Piso tátil

Superfície com textura para auxiliar os cegos na locomoção

Piso tátil,[1] piso podotátil,[2] superfície tátil ou pavimento tátil[3] são faixas em alto-relevo fixadas no chão para fornecer auxílio na locomoção pessoal de deficientes visuais.[3][2] Esses pisos têm, como serventia, auxiliar a caminhada das pessoas, sejam elas deficientes visuais, crianças, idosos e até mesmo turistas. Como revestimento de chão, os pisos táteis não funcionam sozinhos e sim com uma composição de peças que caracterizam uma caminhada segura e com autonomia.

Piso tátil em Belo Horizonte, no Brasil

Portanto, deve ser levado em consideração o desenho universal deste produto, lembrando que o seu significado deve ser evidente e de fácil reconhecimento, expressando uma linguagem simbólica onde quer que se encontrem. É fundamental que a implementação do piso tátil seja realizada levando em conta a usabilidade de seu usuário. Deve-se evitar de todas as maneiras guiar o deficiente visual a áreas sem saída ou que possam oferecer perigo. Todo obstáculo deve estar devidamente sinalizado com o piso tátil de alerta. São áreas como portas de elevadores, escritórios e banheiros, escadas, catracas, entre outros.

Etimologia editar

"Podo" significa "pé",[1] e "tátil" vem de tato (sentido). Assim, "podotátil" significado "sensação através dos pés".

Características editar

Geralmente, os sistemas de orientação de pavimentos consistem em tiras de orientação e painéis de atenção.[4] As tiras de orientação fornecem orientação e orientação para destinos importantes, tais como saídas e entradas, escadas, elevadores e em grandes áreas, por exemplo, praças, ou ajudam a evitar obstáculos.

Os campos de atenção[5] podem ter funções muito diferentes:

  • Os campos de ramificação indicam junções ou mudanças de direcção.
  • Os campos direccionais indicam direcções, por exemplo, para passagens de faixa.
  • As faixas de localização indicam o início de um sistema de orientação para os destinos cegos ou laterais, por exemplo, paragens ou elevadores.
  • Os painéis de entrada marcam a entrada, p. ex. em paragens de autocarros.
  • Campos de aviso avisam sobre obstáculos
  • As faixas de captura delimitam áreas acessíveis, por exemplo, em plataformas

Cor contrastante editar

O contraste de cores é importante na concepção de sistemas de orientação para os cegos. O Departamento de Transportes do Reino Unido e também a Associação Alemã de Cegos e Deficientes Visuais (DBSV)[6] sublinham a importância do contraste. Eles recomendam que as pedras de pavimentação tácteis sejam selecionadas de modo a terem um forte contraste de cor com o material de pavimentação circundante, uma vez que estudos demonstraram que isto ajuda os deficientes visuais a encontrar o seu caminho. Isto também se aplica aos bordos dos degraus. A maioria das pedras de pavimentação tácteis está disponível numa gama de cores e materiais, pelo que é fácil conseguir um bom contraste de cor com a escolha certa de pavimentação táctil.

Um motivo também de o Piso Tátil ter que ser contrastante é por que ele guia não só pessoas que perderam 100% da visão, tem pessoas chamadas: "Baixa Visão" enxergam parcialmente, e essas pessoas se guiam pelo contraste entre o Piso Tátil e o Piso adjacente.

História editar

 
Seiichi Miyake.

Para ajudar seu amigo, Seiichi Miyake inventou os "tijolos Tenji" (tijolos Braille). Ele os apresentou pela primeira vez a uma escola para cegos na cidade de Okayama, em março de 1967; nos anos seguintes, iniciou-se sua aplicação nas plataformas de trens e metrôs a fim de indicar, aos passageiros, o limite de chegada na beira da plataforma, evitando, assim, acidentes. A ideia de Miyake proliferou na Europa e foi adotada em todo o mundo. Cada país desenvolveu normas e manuais de aplicação do produto.[7][8]

No Brasil editar

No Brasil, os pisos táteis já existem há algum tempo. A NBR 9050 apresenta estes produtos desde o ano de 2004. Porém seu conhecimento é relativamente novo, persistindo muito o que fazer para melhorar a acessibilidade no Brasil. A regulamentação da obrigatoriedade do seu uso normalmente é feita no município e de forma independente. Por exemplo: em Londrina, São Paulo, Sorocaba etc.

No Brasil, existem duas tipologias de pisos táteis, descritos pela NBR 9050 como sinalização tátil do piso:

  • Piso direcional conhecido como guia: têm, como função, guiar a pessoa através de uma trilha.
  • Pisos alerta: têm, como função, alertar a pessoa de perigo e obstáculos como mobiliário urbano, por exemplo.

Ver também editar

 
Commons
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Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 351.
  2. a b L. Wright, Charles (2001). «4». Facilitando o transporte para todos. [S.l.]: Bando Interamericano de Desenvolvimento. p. 42. 92 páginas. ISBN 1886938881 
  3. a b G1; Portal G1 (1º de outubro de 2011). «Piso tátil para cegos termina em parede em estação de trem de SP». G1 SP. Rede Globo. Consultado em 7 de outubro de 2011 
  4. «Blindenleitsysteme aus taktilen Bodenindikatoren ⚠» (em alemão). 24 de janeiro de 2021. Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  5. «Taktile Blindenleitsysteme aus Kunststoff, Aluminium, Stahl und Beton - Industriegroßhandel für Industriebedarf». www.dede-industrieausstattung.de. Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  6. «Kontrastbestimmung». www.dbsv.org (em alemão). Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  7. Jackson Ryan (17 de março de 2019). «Google Doodle pays tribute to Japanese inventor Seiichi Miyake». CNET 
  8. «Celebrating Seiichi Miyake». Google (em inglês). Consultado em 18 de março de 2019