Segundo Storni

militar argentino

Segundo Rosa Storni (16 de julho de 1876 em Tucumán - 4 de dezembro de 1954)[1] foi um marinheiro argentino que serviu como ministro das Relações Exteriores durante a presidência (de fato) do general Pedro Pablo Ramírez (1943-1944).

Segundo Storni

Biografia

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Storni se formou em 29 de dezembro de 1894 na Escola Naval Argentina. Em 1916, ditou duas conferências de importância histórica a partir das quais desenvolveu uma doutrina que reivindicava direitos argentinos sobre a plataforma continental da Argentina e todos os seus recursos. Essas duas conferências foram publicadas pela primeira vez naquele ano como um livro sob o título Intereses Argentinos en el Mar [Interesses argentinos no mar].[2][3]

Na década de 1930 Storni fazia parte do grupo de militares que promovia o desenvolvimento da indústria nacional, considerando-a fundamental para a defesa. Foi um dos fundadores, junto com Adolfo Holmberg, Ezequiel Paz e Ángel Gallardo, do Instituto Oceanográfico Argentino em Mar del Plata. Nesse sentido, Storni tinha uma visão mais abrangente, que incluía a necessidade de desenvolver os interesses marítimos em relação ao transporte marítimo por conta própria e a indústria pesqueira, com todas as suas indústrias de apoio. Em 1935 foi um dos fundadores da Academia Nacional de Ciências de Buenos Aires.

O golpe de estado de 4 de junho de 1943 que derrubou o presidente Ramón Castillo deu origem à Revolução de 43. O general Arturo Rawson tornou-se presidente, mas devido à falta de apoio militar a alguns de seus membros de gabinete escolhidos, ele teve que renunciar três dias depois. O general Pedro Pablo Ramírez assumiu então a presidência com o vice-almirante Sabá H. Sueyro como vice-presidente. Segundo Storni foi nomeado Ministro das Relações Exteriores, servindo entre 7 de junho e 10 de setembro de 1943. Era um cargo muito importante na época, devido à Segunda Guerra Mundial e às pressões dos Estados Unidos para a Argentina entrar na guerra.

Storni era um dos poucos militares argentinos da época que tinha simpatia pelos Estados Unidos, onde morava há vários anos. Apesar de nacionalista, também era “pró-aliados” (“aliadófilos”) e apoiava a entrada da Argentina na guerra. Hull disse que era intenção da Argentina romper relações com as potências do Eixo, mas também pediu paciência para criar essa ruptura e que ao mesmo tempo fosse necessário algum gesto dos Estados Unidos em matéria de fornecimento de armamentos para isolar os "neutralistas" ("neutralistas"). Cordell Hull, para pressionar o governo argentino, tornou pública a carta de Storni, questionando também duramente o "neutralismo" da Argentina. Isso produziu um ressurgimento do já forte sentimento antiamericano, especialmente nas Forças Armadas, levando à demissão de Storni e sua substituição por um "neutralista", o coronel Alberto Gilbert, que até então atuava como ministro do Interior.

Mas, independentemente de todas essas circunstâncias relacionadas ao conflito mundial, há um fato que se destaca e dá importância à figura do Almirante Storni. Esse fato é seu trabalho já citado e exposto em Interesses argentinos no mar. Um trabalho geopolítico que apesar de centenário continua sendo um trabalho consultivo indispensável no campo.

Em 1916 publicou Intereses argentinos en el mar, importante obra de referência sobre defesa e interesses marítimos, baseada em sua palestra proferida em 1916.

Outros trabalhos publicados foram: Obras hidrográficas e limite argentino no Canal de Beagle (1905); Balística e explosivos para a marinha (1908); Projeto do regime do mar territorial (1911) e O mar territorial (1926); e Manual de Geoestratégia.

Referências

  1. «Foreign ministers A-D». rulers.org. Consultado em 2 de julho de 2022 
  2. «Liga Naval Argentina». liganaval.org.ar 
  3. «Diputada niega cobrar jubilación - Noticias - Parlamentario». parlamentario.com 

Bibliografia

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  • Ferrero, Roberto A. (1976). Del fraude a la soberanía popular [From fraud to popular sovereignty]. Buenos Aires: La Bastilla.
  • Potash, Robert A. (1981). El ejército y la política en la Argentina; 1928-1945 [The army and politics in Argentina; 1928-1945]. Buenos Aires: Sudamericana.
  • Troncoso, Oscar A. (1976). «La revolución del 4 de junio de 1943». Historia integral argentina; El peronismo en el poder [Argentine integral history; Peronism in power]. Buenos Aires: Centro Editor of Latin America.
  • Tripolone, Gerardo (2015). «Geopolítica(s). Revistas de estudios sobre espacio y poder». Segundo Storni, el mar y la desespacialización de la política [Segundo Storni, the sea and the de-spatialization of politics] 6. 1: 137–152.