Solarpunk é um movimento artístico[1] que contempla as possibilidades de futuro da humanidade, caso os grandes desafios contemporâneos sejam resolvidos. Estes desafios giram em torno da sustentabilidade mundial e envolvem questões como as mudanças climáticas, a poluição[2] e a desigualdade social.[3] O Solarpunk é expresso por meio de uma multitude de mídias, tais como literatura, arte, arquitetura, moda, música e jogos eletrônicos, de forma semelhante a seus movimentos associados, como o Steampunk e o Cyberpunk.[4] O Solarpunk apresenta visões de um futuro positivo para a humanidade, enfocando energias renováveis e a tecnologia como um todo;[5]mas engloba também formas menos complexas de redução de emissões de carbono, como a jardinagem agloflorestal. Solarpunk também é um gênero de ficção especulativa.[5][2]

História editar

As ideias iniciais de solarpunk remetem-se ao ano de 2008.[6] Naquele ano, um blog chamado Republic of the Bees publicou: From Steampunk to Solarpunk. A postagem conceitualiza de forma inicial o solarpunk, como um gênero literário inspirado no steampunk.

Em 2012, no Brasil, a primeira antologia solarpunk, Solarpunk: Histórias ecológicas e fantásticas em um mundo sustentável foi lançada. A tradução para o inglês foi lançada em 2018.

Solarpunk atraiu maior antenção em maio de 2014 quando Miss Olivia Louise publicou uma postagem no Tumblr que estabeleceu uma estética solarpunk.[7] Em setembro de 2014, Solarpunk: Notes toward a manifesto[8] foi publicado. O autor, Adam Flynn, deu crédito a postagem de Miss Olivia Louise como inspiração.[9]

Em outubro de 2019, A Solarpunk Manifesto[10], "uma readaptação criativa das ideias sobre solarpunk escritas por várias pessoas" foi publicado, assinado como The Solarpunk Community.

A linhagem direta do Solarpunk é do steampunk e cyberpunk.[6] Steampunk imagina uma nova história e mundo com vapor como a principal fonte de energia ao invés da tradicional eletricidade de hoje.[2] Cyberpunk imagina um mundo com tecnologias avançadas que frequentemente exibem uma falta de apreciação pela humanidade. Tanto cyberpunk quanto solarpunk imaginam futuros possíveis a partir da perspectiva das preocupações do presente, mas enquanto cyberpunk traz um pessimismo instrínseco (distopia) solarpunk imagina positivamente o futuro (utopia).

Literatura editar

A ficção solarpunk, que incluí romances, estórias curtas e poesia utópicas que respondem às preocupações ambientais como vários graus de otimismo. Solarpunk é um subconjunto do gênero ficção especulativa.[5]

Estética editar

A estética solarpunk usa aspectos da natureza e é altamente ornamental. [2] É uma reação contra a estética contemporânea usada no cenário convencional.[6] Sua estética inspira-se no Art Nouveau e no movimento de Arts and Crafts,[11] enfatizando o aspecto artesanal.[6]

Política editar

Solarpunk não tem um ideal político especifico, embora pratique política prefigurativa, criando espaços onde os princípios de um movimento podem ser explorados e demonstrados na prática, na vida real. Solarpunks são encorajados a agir de forma coerente com as crenças solarpunk, bem como contribuir para a criação do futuro otimista que eles envisionam.[5] A prática do Solarpunk se dá de várias formas, desde grandes esforços como criar ecovilas, como esforços menores como plantar a própria comida e ações faça-você-mesmo (DIY).[12]

Apesar disso, solarpunk possui ideais anticapitalistas, como é dito no manifesto:

  1. Em essência, Solarpunk é uma visão de um futuro que incorpora o melhor do que a humanidade pode alcançar: um mundo pós-escassez, pós-hierarquia e pós-capitalista, onde a humanidade se vê como parte da natureza e a energia limpa substitui os combustíveis fósseis.
  2. O «punk» em Solarpunk é sobre rebelião, contracultura, pós-capitalismo, descolonialismo e entusiasmo. Trata-se de ir em uma direção diferente da tradicional, que está cada vez mais em uma direção assustadora.[13]

Referências editar

  1. «Inside the Imaginarium of a Solarpunk Architect». Messy Nessy Chic (em inglês). 10 de junho de 2021. Consultado em 11 de julho de 2021 
  2. a b c d Boffa, Adam. «At the Very Least We Know the End of the World Will Have a Bright Side». Longreads. Consultado em 7 de maio de 2019 
  3. Jacobs, Suzanne. «This sci-fi enthusiast wants to make "solarpunk" happen». Grist. Consultado em 7 de maio de 2019 
  4. «What You Can Learn From the Solarpunk Movement». Rewire (em inglês). 23 de novembro de 2018. Consultado em 11 de julho de 2021 
  5. a b c d Hamilton, Jennifer. «Explainer: 'solarpunk', or how to be an optimistic radica». The Conversation 
  6. a b c d «Is Ornamenting Solar Panels a Crime? - e-flux Architecture - e-flux». www.e-flux.com (em inglês). Consultado em 8 de maio de 2019 
  7. https://missolivialouise.tumblr.com/post/94374063675/heres-a-thing-ive-had-around-in-my-head-for-a
  8. http://hieroglyph.asu.edu/2014/09/solarpunk-notes-toward-a-manifesto/
  9. https://grist.org/business-technology/this-sci-fi-enthusiast-wants-to-make-solarpunk-happen/
  10. http://www.re-des.org/a-solarpunk-manifesto/
  11. Heer, Jeet (10 de novembro de 2015). «The New Utopians». The New Republic. ISSN 0028-6583. Consultado em 8 de maio de 2019 
  12. Peskoe-Yang, Lynne. «What You Can Learn From the Solarpunk Movement». Rewire. Consultado em 7 de maio de 2019 
  13. «Um Manifesto Solarpunk (Português – Brasil) – ReDes – Regenerative Design» (em espanhol). Consultado em 25 de maio de 2023