Síndrome inflamatória multissistémica pediátrica

inflamação sistémica em crianças associada à COVID-19

Síndrome inflamatória multissistémica pediátrica (SIMP ou SIM-P) (sigla em inglês: MISCA) é uma inflamação sistémica em crianças ou adolescentes associada à exposição à COVID-19 que resulta em febre persistente e insuficiência de vários órgãos.[1] Os sintomas incluem conjuntivite, febre, erupções cutâneas e diarreia.[2] A condição pode preencher alguns ou todos os critérios de diagnóstico para a doença de Kawasaki.[1] Até maio de 2020 tinham sido reportados mais de 100 casos na Europa e nos Estados Unidos.[3][4][2]

Entre os achados laboratoriais estão níveis elevados de biomarcadores para inflamação e doença arterial coronária, como proteína c-reativa (PCR), velocidade de sedimentação dos eritrócitos, ferritina, NT-proBNP, procalcitonina, troponina e triglicerídeos.[5]

Diagnóstico editar

Critérios diagnósticos obrigatórios (A) segundo a OMS[6]:

  • Idade menor que 20 anos
  • Febre de 3 dias ou mais
  • Marcadores inflamatórios elevados (PCR, VHS ou procalcitonina)
  • Evidência de COVID-19
  • Descartar sepse bacteriana, especialmente por Staphylococcus ou Streptococcus

Além disso é necessário ter DOIS dentre os seguintes sinais e sintomas[6]:

O coração deve ser investigado como ECG, ecocardiograma e exame de troponinas. Outros sintomas incluem irritabilidade, tontura, confusão e desmaio associados a pressão arterial baixa.[7]

Diagnóstico diferencial editar

Essa síndrome é similar a doença de Kawasaki, ao choque séptico bacteriano e a síndrome do choque tóxico. Algumas vezes é chamada de Kawasaki atípico ou símile.

Tratamento editar

O tratamento é principalmente sintomático feito na UTI para monitoração constante com máscara de oxigênio, anti-inflamatórios (aspirina ou corticoide em altas doses), imunoglobulinas intravenosas e soro fisiológico.[8]

Epidemiologia editar

Em maio de 2020 investigam 200 casos suspeitos de síndrome inflamatório multissistémico nos EUA[9], 100 no Reino Unido, 80 na Itália[10] e 135 na França.[11]

Referências

  1. a b Guidance - Paediatric multisystem inflammatory syndrome temporally associated with COVID-19 (PDF), The Royal College of Paediatrics and Child Health, 2020 
  2. a b Edwards, Erika (7 de maio de 2020). «At least 85 kids across U.S. have developed rare, mysterious COVID-19-linked illness». NBC News (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2020 
  3. Pam Belluck (6 de maio de 2020), «A New Coronavirus Threat to Children», New York Times, cópia arquivada em 9 de maio de 2020 
  4. Shelley Riphagen; Xabier Gomez; Carmen Gonzalez-Martinez; Nick Wilkinson; Paraskevi Theocharis (7 de maio de 2020), «Hyperinflammatory shock in children during COVID-19 pandemic», The Lancet, doi:10.1016/S0140-6736(20)31094-1 
  5. Tara Haelle (8 de maio de 2020), «Novel inflammatory syndrome in children possibly linked to COVID-19», Pediatric News 
  6. a b Multisystem inflammatory syndrome in children and adolescents temporally related to COVID-19, OMS, Maio 2020
  7. Guidance - Paediatric multisystem inflammatory syndrome temporally associated with COVID-19 (PDF), The Royal College of Paediatrics and Child Health, May 2020
  8. "Multisystem inflammatory syndrome in children and adolescents with COVID-19: Scientific brief". www.who.int. World Health Organization. Archived from the original on 15 May 2020.
  9. "With over 200 possible cases, doctors warn reports of rare, coronavirus-linked child inflammatory illness likely to rise". ABC News. 15 May 2020. Retrieved 16 May 2020.
  10. "Children worldwide show rare virus reaction". BBC News. 14 May 2020. Retrieved 15 May 2020.
  11. d'Adhémar, Margaux (15 May 2020). "Coronavirus : 135 enfants français atteints d'une forme proche de la maladie de Kawasaki, un mort". Le Figaro.fr (in French). Retrieved 16 May 2020.