Setor 2,5 da economia

O setor 2,5 da economia pode ser entendido como uma junção entre o modelo de empresa e organização social e as empresas que fazem parte dele são conhecidas como negócios de impacto. Elas possuem seu foco voltado para impacto socioambiental positivo ou transformação social e são organizações com fins lucrativos, ou seja, se encontram justamente no meio entre o segundo e terceiro setores (não é uma ONG, nem apenas uma empresa), por isso o setor é conhecido como 2,5.

Apesar de muito antigo - com mais de 30 anos de existência - esse setor não era muito bem explorado pela mídia. Contudo, nos últimos anos ele tem sido mencionado com frequência, além dos negócios de impacto terem apresentado uma expansão. O lucro obtido com seu funcionamento é parcial ou totalmente reinvestido no próprio negócio, de acordo com o [1 SEBRAE] (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).[1][2]

Principais características editar

O setor 2,5 pode ser visto como uma oportunidade para empresas unirem seu propósito à sustentabilidade, prosperidade e impacto positivo na sociedade. As empresas que atuam nesse setor, não se encaixam no setor secundário, que transforma matéria-prima, extraídas e/ou produzidas pelo setor primário, em produtos de consumo; nem no setor terciário, que corresponde às atividades de comércio de bens e à prestação de serviços.

De acordo com um estudo conduzido pela Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto em parceria técnica com a Pipe Social [3], espaço para divulgação de negócios de impacto social no Brasil - é possível identificar as seguintes características nos negócios de impacto:

  • Ter seu foco voltado para a resolução de um problema social e/ou ambiental
  • Solução de impacto é a atividade principal do negócio
  • Busca de retorno financeiro, operando pela lógica de mercado, mesmo que o lucro fique em segundo plano
  • Compromisso com monitoramento do impacto gerado

Esses negócios[4] fazem com que as empresas sejam promotoras dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, portanto suas ações se alinham aos 17 objetivos globais, estabelecidos através da Resolução 70/1 da Assembleia Geral das Nações Unidas: "Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável".

Os 17 objetivos e suas 169 metas específicas estão relacionados aos aspectos que cerceiam a vida humana (sociais, econômicos, políticos) e buscam satisfazer "as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" de acordo com o relatório Nosso Futuro Comum ou Relatório Brundtland.

Panorama atual editar

Esse setor da economia vêm crescendo nos últimos anos[5]. Em 2017, a Pipe divulgou uma pesquisa que mapeou 579 negócios sociais, nas áreas de educação (38%), tecnologias verdes (23%), cidadania (12%), saúde (10%), cidades (8%) e finanças sociais (9%). Já em 2019, mais de mil empreendimentos foram mapeados no 2º Mapa de Negócios de Impacto Social e Ambiental, ainda de acordo com a Pipe Social[6][7].

Algumas das instituições que se encaixam na categoria negócios de impacto são:

  • Instituto Dom Quixote: atua no desenvolvimento de soluções de impacto social para empresas
  • Uffa: atua na área de Fintech
  • Afroimpacto: atua na área desenvolvimento e empreendedorismo
  • BioIn Biotecnologia: atua com Biotecnologia e Tecnologia da Informação para um controle de pragas agrícolas mais eficiente.

Referências

  1. SEBRAE, "[1]", SEBRAE, 2014
  2. SEBRAE, "[http://sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/Para%20sua%20empresa/Publica%C3%A7%C3%B5es/Negocios2.5[1].pdf] ", SEBRAE, 2013
  3. Pipe Social
  4. Inovação em Cidadania Empresarial, "[2]", Carta de Princípios para Negócios de Impacto no Brasil, S.D"
  5. Gomides, Andréa, "[3]", UOL, 05 de janeiro de 2018
  6. Pipe Social, [4], Pipe Social, 2019
  7. GIFE,"[5], 2º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental reflete ampliação e fortalecimento da base e maior compromisso com medição de impacto, 25 de março de 2019"