Tarsila, a Brasileira

Tarsila, a Brasileira é um musical brasileiro com texto e letras de Anna Toledo e José Possi Neto, que retrata a vida da pintora Tarsila do Amaral. Protagonizado e produzido por Claudia Raia, a montagem traz também no elenco o ator Jarbas Homem de Mello. Dirigido por José Possi Neto, com direção musical de Guilherme Terra.

Tarsila, a Brasileira
Autoria Anna Toledo e José Possi Neto
Elenco
Direção José Possi Neto
Enredo
Gênero Musical
Personagens Tarsila do Amaral
Oswald de Andrade
Anita Malfatti
Mário de Andrade
Menotti del Picchia
Pagu
Olívia Guedes Penteado
Luis Martins
Blaise Cendrars
Ígor Stravinsky
Atos 2
Dados da estreia 25 de janeiro de 2024, SP
País  Brasil

“Tarsila, a Brasileira”, retrata a vida e a trajetória profissional da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas.[1][2]

A equipe criativa de “Tarsila, a Brasileira”, tiveram músicas de Guilherme Terra e Tony Lucchesi, Coreografia e Direção de Movimento de Alonso Barros, cenários de Renato Theobaldo, figurino de Fabio Namatame e visagismo de Dicko Lorenzo.

A montagem estreou em 25 de janeiro de 2024, aniversário de São Paulo, no Teatro Santander.[3] A última apresentação em São Paulo ocorreu no dia 26 de maio de 2024. De lá, foi transferida para o Rio de Janeiro, ficando no Vivo Rio numa curtíssima temporada de apenas cinco apresentações, no fim de semana transcorrido entre 31 de maio e 02 de junho. [4]

Enredo

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Sinopse

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A história começa com a chegada de Tarsila a São Paulo, em 1922, vinda da Escola de Artes de Paris, e seu encontro com os modernistas, que daria origem ao famoso Grupo dos Cinco (Tarsila, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia) e seria o início de um tórrido romance entre ela e Oswald. A ação então passa pela efervescência e excessos dos modernistas, a vida entre São Paulo e Paris, o atribulado e concorrido atelier de Tarsila em Paris, frequentado pela nata artística da época (Pablo Picasso, Igor Stravinsky, Eric Satie, Jean Cocteau, entre outros), o “redescobrimento do Brasil” e as revoluções estéticas que culminaram no movimento Antropofágico e na criação do Abaporu, ponto máximo da colaboração artística entre Tarsila e Oswald.[5] A segunda parte da história começa justamente com a Crise de 1929, quando Tarsila perde toda a sua fortuna e descobre a traição de Oswald com Pagu, jovem protegida do casal. Separada de Oswald e destituída de suas fazendas, Tarsila viaja para Moscou e dá início a sua fase de pinturas “sociais”, retratando os trabalhadores brasileiros. Tarsila é presa pela polícia de Getúlio Vargas, suspeita por atividades “revolucionárias” pelo simples fato de ter ido à Rússia. Acolhida e amparada pelos amigos, Tarsila então conhece seu último amor, o jornalista carioca Luis Martins, 24 anos mais jovem do que ela, com quem viveria por dezoito anos.

Após a morte da sua filha e sua neta, da separação de Luís, e da morte de Mário, Anita e Oswald, Tarsila reflete sobre suas perdas e encontra consolo na espiritualidade – mais especificamente, na doutrina espírita de Chico Xavier. Numa epifania, Tarsila revela sua visão e renova sua convicção na Arte como possibilidade de transcendência e de encontro com as pessoas que amou e as pessoas que compartilharam do mesmo sonho, que se funde com a Retrospectiva da Semana de Arte Moderna, cem anos depois, numa grande consagração da Cultura brasileira.

Números musicais

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  1. Prólogo
  2. Abertura: Vinte e Dois(Oswald, Anita, Mario e Menotti e Ensemble)
  3. A Semana de Arte(Oswald, Anita, Mario e Menotti e Ensemble)
  4. Souvenir de Capivari(Tarsila, Oswald, Anita, Mario e Menotti)
  5. Um Mundo Sem Moldura(Tarsila)
  6. Vem Dar um Rolê(Modernistas e Ensemble)
  7. Vem Dar Um Rolê (reprise) • (Oswald e Tarsila)
  8. Tarsilwaldo(Ensemble)
  9. Souvenir de Capivari (reprise) • (Tarsila)
  10. Rebu no Atelier(Oswald, Dona Olívia, Picasso, Cocteau, Blaise Cendrars, Stravinsky, Príncipe Kojo Tuvalu)
  11. Ó Que Trem Bom(Tarsila, Oswald, Anita, Mario, Dona Olívia e Ensemble)
  12. Capoeira do Mario(Mario de Andrade e Ensemble)
  13. O Casamento(Tarsila, Oswald, Anita, Mario, Dona Olívia e Ensemble)
  14. A Criação do Quadro • (Tarsila e Ensemble)
  15. ABAPORU • (Companhia)

