Santini’s Netzwerk
Santini’s Netzwerk (La Rete di Santini, em italiano) é um documentário musical do diretor alemão Georg Brintrup de 2014. O filme conta a vida e a obra do abade romano Fortunato Santini (1777-1861) que consegue, em apenas cinquenta anos, montar a biblioteca musical privada mais completa do mundo.
Santini’s Netzwerk La Rete di Santini | |
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Itália / Alemanha 2014 • cor • 85 min | |
Género | musical |
Direção | Georg Brintrup |
Produção | Lothar Mattner WDR ARD Lichtspiel Entertainment GmbH |
Produção executiva | Wulf-Ernst Hoffer |
Roteiro | Georg Brintrup, Mario Di Desidero |
Elenco | Renato Scarpa John Gayford Maximilian Scheidt Harald Redmer Domenico Galasso Claudio Marchione Pietro M. Beccatini Antonio Giovannini Florian Steffens Emanuele Paragallo |
Música | Vários autores e Flavio Colusso |
Cinematografia | Benny Hasenclever Marco Leopardi Diego D'Innocenzo Dieter Fietzke Alessandro Iafulla Valerio Cesaroni |
Direção de arte | Raffaele Golino Änne Schanz-Kölsch |
Figurino | Raffaele Golino |
Edição | Georg Brintrup |
Lançamento | 1 de abril de 2014 9 de abril de 2014 |
Idioma | italiano, alemã, inglês |
Sinopse
editarO velho abade Santini narra a um jovem capelão alemão a sua vida e a história da coleção. O capelão convenceu Santini a vender a coleção ao bispo de Münster na Vestfália.
A narração de Santini alterna-se com as intervenções de Edward Dent, o famoso musicólogo inglês. Dent descreve como descobriu a coleção e suas vicissitudes durante o nazi-facismo, a guerra e, ainda depois, quando um dilúvio que a dizimou.
Os dois níveis narrativos são integrados por intervenções de historiadores e musicólogos contemporâneos (Markus Engelhardt do Instituto Histórico Alemão em Roma e Peter Schmitz da Universidade de Münster), mas também e sobretudo de comentários musicais: obras mais ou menos conhecidas de música antiga italiana e alemã, apresentadas por músicos dos dois países.
Tema
editarFortunato Santini foi um sacerdote que viveu em Roma e passou sua vida a colecionar partituras musicais, sejam originais ou cópias. O objeto da coleção foi sobretudo as partituras de música mais antiga, encontradas em Roma, nas bibliotecas privadas e eclesiásticas, mas também no resto da Itália e fora dela, graças a uma apurada rede de contatos que o abade conseguiu tecer através de trocas e vendas de cópias. Deve-se a ele o fato de muitas composições de música europeia terem chegado até a nós.
A coleção é composta de 20.000 títulos em 4.500 manuscritos e 1.200 impressões, e é a biblioteca musical privada mais completa do mundo.[1]
O filme retrata a vida do abade contando como o musicólogo sozinho e sem grande capital conseguiu juntar uma coleção de música tão importante e, além disso, sem quase nunca sair de Roma.
Seu segredo era, exatamente, a apurada rede de contatos, na Itália e no exterior, com outros musicólogos. Uma rede que se espalhou entre as principais cidades da Europa, de Roma a Bolonha, Veneza, Paris, Bruxelas, a Oxford, Londres, Copenhague, Berlim, Munique, Aachen, Viena e até mesmo Moscou e São Petersburgo.
A trilha sonora teve a curadoria do Ensemble Seicentonovecento de Roma, da Capela Musical de Santa Maria dell'Anima, dirigida pelo mestre Flavio Colusso e da Capela Ludgeriana da Catedral de Münster, dirigida por Andreas Bollendorf e Verena Schürmann.
Todas as músicas do filme fazem parte da coleção e são de Antonio Lotti, Tomás Luis de Victoria, Cristobal de Morales, Giacomo Carissimi, Francesco Durante, Giovanni Battista Martini, Palestrina, Carl Heinrich Graun, Händel e Bach, mas também de Alessandro Melani, Domenico e Alessandro Scarlatti, Francesco Durante e do próprio Fortunato Santini.
O filme deu um impulso ao projeto cultural ítalo-alemão "La Via dell'Anima" [2] (O Caminho da Alma), destinado a aprimorar e divulgar - através de concertos, eventos litúrgicos, filmes, edições musicais - o imenso patrimônio musical constituído pela coleção
Trilha sonora
editarNo. | Compositor | obra | |
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1. | Antonio Lotti | Crucifixus | |
2. | Tomás Luis de Victoria | Salve Regina | |
3. | Cristóbal de Morales | Lamentabatur Jacob | |
4. | Giacomo Carissimi | Jephte, Plorate filii Israel | |
5. | Antonio Caldara | Kyrie aus der Missa Dolorosa | |
6. | Francesco Durante | Lamentationes Jeremiae Prophetae | |
7. | Palestrina | Kyrie aus der Missa Ut-Re-Mi-Fa-So-La | |
8. | Giovanni Battista Martini | Sonata g-moll für Orgel, Sarabanda | |
9. | Palestrina | Aleph III | |
10. | Carl Heinrich Graun | Der Tod Jesu | |
11. | Georg Friedrich Händel | Non esce un guardo mai | |
12. | Georg Friedrich Händel | Resurrezione | |
13. | Alessandro Melani | Magnificat | |
14. | Johann Sebastian Bach | Passio secundum Joannem | |
15. | Fortunato Santini | Te Deum a Due Cori | |
16. | Domenico Scarlatti | Sonatas in f-Moll K. 519 | |
17. | Francesco Durante | Requiem Lacrimosa | |
18. | Alessandro Scarlatti | Agar et Ismaele esiliati, grave | |
19. | Domenico Scarlatti | sonata in f minor L.281 K.239 | |
20. | Georg Friedrich Händel | Israel in Egypt / a thick darkness | |
21. | Fortunato Santini | Sancte Paule Apostole |
Referências
- ↑ Peter Schmitz e Andrea Ammendola (curadores): Sammeln – Komponieren – Bearbeiten. Der römische Abbate Fortunato Santini im Spiegel seines Schaffens [Catálogo da mostra sobre Fortunato Santini na Biblioteca Diocesana de Münster de 15 setembro a 31 dezembro de 2011], Münster 2011
- ↑ Apresentação do projeto