Suerdieck Charutos

Suerdieck Charutos
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Tipo
Domínio de atividade
País

Fábrica de charutos Suerdieck foi uma empresa de charutos e cigarrilhas instalada no Recôncavo baiano no final do século XIX, se tornando a principal atividade econômica da região e geração de emprego da época.

História editar

Pisando[1] em terra baiana no ano de 1888, o fundador da empresa registrada sob a razão social de A. Suerdieck,[2] foi August Suerdieck. Ele veio para o interior baiano como empregado da firma alemã F. H. Ottens, que o enviou a Cruz das Almas a fim de fiscalizar o enfardamento de fumo.

Quatro anos depois, comprou da firma onde trabalhava o seu próprio armazém. Criou sua própria empresa em Cruz das Almas, como exportador e enfardador de fumo, dedicando-se também ao cultivo das matas de São Félix e Cruz das Almas. Em 1935, deu início a manufatura de charutos no município de Cruz das Almas. Nesse ano, possuía apenas 50 trabalhadores, mas 10 anos depois, esse número subiu para 500 empregados.

Avanço dos negócios editar

As redes ferroviárias na Bahia promovem o nascimento de cidades, sua urbanização e progresso. Igualmente, as fábricas de charuto delimitam o florescimento do poderio econômico de cidades como Maragogipe que não fora contemplada com a ferrovia, mas foi elegida o maior parque charuteiro da América Latina. As ferrovias estiveram a serviço das fábricas de charutos transportando-os para os sertões e proximidades dos rios e mar navegáveis, rendendo grandes fortunas ao Recôncavo.

A qualidade[3] do fumo Suerdieck permitiu que esta fábrica ficasse conhecida na Europa proporcionando grandes lucros. A vinda de Ferdinand Suerdieck para a Bahia, irmão de August, tornaria possível em 1899 a instalação do primeiro armazém e em 1905 se constrói a primeira fábrica Suerdieck em Maragogipe.

A segunda metade do século XX é marcada por momento complexo, como o apogeu de muitas fábricas e armazéns como a Suerdieck com instalações nas cidades de Maragogipe, Cachoeira e Cruz das Almas, entretanto, não duraria muito para acompanharmos a partir da década de 1990 o fechamento de algumas, inclusive a Suerdieck de Maragogipe que teve suas instalações transferidas para Cruz das Almas.

Fim dos negócios editar

No ano 2000, a maior produtora de charutos e cigarrilhas do Brasil, a Suerdieck,[4] instalada na Bahia havia mais de 100 anos, fechou sua última unidade na cidade de Cruz das Almas, dispensando os cem funcionários. Desde o início dos anos 90 a empresa vinha passando por dificuldades financeiras, acumulando um passivo bancário próximo dos R$ 20 milhões. Mesmo com a crise, a Suerdieck produziu no ano de 1999 cerca de cinco milhões[5] de unidades, bem mais que a segunda maior charuteira baiana, a Menendez-Amerindo, que fabricou cerca de 3,5 milhões.

Os problemas da Suerdieck foram provocados por falta de capital de giro para financiar a lavoura de fumo. Isso levou ao fechamento da unidade da cidade de Maragogipe em 92. Mas a situação se agravou com os sucessivos prejuízos da Agro Comercial Fumageira, outra empresa do grupo (que chegou a empregar mais de cinco mil pessoas até o final dos anos 80) responsável pela produção do fumo usado na confecção dos charutos e cigarrilhas.

Ver também editar

Referências

  1. [1]
  2. «A FANTÁSTICA HISTÓRIA DA SUERDIECK EM CRUZ DAS ALMAS E NA BAHIA – PARTE 3». Almanaque Cruzalmense. 23 de setembro de 2015. Consultado em 5 de setembro de 2017 
  3. [2]
  4. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 5 de setembro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 5 de setembro de 2017 
  5. [3]