Pavilhão Mourisco
O Pavilhão Mourisco, também conhecido como Castelo da Fiocruz ou Palácio de Manguinhos, foi projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior com base em desenhos do próprio Oswaldo Cruz. A edificação, com forte inspiração do Palácio de Alhambra (Granada, Espanha), começou a ser construída em 1905 e foi inaugurada em 1918.[1] O edifício que mescla referências mouriscas e europeias se situa no alto de uma colina, destacando-se na paisagem da cidade do Rio de Janeiro. Grande parte dos seus materiais construtivos foi importada, com exceção da madeira e do granito, e sua construção foi executada por mão de obra estrangeira, embora houvesse também brasileiros na equipe, que passaram a morar nas redondezas, sobretudo na área onde hoje se situa a comunidade do Amorim.[1][2][3]
Pavilhão Mourisco | |
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Tipo | edifício |
Administração | |
Proprietário(a) | Fundação Oswaldo Cruz |
Operador(a) | Fundação Oswaldo Cruz |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | Rio de Janeiro - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo IPHAN |
A instituição que receberia seu nome, foi imaginada por Oswaldo Cruz à semelhança ao Instituto Pasteur, em Paris, reunindo a produção de vacinas e remédios, a pesquisa científica e demais atividades ligadas à saúde pública. Hoje, o edifício abriga áreas administrativas da Presidência da Fiocruz e do Instituto Oswaldo Cruz, mas, também importantes acervos como a Coleção Entomológica, a Seção de Obras Raras da Biblioteca de Manguinhos. O Pavilhão Mourisco está aberto à visitação pública, fazendo parte do circuito oferecido pelo Museu da Vida Fiocruz da Casa de Oswaldo Cruz.[3]
Em 1981 o pavilhão foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) junto com a Cavalariça da Fiocruz e o Pavilhão da Peste. A própria Fiocruz atua na preservação e restauração do conjunto, assim como de todo o patrimônio arquitetônico, arqueológico e urbanístico da Fundação.[3][4]
Por sua importância histórica, cultural e científica, o Pavilhão Mourisco da Fiocruz é candidato a Patrimônio Cultural da Humanidade[5].
Arquitetura
editarO Pavilhão Mourisco é parte do conjunto de edificações projetado para abrigar as atividades de pesquisa, ensino e produção do então Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900 no terreno de uma antiga fazenda de Manguinhos. O conjunto arquitetônico, que hoje compõe o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos, é composto ainda pela Cavalariça e Pavilhão da Peste (atual Pavilhão do Relógio). Foi implantado em uma das colinas do terreno para garantir melhor visibilidade ao conjunto, além de melhores condições de ventilação e insolação dos edifícios.[6]
Projetado por Luiz Moraes Júnior, para abrigar laboratórios científicos, biblioteca e um museu, o Pavilhão Mourisco tem cinco pavimentos e fachadas em tijolo cerâmico sobre uma base de granito. O estilo neo-mourisco do edifício é conferido por seus detalhes construtivos, reforçado pelas inscrições no estuque ornamental, pelos azulejos em tapetes multicoloridos das varandas, e pela ornamentação dos elementos de coroamento do edifício, como as ameias e os torreões em argamassa de cimento, além das duas torres com cúpulas em cobre.
No projeto do Pavilhão Mourisco foram utilizados elementos característicos da arquitetura portuguesa, inglesa e mourisca. A influência inglesa se nota na adoção de uma planta em forma de “H”, no hall de entrada central com uma grande escadaria e uma profusão de ornatos. A planta em “H” também faz referência às construções hospitalares da época, em que se procurava facilitar a ventilação e a higiene dos ambientes internos do edifício. Isso reforça a importância deste edifício não apenas do ponto de visto estético, mas também para a área da saúde. Quanto à arquitetura portuguesa, destacam-se a utilização de um pátio aberto para os fundos da edificação, característica típica dos solares do século XVII, sendo o arquiteto um português, nascido em Faro, Portugal. A rica ornamentação das áreas nobres do Pavilhão Mourisco segue a linguagem árabe da arquitetura mourisca, inspirada em Alhambra, destacando-se os seguintes elementos: painéis em gesso e madeira com estuque ornamental, azulejos e pastilhas decoradas. Outros elementos de destaque no edifício são o uso de porão elevado, os materiais utilizados no revestimento das fachadas, os arcos e balaústres das varandas, as amplas janelas em ferro, as duas torres com cúpulas de cobre, e as ameias e torreões que ornamentam os terraços de cobertura.[7][8]
O edifício chama a atenção de quem transita pela Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, destacando-se na paisagem acima da copa das árvores do Campus Fiocruz Manguinhos.[carece de fontes]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b dos Santos, Ricardo Augusto (2018). «100 anos do Castelo da Fiocruz: os pedreiros do Castelo da Avenida Brasil». https://brasilianafotografica.bn.gov.br/. Consultado em 1 de agosto de 2023
- ↑ Martins, Ana Cecilia,; Rio de Janeiro (Brazil). Secretaria Municipal de Cultura,. Guia da arquitetura do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: [s.n.] OCLC 995850633
- ↑ a b c «Castelo: Patrimônio da ciência». Fiocruz. Consultado em 3 de janeiro de 2021
- ↑ «Bens Tombados». IPHAN. Consultado em 3 de outubro de 2020
- ↑ «Castelo da Fiocruz pode virar patrimônio mundial». Revista Encontro. 3 de dezembro de 2018. Consultado em 9 de agosto de 2023
- ↑ Dias, Ezequiel (1918). O Instituto Oswaldo Cruz. Resumo histórico (1899-1918). Rio de Janeiro: Manguinhos
- ↑ Benchimol, Jaime L. (1990). Manguinhos do sonho à vida : a ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz
- ↑ Oliveira, Benedito Tadeu de; Costa, Renato Gama-Rosa; Pessoa, Alexandre José de Souza (2003). Um lugar para ciência: a formação do campus de Manguinhos. Rio de Janeiro: Fiocruz. ISBN 85-7541-018-0