Tabajara-Guaíba Futebol Clube

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O Tabajara-Guaíba Futebol Clube, também conhecido como Ta-Guá, foi um clube brasileiro de futebol, com sede na cidade de Getúlio Vargas, no estado do Rio Grande do Sul.[3] Sua fundação é datada de 27 de janeiro de 1964, como resultado da fusão do Tabajara Foot-Ball Club e do Guaíba Futebol Clube, consideradas as duas principais equipes do município. Neste mesmo ano, a agremiação disputou sua primeira competição profissional, a Segunda Divisão de 1964, encerrando a mesma na penúltima colocação.

Tabajara-Guaíba
Nome Tabajara-Guaíba Futebol Clube
Alcunhas Ta-Guá
Mascote Índio[1]
Fundação 27 de janeiro de 1964 (60 anos)
Extinção 1996 (28 anos)
Estádio Plácido Scussel
Capacidade 4 500[2]
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo

O Ta-Guá participou da primeira temporada da Terceira Divisão Gaúcha, encerrando a competição na vice-colocação e sendo promovido à Divisão de Acesso no ano seguinte. Em 1991, conquistou o troféu da segunda edição da Copa Aneron Corrêa de Oliveira, único título na história profissional do clube, e foi promovido pela primeira vez à elite do futebol gaúcho. Neste mesmo ano, tornou-se conhecido por derrotar o Grêmio por 2–0 no Estádio Olímpico Monumental.

Após o rebaixamento em sua terceira participação, no ano de 1993, o Ta-Guá retornou à Segunda Divisão, local onde disputou partidas até o encerramento das atividades profissionais em 1996. O estádio da equipe, chamado Plácido Scussel, encontra-se abandonado e completamente comprometido, juntamente com as estruturas que formam as arquibancadas e alambrados.

História editar

Fundação e anos iniciais editar

O Tabajara-Guaíba Futebol Clube surgiu da fusão dos dois principais clubes de futebol da cidade gaúcha de Getúlio Vargas, naquela época: o Tabajara e o Guaíba. O Tabajara Foot-Ball Club havia sido fundado em 6 de dezembro de 1919 e foi o campeão da primeira edição do Campeonato Citadino de Erechim, no ano de 1926, momento em que Getúlio Vargas era uma província de Erechim. Já o Guaíba Futebol Clube tem sua criação datada de 1 de maio de 1949, tendo conquistado seis edições do Campeonato Citadino de Getúlio Vargas na década de 1950, período em que disputou várias edições do Campeonato Gaúcho de Futebol Amador, alcançando a terceira posição na edição de 1954.[carece de fontes?] No entanto, ambas as equipes não eram licenciadas e por isso não podiam disputar campeonatos profissionais; com base nisso, os presidentes dos dois rivais decidiram pela união entre os planteis e a criação do Tabajara-Guaíba Futebol Clube, em 27 de janeiro de 1964.[1] O escudo e o uniforme do Ta-Guá carregava as cores vermelha, tradicional do Tabajara, e verde, tradicional do Guaíba, além do branco existente nos dois.[1]

Logo no primeiro ano de fundação, o Ta-Guá foi convidado a participar da edição de 1964 da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho de Futebol (atual Divisão de Acesso), a qual encerrou na penúltima colocação de sua chave e não se classificou para a fase seguinte. Em 1967, o Ta-Guá retornou às competições da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e participou da primeira edição da Terceira Divisão Gaúcha, encerrando a fase inicial na primeira posição do seu grupo. Nos mata-matas, eliminou ao SC Internacional, de São Borja e avançou para a final contra o Grêmio Santanense, de Santana do Livramento. Na primeira partida, disputada em Getúlio Vargas, o Ta-Guá saiu vitorioso por 3–0; na partida de volta, no entanto, foi derrotado por 1–0 e por não existir a regra do saldo de gols como vantagem no confronto, a decisão do campeonato aconteceu nas penalidades. A equipe do Grêmio Santanense sobressaiu-se e triunfou por 7–5, tendo o Ta-Guá conseguido o vice-campeonato e o acesso para a disputa da Segunda Divisão de 1968.

Acesso à Primeira Divisão editar

Na participação que marcou o retorno do Ta-Guá à Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho, a equipe não repetiu os bons resultados do ano anterior e não avançou à fase final. Registros históricos confirmam que a equipe permaneceu disputando as edições da competição durante as décadas de 1970 e 1980, no entanto, sem ser promovida à Primeira Divisão ou rebaixada à Segunda Divisão. No entanto, não há maiores informações sobre o desempenho do clube nestas edições. Neste meio-termo, participou de edições de competições entre as equipes do interior do estado, como a Copa Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1975 e a Copa Cícero Soares de 1973 e 1976.[carece de fontes?] As principais rivalidades neste período foram os clássicos regionais contra as equipes do Ypiranga de Erechim e do Passo Fundo, que movimentavam um grande público ao Estádio Plácido Scussel.[2]

Em 1991, o Ta-Guá foi convidado a disputar a segunda edição da Copa Aneron Corrêa de Oliveira, equivalente à segunda divisão do certame estadual e que qualificava os quatro mais bem colocados à Primeira Divisão do mesmo ano.[4] Ao lograr êxito nas duas fases iniciais, a equipe de Getúlio Vargas avançou a final do torneio e garantiu vaga para a elite do futebol gaúcho.[5] No jogo de ida da decisão contra o Dínamo, de Santa Rosa, o Ta-Guá saiu em vantagem por 2-0.[6] Ao manter o empate em 0-0, a equipe foi sagrada campeã.[6] A conquista, no Estádio Municipal Carlos Denardin, consistiu no primeiro e único título profissional do clube, garantindo-lhe o direito de disputar a Série A, na segunda metade do ano.

