Tentativa de golpe de Estado na Líbia em 1993

A intentona golpista na Líbia de 1993 foi um golpe militar fracassado iniciado por oficiais militares superiores de Warfalla contra o líder líbio Muammar al-Gaddafi em 22 de outubro de 1993. O golpe foi encabeçado por Khalifa Haftar, um antigo oficial do exército líbio exilado desde a década de 1980, que desertaria durante o golpe.[5][6] O resultado foi a execução de muitos oficiais superiores e a nomeação de membros leais.[7]

Tentativa de golpe de Estado na Líbia em 1993
Tentativa de golpe de Estado na Líbia em 1993
Data 22 de outubro de 1993
Localização  Líbia (Misurata, Bani Walid, Trípoli)[1]
Tipo Golpe militar
Causa Oposição a Muammar al-Gaddafi
Organizado por Khalifa Haftar
Participantes Membros da tribo Warfalla, membros do Exército Líbio[2]
Resultado Golpe fracassado
  • Declínio da influência de Warfalla no sistema político líbio[3]
  • Execução de muitos membros do exército líbio[4]

Golpe editar

Em outubro de 1993, soldados que se opunham à Jamahiriya começaram a se mobilizar para um golpe e se preparam a realização de protestos e a sublevação contra Gaddafi. Khalifa Haftar, durante seu exílio, viaja para vários países contatando oficiais superiores decepcionados com Gaddafi e organiza uma célula clandestina visando promover a intentona golpista.[6] Rebeliões eclodiram em Misurata e Bani Walid, além disso uma revolta tentou derrubar Gaddafi em Trípoli, mas falhou.[8] Grupos exilados como a Frente Nacional para a Salvação da Líbia afirmaram que atacariam Gaddafi com seus 2.000 soldados ainda estacionados na Líbia. A CIA estaria supostamente envolvida no golpe.[9] A rebelião em Bani Walid foi violenta de acordo com fontes.[10] Khalifa Hunaysh, comandante da "guarda presidencial" de Gaddafi, desempenhou um papel importante na aniquilação das ações rebeldes em Bani Walid.[11] Mais tarde, naquele dia, a Força Aérea da Líbia frustrou os avanços dos golpistas e a rebelião foi posteriormente esmagada.[12]

Consequências editar

Muitos membros da tribo Warfalla foram executados e Khalifa Haftar permaneceria exilado, no Chade.[13] Gaddafi mais tarde começou a remover oficiais suspeitos e a substituí-los por outros leais, além de aumentar o exército.[14]

Referências

  1. «Libyan rebellion crushed». heraldscotland.com. 28 de outubro de 1993. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2023 
  2. «1997 Human Rights Report: Libya» 
  3. «Factbox: Libya's Warfalla tribe». Reuters. Setembro de 2011 
  4. «Factbox: Gaddafi rule marked by abuses, rights groups say». Reuters. 22 de fevereiro de 2011 
  5. «Khalifa Haftar, a hard-headed Libyan warrior». Financial Times. 23 de maio de 2014 
  6. a b «Khalifa Haftar, seul contre Al-Qaïda». Vanity Fair. 16 de setembro de 2014. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2023 
  7. «Libya's conflict: A patchwork of local divisions and regional interests | the Broker». 7 de julho de 2015 
  8. «Qaddafi Reported to Quash Army Revolt - The New York Times». The New York Times. 23 de outubro de 1993. Cópia arquivada em 13 de dezembro de 2013 
  9. Blanchard, Christopher M. (2010). Libya: Background and U. S. Relations. [S.l.: s.n.] p. 12 
  10. Helms, Jesse (1995). Country Reports on Human Rights 994 ed. [S.l.: s.n.] 
  11. Cousins, Michel (19 de março de 2012). «Qaddafi aide Khalifa Hunaysh dies from cancer in hospital in Munich.». LibyaHerald (em inglês). Consultado em 7 de fevereiro de 2023 
  12. Cordesman, Anthony H. (2002). A Tragedy of Arms: Military and Security Developments in the Maghreb. [S.l.: s.n.] p. 193 
  13. Gaub, Florence (2013). The Libyan Armed Forces between Coup-proofing and Gaddafi. [S.l.: s.n.] 
  14. Cole, Peter; McQuinn, Brian (2015). The Libyan Revolution and Its Aftermath. [S.l.: s.n.] p. 291