Rígel

estrela na constelação de Orion

Coordenadas: Sky map 05h 14m 32.272s, −08° 12′ 05.91″

Rígel (Rigel, β Ori, β Orionis, Beta Orionis) é a estrela mais brilhante da constelação de Orion, e a sétima mais brilhante do céu,[3] com magnitude aparente 0,12. Apesar de ter a designação de Bayer "beta", ela quase sempre é mais brilhante que Betelgeuse (Alpha Orionis).

Rígel
Rígel
Comparação de tamanho entre Rígel e o Sol.
Dados observacionais (J2000.0)
Constelação Orion
Asc. reta 05h 14m 32,3s[1]
Declinação -08° 12′ 05,9″[1]
Magnitude aparente 0,12[1]
Características
Tipo espectral B8Iab[1]
Cor (U-B) -0,65[2]
Cor (B-V) -0,03[2]
Variabilidade Levemente irregular
Astrometria
Velocidade radial 20,7 km/s[1]
Mov. próprio (AR) 1,87 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) −0,56 mas/a[1]
Paralaxe 4,22 ± 0,81[1]
Distância 772,89 anos-luz
236,97[2] pc
Magnitude absoluta -6,7
Detalhes
Massa 18[3] M
Raio 78,9 ± 7,4[4] R
Luminosidade 85 000[3] L
Temperatura 11 500[3] K
Outras denominações
Rigel, Algebar, Elgebar, β Orionis, 19 Orionis, HD 34085, HR 1713, HIP 24436, SAO 131907, TD1 4253.[1]
Rígel

Etimologia

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O nome de Rígel vem da sua posição no "pé esquerdo" de Orionte. Ele é uma contracção de Riǧl Ǧawza al-Yusra, árabe para "pé esquerdo de algo central". Outro nome árabe é رجل الجبار riǧl al-ǧabbār, "o pé de algo maior", que também é a origem do outro nome Algebar. Rígel também é chamada de Algebar ou Elgebar, porém esses nomes raramente são usados.

Rígel é conhecida como 参宿七 (Shēnxiù Qī, "a sétima das três estrelas") em chinês. O nome se deve ao fato que o asterismo das três estrelas era originalmente composto por apenas três estrelas, todas elas do cinturão de Orion. Mais tarde, outras quatro estrelas foram adicionadas a esse asterismo, mas o nome continuou igual.

No Japão, Rígel era chamada de Genji-boshi (源氏星) (devido ao Clã Genji),[5][6] "a estrela do Clã Genji" ou Gin-waki, (銀脇).

Características físicas

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Rígel está além do alcance atual de medidas precisas de paralaxe. Estudos espectroscópicos estimam uma distância entre 700 e 900 anos-luz (210 a 280 parsecs), enquanto o "melhor palpite" da sonda Hipparcos é 773 anos-luz (237 parsecs), com uma margem de erro de 19%. Rígel é uma supergigante azul de 18 massas solares, e tem cerca de 85 000 vezes a luminosidade solar.[3] Rígel é a estrela mais luminosa na região do Sol na Via Láctea, e é tão luminosa que se fosse vista a uma distância de uma UA, ela teria um diâmetro angular de 35° e a sua magnitude aparente seria -38.

Como Rígel é uma estrela luminosa e está em uma região de nebulosidade, ilumina várias nuvens de poeira na sua proximidade, a mais notável sendo IC 2118.[7] Rígel também está associado com a Nebulosa de Orionte, que está duas vezes mais distante da Terra. Apesar da distância, projetando o caminho de Rígel pelo espaço pela sua idade estimada, a estrela é levada para perto da nebulosa. Como resultado, às vezes Rígel é classificado como um membro distante da associação Orion OB1, assim como algumas outras estrelas daquela região do espaço.[7]

Rígel é uma estrela variável irregular, algo comum entre supergigantes. Rígel varia a sua magnitude aparente em até 0,3, em cerca de 22 a 25 dias. Sabe-se que o sistema de Rígel é composto por três estrelas. Às vezes uma quarta estrela é proposta, mas é considerada uma interpretação errada da variabilidade da estrela principal, que pode ser causada por pulsações na superfície.[8]

Sistema

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Rigel foi considerada uma estrela binária visual desde 1831, quando foi medida por Friedrich Georg Wilhelm Struve. Embora Rígel B não seja muito fraca, tendo magnitude aparente 6,7, a sua proximidade com Rígel A, que é 500 vezes mais brilhante, faz dela um alvo difícil para telescópios menores que 150 mm.[8] Na distância estimada de Rigel, Rigel B é separada da estrela primária por 2 200 UA, o que não é estranho, já que não há sinais de movimento orbital entre as estrelas, embora elas compartilhem o mesmo movimento próprio.[7][8]

Rígel B é em si um sistema de binárias espectroscópicas, consistindo de duas estrelas da sequência principal que orbitam seu centro de massa comum a cada 9,8 dias. O tipo espectral das duas estrelas é B9V. Com 2,5 massas solares, Rígel B é mais massivo que a outra estrela, que tem 1,9 massas solares.[7][8]

Houve uma grande controvérsia entre os séculos XIX e XX sobre a visibilidade da companheira de Rígel B. Alguns observadores afirmaram ter visto ela, porém outros não. Observações recentes já descartaram a possibilidade de uma companheira visível de Rígel B.[7][8]

Referências

  1. a b c d e f g h i «SIMBAD query result». SIMBAD. Consultado em 15 de agosto de 2010 
  2. a b c «Overview». NDtED. Consultado em 15 de agosto de 2010 
  3. a b c d e Jim Kaler. «Rigel». Consultado em 15 de agosto de 2010 
  4. Moravveji, Ehsan; Guinan, Edward F.; Shultz, Matt; Williamson, Michael H.; Moya, Andres (2012). «Asteroseismology of the nearby SN-II Progenitor: Rigel. Part I. The MOST High-precision Photometry and Radial Velocity Monitoring». The Astrophysical Journal. 747 (1): 108–115. Bibcode:2012ApJ...747..108M. arXiv:1201.0843 . doi:10.1088/0004-637X/747/2/108 
  5. "Daijirin" p.815 ISBN:4385139024
  6. Hōei Nojiri "Shin seiza jyunrei" p.19 ISBN: 9784122041288
  7. a b c d e Jedicke, Peter; Levy, David H. (1992). «Regal Rigel». The New Cosmos. Waukesha: Kalmbach Books. pp. 48–53 
  8. a b c d e Burnham, Robert, Jr. (1978). Burnham's Celestial Handbook. New York: Dover Publications. 1300 páginas