Ato II

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  1. Semana de Arte / Abaporu (reprise) • (Ensemble e Pagu)
  2. O Angu da Pagu(Anita, Dona Olívia, Pagu e Ensemble)
  3. Eu Como Mesmo • (Oswald)
  4. Um Mundo Sem Moldura (reprise) • (Tarsila e Ensemble)
  5. A Rainha de Sabá(Tarsila e Prisioneiras)
  6. Aí Vai Meu Coração(Tarsila e Luis)
  7. Quando Eu Morrer(Oswald, Mario e Anita)
  8. Finale(Companhia)

Elenco Original

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Elenco principal

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Personagens Atores
Tarsila do Amaral Claudia Raia
Oswald de Andrade Jarbas Homem de Mello
Anita Malfatti Keila Bueno
Mário de Andrade Dennis Pinheiro
Menotti del Picchia Ivan Parente
Dulce / Pagu Carol Costa
Dona Olívia Guedes Penteado Liane Maia
Luís Martins / Blaise Cendras Reiner Tenente
Ígor Stravinsky / Maestro condutor Guilherme Terra

Ensemble (Coro)

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Completam o elenco de 23 atores cantores: Estela Ribeiro (ensemble/ Tarsila do Amaral alternante), André Luiz Odin (ensemble), John Seabra (ensemble/ Mário de Andrade cover), Fernanda Godoy (ensemble/ swing), Fernanda Salla (ensemble), Marcos Lanza (ensemble), Marilice Cosenza (ensemble/ Anita Malfatti cover), Matheus Paiva (ensemble), Mirella Guida (ensemble), Carol Botelho (ensemble / Dulce/Pagu cover), Rafael Leal (ensemble), Renato Bellini (ensemble), Vanessa Costa (ensemble / Dona Olívia Guedes Penteado cover), Guilherme Pereira (ensemble / dance captain).

Equipe Criativa

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  • Texto e Letras de Anna Toledo e José Possi Neto
  • Músicas: Guilherme Terra e Tony Lucchesi
  • Encenação e Direção de Arte: José Possi Neto
  • Coreografia e Direção de Movimento: Alonso Barros
  • Direção Musical: Guilherme Terra
  • Cenário: Renato Theobaldo
  • Figurino: Fábio Namatame
  • Visagismo: Dicko Lorenzo
  • Produção: Rega Início Produções Artísticas
  • Idealização: Raia Produções
  • Realização: Oito Graus Produções

Idealização

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A sobrinha-neta da pintora Tarsila do Amaral, Tarsilinha, procurou a atriz Claudia Raia com o pedido que ela desse vida à pintora modernista em um musical. A descendente da artista afirmou acreditar que a atriz possuía a mesma força da tia-avó.

Apesar de chegar ao público em janeiro de 2024, a produção do musical foi iniciada três anos antes. Segundo Claudia Raia: “A ideia inicial era estrear o espetáculo [em 2022], comemorando o centenário da Semana de Arte Moderna, que aconteceu em 1922. Mas várias coisas aconteceram, inclusive a minha gravidez, e adiamos a estreia. [...] começamos os ensaios [em 2023] e [apresentamos] esta história emocionante para o público [em] 25 de janeiro de 2024, no Teatro Santander”. A data de estreia fez homenagem ao aniversário da cidade de São Paulo.[6]

Ver também

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Referências

  1. Arcanjo, Blog do (20 de dezembro de 2023). «Claudia Raia estreia musical Tarsila, A Brasileira no aniversário de São Paulo». Blog do Arcanjo. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  2. «Tarsila do Amaral». Wikipédia, a enciclopédia livre. 17 de dezembro de 2023. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  3. «TARSILA, A BRASILEIRA». INFOTEATRO. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  4. «Claudia Raia chega ao Rio com o musical 'Tarsila, a Brasileira': 'Celebração da cultura brasileira'». ODia. Consultado em 31 de maio de 2024 
  5. «TARSILA, A BRASILEIRA». INFOTEATRO. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  6. Tolipan, Heloisa (2 de dezembro de 2023). «Dando vida à Tarsila do Amaral em musical, Claudia Raia abre o coração sobre como superou a sexualização como atriz». Heloisa Tolipan. Consultado em 29 de dezembro de 2023