A campanha do Ta-Guá na estreia na Primeira Divisão não foi bem-sucedida, com duas vitórias e dez empates em dezenove jogos.[carece de fontes?] Embora tenha proporcionado algumas surpresas, como a vitória sobre a equipe do Grêmio por 2–0 no Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre, o que fez o Ta-Guá ser conhecido como uma grande zebra.[7][8] Naquele momento, o Grêmio havia sido vice-campeão da Copa do Brasil de Futebol de 1991, sendo superado na final pelo Criciúma e estava com uma invencibilidade de quinze jogos. Em uma partida marcada por uma eficiência ofensiva e defensiva por parte da equipe de Getúlio Vargas, os dois gols marcados pelo atacante Duia fizeram desta a principal vitória da história do clube.[9] O Ta-Guá foi, ainda, pivô de uma crise no Caxias Futebol Clube, após ter conseguido um empate no Estádio Centenário, celebrado como vitória.[10][11][12][13] O 1 a 1, culminou na saída do goleiro Agnaldo, do Caxias, que foi alvo de implacáveis críticas.[14]

Maus resultados e encerramento editar

Apesar de ter encerrado na penúltima colocação da sua chave em 1991, o Ta-Guá manteve-se na primeira divisão e disputou a temporada de 1992, amargando novamente tal posição. No entanto, em 1993, com dezesseis derrotas em 21 confrontos, o Ta-Guá não conseguiu manter-se na elite e retornou então para a Segunda Divisão após três temporadas na primeira ala do futebol gaúcho.

Não há registros oficiais sobre a participação do Ta-Guá na Segunda Divisão de 1994, porém, em 1995 não obteve classificação para a fase final. Apesar de ter alcançado o octogonal final, encerrado na quinta posição na temporada de 1996 da Segunda Divisão e ter estabelecido o artilheiro da competição - Da Silva, com 24 gols - , este ano marcou o encerramento das atividades profissionais do clube.[carece de fontes?] Em uma entrevista para a RBS TV, o então diretor da equipe de Getúlio Vargas afirmou que era inviável conseguir manter uma equipe de uma cidade tão pequena em uma competição de tal naipe.[2]

Estádio editar

O Estádio Plácido Scussel é um estádio de futebol localizado na cidade de Getúlio Vargas, no estado do Rio Grande do Sul. Foi sede dos jogos do Tabajara-Guaíba Futebol Clube.

Popularmente conhecido como "Estádio da Baixada de Getúlio Vargas", foi o estádio utilizado tanto pelo Tabajara quanto pelo Guaíba enquanto equipes amadoras, sendo que continuou como a casa oficial do Ta-Guá após a fusão. Sua capacidade máxima era de 4 500 espectadores, a qual era alcançada em confrontos contra o Ypiranga de Erechim e o Passo Fundo.[2] Reportagens afirmam que o gramado do estádio era considerado um dos melhores do interior durante o auge da equipe, mas que agora está completamente comprometido, juntamente com as estruturas que formam as arquibancadas e alambrados.[2]

Após a desativação do futebol da equipe, o estádio foi abandonado e não há previsões de reformas ou reutilização deste por outra equipe.[2]

Títulos editar

ESTADUAIS
Competição Títulos Temporadas
  Copa Aneron Corrêa de Oliveira 1 1991[15]
  • Campeonato Citadino de Erechim: 1926

Referências

  1. a b c «Tabajara-Guaíba Futebol Clube». Galeria dos Campeões. Consultado em 21 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2016 
  2. a b c d e f «Ta Guá: o time que deixou torcedores órfãos». ClicRBS. Consultado em 21 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2016  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "e" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. Gomes, Gilmar. «Pratense: Troitinho quer matar o Ta-Guá». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  4. Ben, Raul. «Guarany enfrenta o temível Ta-Guá». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  5. «Copa Aneron: a festa é do Ta-Guá». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). 22 de julho de 1991. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  6. a b «Aneron / Campeão». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). 5 de agosto de 1991. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  7. «Grêmio: Espinosa quer apagar vexame». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). 27 de setembro de 1991. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  8. Susin, José Domingos. «Imponderável». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  9. Pauletti, Carla (26 de setembro de 1991). «E time da vexame no Olímpico». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  10. «Tite fica irritado com gol do Ta-Guá». memoria.bn.br. O Pioneiro (RS). 2 de setembro de 1991. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  11. Susin, José Domingos (2 de setembro de 1991). «Quem ficou vaiou, e Haroldo marcou». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  12. «Caxias tenta sair do sufoco». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). 7 de setembro de 1991. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  13. Susin, José Domingos (10 de setembro de 1991). «Chutando o balde das convicções». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  14. Evangelhista, Elizeu (4 de setembro de 1991). «Agnaldo cansa das críticas e pede para sair». memoria.bn.br. Folha de Hoje (RS). Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  15. «Dínamo chegou à primeira divisão do Futebol Gaúcho». Jornal Gazeta. 7 de novembro de 2018. Consultado em 13 de dezembro de 2021