O pirá-tamanduá ou somente pirá (Conorhynchos conirostris) é um peixe teleósteo, siluriforme, da família dos pimelodídeos, nativo da bacia do Rio São Francisco, sobretudo nos rios das Velhas e Cipó, em Minas Gerais. Atinge até um metro de comprimento e possui focinho alongado, dorso azulado e ventre esbranquiçado.[1][2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPirá-tamanduá

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Siluriformes
Família: Pimelodidae
Género: Conorhynchos
Espécie: C. conirostris
Nome binomial
Conorhynchos conirostris

É considerado o peixe-símbolo do rio São Francisco e sua bacia.[3]

Descrição editar

É a terceira maior espécie existente na bacia sanfranciscana, identificada em 1840 por Valenciennes. De hábitos migratórios, o local de desova e berçário ainda não são conhecidos, e estudo recente aponta o rio Paracatu como seu principal habitat.[4]

De coloração azulada brilhante, tem grande bico cônico que lembra o tamanduá, podendo atingir 13 kg. Sua carne branca e sem espinhas o tornam bastante apreciado na culinária.[3]

Situação atual editar

Depois de mais de cinquenta anos sem ser localizado na região do Baixo São Francisco, o pirá foi novamente ali encontrado no ano de 2020. Apesar de relativamente comum nas regiões do Alto e Médio São Francisco, a pesca intensa e também os barramentos efetuados, provocaram sua extinção naquela parte da bacia. Medidas adotadas pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, como o peixamento entre 2017 e 2018, bem como a possibilidade de o peixe haver sido levado pelas turbinas das usinas, fizeram com que voltasse a povoar o trecho de desembocadura.[3]

Estudo de 2018 pedia sua retirada da lista de espécies ameaçadas, apesar de registrar a redução geográfica de sua ocorrência a partir da década de 1970.[4] Apesar de sua pesca ser proibida, ela continua de modo clandestino.[3]

Ver também editar

Referências

  1. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) 2021. Conorhynchos conirostris. The IUCN Red List of Threatened Species 2021: e.T187028A1822039. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T187028A1822039.pt .Accessed on 18 January 2022
  2. Alexandre Lima Godinho; Hugo Pereira Godinho (2003). «Breve visão do São Francisco, p. 15-24» (PDF). Consultado em 13 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 13 de fevereiro de 2019. Capítulo extraído de: H.P. Godinho & A.L. Godinho (org.). Águas, peixes e pescadores do São Francisco das Minas Gerais. Belo Horizonte: PUC Minas, 468 p. 
  3. a b c d Deisy Nascimento (7 de maio de 2020). «O Pirá, peixe-símbolo da BHSF, reaparece na região do Baixo São Francisco após quase cinco décadas de sumiço». Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco. Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 29 de janeiro de 2022 
  4. a b Alexandre Lima Godinho; Hugo Pereira Godinho (2018). «Fisheries, life-history and conservation status of the catfish pirá Conorhynchos conirostris (Ostariophysi: Siluriformes) in Brazil» (em inglês). Scielo. Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2023 
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