Os polixénidos (Polyxenida) são uma ordem de artrópodes miriápodes diplópodes, que se caracterizam pelo seu corpo suave, não calcificado e articulado por tufos de cerdas ou pêlos. Existem pelo menos 86 espécies existentes classificadas em quatro famílias e são os únicos membros vivos da subclasse Penicillata.

Descrição

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Os polixénidos diferem doutros milípedes por terem um exoesqueleto suave e não calcificado com cêlos ou cerdas, por apresentarem poucas patas (não mais de 17 pares) e pela ausência de apêndices copulatórios nos machos. Os indivíduos são pequenos, entre dois e cinco milímetros e com um comprimento máximo de sete milímetros, e vivem em fendas das cascas.

Defesa

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Estes milípedes peludos não possuem defesas químicas nem um exoesqueleto duro e calcificado como os outros diplópodes,[1] pelo que utilizam por sua vez um único sistema defensivo: os seus peculiares pêlos ou cerdas dispostos em plumas ou séries que se podem separar facilmente e enredar-se nos membros e boca dos insectos predadores.[2]

Reprodução

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Os machos carecem dos apêndice modificados de transferência de esperma (gonópodes) que se encontram na maioria dos demais grupos de diplópodes, por isso a transferência de esperma é indireta: os machos depositam um espermatóforo que é recolhido posteriormente pelas fêmeas.[3]

Muitas espécies desta ordem reproduzem-se assexualmente através da partenogénese, isto é, as fêmeas põem ovos sem acasalamento e os machos não se encontram presentes ou são raros.[4]

Classificação

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Phryssonotus brevicapensis (Synxenidae), uma espécie da África do Sul descrita em 2011.[5]

Polyxenida é a única ordem existente da subclasse Penicillata, a subclase basal dos diplópodes. Penicillata é o grupo irmão de todos os demais diplópodes viventes: as infraclasses Pentazonia e Helminthomorpha).[6][7]

Em 2003 Polyxenida continha 159 espécies ou subespécies válidas,[8] embora pelo menos oito novas espécies tenham sido descritas desde 2010.[5][9][10]

Registo fóssil

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Os primeiros fósseis representantes da Polyxenida foram descobertos em âmbar no Líbano e datam do período Cretáceo inferior.[11] Alguns autores descrevem as ordens extintas Arthropleurida e Eoarthropleurida (a cada uma representada por um único género) dentro do Penicillata como grupo irmão do Polyxenida.[12][13]

Referências

  1. Shelley, Rowland M. «The Myriapoda (Millipedes, Centipedes) Featuring the North American Fauna». Consultado em 12 de outubro de 2013 
  2. Eisner, T; Eisner, M; Deyrup, M (1996). «Millipede defense: use of detachable bristles to entangle ants» (PDF). Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 93 (20): 10848–51. PMC 38244 . PMID 8855269. doi:10.1073/pnas.93.20.10848 
  3. Shelley, Rowland M. (1999). «Centipedes and Millipedes with Emphasis on North American Fauna». The Kansas School Naturalist. 45 (3): 1–16 
  4. Barnes, Robert D. (1987). «15. The myriapods». Invertebrate zoology 5th ed. Philadelphia: Saunders College Pub. pp. 674–683 
  5. a b Nguyen Duy - Jacquemin, Monique; Uys, Charmaine; Geoffroy, Jean-Jacques (2011). «Two remarkable new species of Penicillata (Diplopoda, Polyxenida) from Table Mountain National Park (Cape Town, South Africa)» (PDF). ZooKeys. 156 (0): 85–103. PMC 3253573 . PMID 22303097. doi:10.3897/zookeys.156.2211 
  6. Sierwald, Petra; Bond, Jason E. (2007). «Current Status of the Myriapod Class Diplopoda (Millipedes): Taxonomic Diversity and Phylogeny». Annual Review of Entomology. 52 (1): 401–420. PMID 17163800. doi:10.1146/annurev.ento.52.111805.090210 
  7. Shear, W (2011). «Class Diplopoda de Blainville in Gervais, 1844. In: Zhang, Z.-Q.(ed.) Animal biodiversity : an outline of higher-level classification and survey of taxonomic richness» (PDF). Zootaxa. 3148: 159–164 
  8. Nguyen Duy-Jacquemin, M.; J.-J. Geoffroy (2003). «A revised comprehensive checklist, relational database, and taxonomic system of reference for the bristly millipedes of the world (Diplopoda, Polyxenida)». African Invertebrates. 44 (1): 89–101 
  9. Short, Megan; Huynh, Cuong (2011). «The genus Unixenus Jones, 1944 (Diplopoda, Penicillata, Polyxenida) in Australia». ZooKeys. 156: 105–122. doi:10.3897/zookeys.156.2168 
  10. Short, Megan; Huynh, Cuong (2013). «Four new species of Unixenus Jones, 1944 (Diplopoda, Penicillata, Polyxenida) from Australia». ZooKeys. 278: 75–90. PMC 3677348 . PMID 23794829. doi:10.3897/zookeys.278.4765 
  11. Duy-Jacquemin, MN; Azar, D (2004). «The oldest records of Polyxenida (Myriapoda, Diplopoda): New discoveries from the Cretaceous ambers of Lebanon and France». Geodiversitas. 26 (4): 631–641 
  12. Shear, William A.; Edgecombe, Gregory D. (2010). «The geological record and phylogeny of the Myriapoda». Arthropod Structure & Development. 39 (2–3): 174–190. PMID 19944188. doi:10.1016/j.asd.2009.11.002 
  13. Kraus, O; C. Brauckman (2003). «Fossil giants and surviving dwarfs. Arthropleurida and Pselaphognatha (Ateolocerata, Diplopoda): characters, phylogenetic relationships and construction». Verh. Naturwiss. Ver. Hamburg. 40 (5): 5–50