Quneitra (também grafado Al Qunaytirah, Qunaitira, ou Kuneitra; em árabe: القنيطرة‎) é a capital (em grande parte destruída e abandonada) do governadorato (mohafazah) homônimo.

Quneitra (2001).

Está situada no sudoeste da Síria, em um vale das Colinas de Golã, a 1.010 m de altitude,[1] tendo neve no inverno e extremo calor no verão. Fica a 30 km do Mar da Galileia.

Quneitra foi fundada na era otomana como um caravançarai, na rota das caravanas para Damasco. Seu nome em árabe significa 'pequena ponte'.[2]

Mais tarde, converteu-se em uma guarnição militar, estrategicamente localizada nas proximidades da linha do armistício israelo-árabe de 1949, com cerca de 20.000 habitantes.

Em 10 de junho de 1967, às vésperas do final da Guerra dos Seis Dias, Quneitra caiu sob controle de Israel.[3] Foi brevemente recapturada pela Síria, durante a Guerra do Yom Kipur, em 1973, mas Israel retomou o controle, após uma contraofensiva. De fato, ao longo da guerra, a cidade mudara de mãos várias vezes. Finalmente, unidades blindadas - com o apoio aéreo próximo de aviões Phantom e Skyhawk que usaram napalm contra as tropas sírias - fizeram com que os árabes retrocedessem.[4]

Até o início de junho de 1974, Israel manteve o controle da cidade. Esta voltou ao controle civil sírio, depois do acordo de separação, que havia sido firmado em 31 de maio de 1974, com a mediação dos Estados Unidos. A entrega de Quneitra foi controvertida, pois os colonos israelenses,[5] o Likud e o Mafdal se opuseram [6] e até mesmo estabeleceram um assentamento israelense nos arredores, por um breve período. A retirada entrou em vigor no dia 6 de junho de 1974.[7]

A cidade foi quase totalmente destruída antes da retirada israelense.[8] Em 26 de junho, o presidente sírio Hafez al-Assad viajou a Quneitra, onde se comprometeu a reconstruir a cidade e reclamou o restante dos territórios ocupados, nas Colinas de Golan.[9]

Israel foi duramente criticado pelas Nações Unidas pela destruição da cidade,[10] enquanto Israel criticou a Síria por não reconstruir Quneitra.[11]

Atualmente, Quneitra encontra-se na zona da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (UNDOF)[12] entre Síria e Israel, a curta distância da fronteira de facto entre os dois países.

Referências

  1. Bromiley, Geoffrey William (1994). "Golan". En: The International Standard Bible Encyclopedia, Volume two: E-J. Grand Rapids, Mich.: W.B. Eerdmans, p. 520. ISBN 0-8028-3782-4
  2. Syria Gate. «Quneitra». Consultado em 3 de outubro de 2011. Arquivado do original em 21 de dezembro de 2008 
  3. Livni, Israel (1968). Livni's encyclopedia of Israel stamps (catalogue 1969). Tel Aviv: Sifriyat Ma'ariv. p. 195. Consultado em 11 de março de 2010. El 10 de junio, las autoridades israelíes utilizaron un matasellos, en árabe, Idioma inglés y hebreo, para el correo enviado desde Al-Qunaytirah. 
  4. «Middle East: The War of the Day of Judgment»  Time Magazine, 22 de outubro de 1973.
  5. "Settlers insist Israel keeps Golan". The Times, 7 de maio de 1974, p. 6
  6. "Criticism in Israel over peace pact's concessions to Syria". The Times, 30 de maio de 1974, p. 7
  7. "Israel-Syrian disengagement goes into effect today after detailed plan is signed in Geneva". The Times, 6 de junho de 1974, p. 6
  8. «SYRIA: Returning to Quneitra»  Time, 8 de julho de 1974.
  9. "Egypt offers air force to defend Lebanon". The Times, 26 de junho de 1974, p. 6
  10. Assembleia Geral das Nações Unidas (29 de novembro de 1974). «Resolução 3240 da Assemblea Geral das Nações Unidas» (em inglês) 
  11. Rabinovich, Abraham. The Yom Kippur War: The Epic Encounter that Transformed the Middle East (em inglês). Nueva York: Schocken Books. p. 492. ISBN 0805211241. Consultado em 1 de março de 2010 
  12. Centro de Informação das Nações Unidas - UNIC Rio Conselho de Segurança renova mandato de operação de paz nas Colinas de Golã Arquivado em 19 de agosto de 2011, no Wayback Machine.. 5 de julho de 2010.
 
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Quneitra
  Este artigo sobre Geografia da Síria é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.