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Amílcar Cabral (Bafatá, 12 de setembro de 1924Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

Nascido na Guiné Portuguesa mudou-se para Cabo Verde ainda criança, onde completou o curso liceal em 1943. Em 1945, uma bolsa de estudos permitiu-lhe ingressar no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, onde se licenciou em 1950, tendo trabalhado durante dois anos na Estação Agronómica de Santarém.

Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Nestas funções, calcorreou grande parte do país, adquirindo um conhecimento profundo da sua realidade social. No entanto, as suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do governador Melo e Alvim que o obrigou a ir para Angola.

Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, Luís Cabral e outros, fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e, a 23 de janeiro de 1963, deu início à luta armada pela independência. Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar por Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, foi recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o governador da Guiné Portuguesa António de Spínola determina o início da Operação Mar Verde que, entre outros objetivos, visava capturar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri, capital da vizinha República da Guiné. A operação não teve sucesso.

Amílcar Cabral acabou por ser assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, por dois membros guineenses do seu próprio partido. Após da morte de Cabral a luta armada intensificou-se e a independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973. Seu meio-irmão, Luís Cabral, foi nomeado o primeiro presidente do jovem país.