Tentativa de golpe de Estado na Colômbia em 1944

A tentativa de golpe de Estado de 1944, comumente conhecida como Golpe de Pasto, foi uma tomada de poder que durou algumas horas e foi articulada por um grupo de militares na Colômbia. Aconteceu no dia 10 de julho de 1944 na cidade de Pasto (daí o seu nome mais popular).

O evento significou a remoção temporária do poder do presidente liberal Alfonso López Pumarejo, que renunciaria ao cargo por diferentes motivos um ano depois.[1][2]

Antecedentes

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O presidente Alfonso López Pumarejo viajou a Pasto em 8 de julho de 1944 para presenciar manobras militares na região. Naquela época, pairavam rumores de uma conspiração pelo país e a viagem de López buscava silenciar esses rumores.[3][4]

Sua chegada à cidade ocorreu na noite do dia 9, porém o mandatário foi recebido com hostilidade pelos militares e reservistas ali baseados. O governador de Nariño, Manuel María Montenegro, informou o Presidente López da atitude irascível dos jovens soldados e ordenou o aquartelamento da polícia, motivo pelo qual foi cancelada a respectiva cerimônia de recepção.[3]

O golpe

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Na madrugada do dia 10 de julho, homens sob o comando do Coronel Luis E. Agudelo e do Major José Figueroa Paz invadiram o Hotel Niza, apoderaram-se do quarto de López e entregaram-lhe um documento declarando sua renúncia em favor do Coronel Diógenes Gil.[3]​ Permitiram-lhe, porém, tomar banho e um desjejum.[4]

Foi neutralizado e colocado à disposição dos soldados de Agudelo e Figueroa, membros da VII Brigada.[1] Gil também pretendia ser nomeado Ministro da Guerra, para ter o apoio dos seus subordinados a nível nacional.[4] As tropas eram apoiadas por homens nas remotas cidades de Bucaramanga e Ibagué.[5]

Pela manhã, López foi transferido para uma fazenda no município vizinho de Consacá, onde os proprietários, a família Bucheli, o resguardaram até que o caos cessou.

A notícia da insurreição chegou rapidamente a Bogotá e o Congresso da República nomeou Darío Echandía, que declarou a perturbação da ordem institucional.[1] O ministro do governo de López e segundo no comando, Alberto Lleras Camargo, usou a Rádio Difusora Nacional para espalhar uma mensagem de unidade que impulsionou a imagem decadente de López. Também serviu para alinhar todos os setores do país, incluindo o exército nacional.

Os militares, que a princípio estavam unidos sob o mesmo comando, se dividiram e, esgotada a conspiração, libertaram López, que chegou a Ipiales no dia 11 e regressou a Bogotá no dia 12, onde retomou o poder e se pronunciou sobre os fatos.[2]

Consequências

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Alfonso López percebeu a fragilidade de seu governo e começou a expulsar seus detratores.

O Coronel Diógenes Gil se entregou e foi encaminhado à prisão. O manejo bem-sucedido que Lleras Camargo deu à situação permitiu que ele emergisse como uma figura influente no governo, o que lhe possibilitou se tornar um candidato presidencial após a renúncia definitiva de López em 1945.

As tropas que participaram do golpe foram submetidas à corte marcial.[5]

Referências

  1. a b c «Las 5 cosas que debe saber del 'Golpe de Pasto'». Radio Nacional de Colombia (em espanhol). 28 de fevereiro de 2015 
  2. a b «Golpe de Estado a Alfonso López Pumarejo». Señal Memoria (em espanhol) 
  3. a b c República, Subgerencia Cultural del Banco de la. «El golpe de Pasto: Julio 10 de 1944». www.banrepcultural.org (em espanhol). Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2023 
  4. a b c Espectador, El. «El Golpe de Pasto». ELESPECTADOR.COM (em espanhol) 
  5. a b «Un cuartelazo fallido - Ecospolíticos.com». ecospoliticos.com