Projeto de Carlos Cascaldi, João Vilanova Artigas, Mário Wagner Vieira da Cunha, Paulo de Camargo e Almeida para o Plano Piloto de Brasília

O Projeto de Carlos Cascaldi, João Vilanova Artigas, Mário Wagner Vieira da Cunha, Paulo de Camargo e Almeida para o Plano Piloto de Brasília foi um dos projetos submetidos ao Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil. A equipe de arquitetos da Escola Paulista liderada por Artigas contava com, além dos quatro arquitetos principais, o apoio dos arquitetos Heitor Ferreira de Souza, Júlio Roberto Katinsky, Mário Alfredo Reginato e Ubirajar Gilioli, além de diversos outros profissionais de várias áreas do conhecimento.[1]

O projeto da equipe de Artigas, que foi a proposta 1[2], terminou o concurso no quinto lugar entre 26 propostas submetidas, empatado com outras duas equipes, a de Henrique E. Mindlin e Giancarlo Palanti e a Construtécnica S/A de Milton C. Ghiraldini. O concurso foi vencido pela proposta 22 de Lúcio Costa, que foi elogiada por Artigas, diferente da proposta da própria equipe, que ele acho insatisfatória. Apesar disso, a proposta da equipe de Artigas foi divulgado em diversas revistas de arquitetura da época como Módulo, Habitat e Acrópole.[1]

Antecedentes editar

A transferência da capital federal do Rio de Janeiro para uma nova cidade no Planalto Central havia se tornado a meta-síntese do governo do presidente Juscelino Kubitschek. Tendo vencido as resistências políticas e as burocracias, o presidente pediu a Oscar Niemeyer, seu arquiteto de confiança, que projetasse a nova capital. Entretando, Niemeyer não quis fazer o projeto urbanístico, ficando apenas com os edifícios. Para projetar a cidade, ele sugere a criação de um concurso nacional com a participação do Instituto de Arquitetos do Brasil, o que é aceito por Juscelino.[3]

Assim, em 1956 foi criada a Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Nova Capital Federal, que anunciou o Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, com o edital da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) estabelecendo as regras que incluíam, por exemplo, que a cidade fosse projetada para 500 mil habitantes e a localização da área de cinco mil quilômetros quadrados. 62 concorrentes participaram do concurso, com 26 propostas apresentadas, entre elas a da equipe de arquitetos liderada por Vilanova Artigas, que mais tarde seria conhecido como um dos grandes nomes da Escola Paulista.[3]

Proposta editar

Apesar de ainda ter fortes influências da arquitetura moderna, como a grande e rígida setorização, a proposta da equipe de Artigas propunha um projeto de densidade baixa com uma certa união entre zona urbana e rural com grandes áreas verdes numa estrutura em malha, que remetia ao projeto de Chandigarh.

A proposta definiu duas escalas, a local, setorizada para as funções administrativas governamental e cotidiana, e a regional, que serviria para o abastecimento e reorganização do território com as zonas rurais e com as cidades satélites. A equipe também deu grande importância aos estudos populacionais, sendo bastante realista para a época e direcionando a atenção do desenho para a habitação.[4][5][6]

Críticas editar

Júri editar

O júri apreciou os dedicados estudos populacionais da equipe, mas criticou as superquadras do projeto - que eram todas iguais - e o isolamento da parte comercial. Também foi destacada a falta de aproveitamento da parte alta da cidade, a a baixa densidade populacional e da dificuldade para a expansão das cidades satélite.[1]

Artigas editar

Após o fim do concurso, Vilanova Artigas evitou falar sobre ele, tendo uma notória insatisfação com o resultado final. O filho dele, Júlio Camargo Artigas, declarou que o pai concordava com a vitória de Lúcio Costa e não gostava do seu projeto, e o achava limitador demais.[1][7]

Referências editar

  1. a b c d «Concurso para o Plano Piloto de Brasília - Vilanova Artigas (5º Lugar)». Cronologia do Pensamento Urbanístico. Consultado em 22 de julho de 2020 
  2. «Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil - Participantes». brazilia.jor.br. Consultado em 22 de julho de 2020 
  3. a b Tavares, Jeferson (julho de 2007). «50 anos do concurso para Brasília – um breve histórico (1)». vitruvius. Consultado em 22 de julho de 2020 
  4. BRAGA, Aline. (IM)POSSÍVEIS BRASÍLIAS: Os projetos apresentados no concurso do Plano Piloto da Nova Capital Federal. São Paulo: Alameda, 2011. 402p.
  5. «Brasília, 55 anos: conheça os projetos que pensaram a capital do país». EBC. 21 de abril de 2015. Consultado em 21 de julho de 2020 
  6. «As Brasílias que não saíram do papel». Agência CEUB. 19 de abril de 2015. Consultado em 22 de julho de 2020 
  7. Braga, Milton (2010). O Concurso de Brasília. Rio de Janeiro: Cosac e Naify. ISBN 978-8575038963 
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