 2014. p. 241. ISBN 978-85-67702-00-1 
  8. "O jardim perfeito de Patrícia Furlong em exposição". Campinas.com, 03/08/2010

Ligações externas

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