Phantasmarana tamuia

espécie de anfíbio

Phantasmarana tamuia é uma das espécies popularmente conhecidas como rã-gigante-de-corredeira. É um anfíbio pertencente à família dos hilodídeos (Hylodidae). É endêmica do estado de São Paulo e conhecida apenas em duas localidades: no Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleo Cunha) no município de Cunha, e no Núcleo Santa Virgínia no município de São Luiz da Paraitinga.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPhantasmarana tamuia
Taxocaixa sem imagem
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Hylodidae
Género: Phantasmarana
Espécie: P. tamuia
Nome binomial
Phantasmarana tamuia
de Sá, Condez, Lyra, Haddad, & Malagoli, 2022

Etimologia editar

O epíteto específico “tamuia” é derivado da palavra indígena tupi “amuia”, que significa “antigo", "avô”.[2] Na língua tupi brasileira, a palavra “tamuia” homenageia as diversas etnias indígenas distintas que se aliaram para lutar contra as invasões portuguesas durante o século XVI em seus territórios na Mata Atlântica do sudeste do Brasil. Os tamoios são um povo que originalmente habitava uma grande área, incluindo os locais onde a espécie foi descoberta, que são hoje considerados sinônimo de força e resistência.

Descrição editar

A série-tipo consiste em quatro espécimes, com uma fêmea (holótipo) medindo 101,9 mm, um macho medindo 99,9 mm e dois juvenis variando entre 55,4–68,6mm de comprimento rostro-cloacal. Os adultos possuem corpos robustos e os girinos possuem um corpo elíptico, sendo maiores na região anterior e com maior comprimento corporal do que altura. Apresentam a pele dorsal levemente granulosa e uma coloração cinza no ventre com manchas amarelas bem definidas.[1]

Habitat editar

Adultos e jovens da espécie são sempre encontrados associados a riachos de médio porte e correntezas de fluxo rápido, restritos a uma faixa de elevação (entre 750-820m de altitude) de florestas tropicais de altitude da Mata Atlântica.[1]

Comportamento editar

De forma geral, são animais diurnos. Não há nenhuma gravação de canto de anúncio para a espécie, assim como para todas as outras do mesmo gênero, e não há dados sobre a reprodução dessa espécie. São animais que produzem alta quantidade de secreção, o que dificulta sua captura. Os adultos são reservados, fugindo para as correntezas quando ameaçados e voltando minutos depois para o mesmo local, indicando que é uma espécie territorialista.[1] Os girinos foram registrados alimentando-se entre rochas nos riachos de da localidade-tipo. São relativamente grandes, bentônicos e ativos durante a noite. São fotossensíveis, escondendo-se instantaneamente entre quando perturbados pela luz.[1]

Referências

  1. a b c d e de Sá, Fábio P.; Condez, Thais H.; Lyra, Mariana L.; Haddad, Célio F. B.; Malagoli, Leo R. (2022). «Unveiling the diversity of Giant Neotropical Torrent frogs (Hylodidae): phylogenetic relationships, morphology, and the description of two new species». Systematics and Biodiversity. 
  2. Navarro, E. A. (2013). «Dicionário de Tupi antigo: A língua indıgena clássica do Brasil». Global Editora.