Teolepto I de Constantinopla

Teolepto I de Constantinopla (em grego: Θεόληπτος Α΄; m. dezembro de 1522) foi patriarca ecumênico de Constantinopla entre 1513 e 1522.

Teolepto I de Constantinopla
Nascimento século XV
Épiro
Morte dezembro de 1522
Ocupação sacerdote
Religião cristianismo ortodoxo

História editar

Teolepto era natural de Creta ou Epiro e viveu como monge com o patriarca Pacômio I, que o nomeou bispo metropolitano de Ioannina[1]. Quando Pacômio morreu envenenado, Teolepto correu para Adrianópolis e caiu nas graças do sultão otomano Selim I[2]. Depois de realizar o pagamento habitual, o sultão o nomeou patriarca. Logo depois, Teolepto seguiu para Constantinopla para a realização da eleição formal e sua entronização em meados de 1513[3].

Em setembro de 1520, Selim faleceu e a posição de Teolepto enfraqueceu. Os primeiros rumores começaram a surgir, o que mais tarde levou a acusações formais de que ele levava uma vida privada imoral. O Santo Sínodo decidiu que ele deveria ser julgado, mas Teolepto faleceu em dezembro de 1522, antes do julgamento[4].

Patriarcadp editar

O poder do Patriarcado aumentou durante a guerra otomana-mameluca de 1516-1517 e a consequente anexação da Síria, Palestina e Egito pelo sultão Selim I[2], pois os patriarcados de Alexandria, Antioquia e Jerusalém foram incorporados ao Império Otomano. Estes patriarcados retiveram sua autonomia religiosa, mas estava de facto submetidos à influência do patriarca de Constantinopla, que ficava perto do sultão e era o responsável civil por todos os cristãos ortodoxos do império de acordo com o sistema millet. Esta influência de Constantinopla aumentou nos séculos seguintes, especialmente em relação às nomeações. Com a conquista da Palestina e a queda de Jerusalém em 1517 a Selim, Teolepto obteve do sultão o direito de manter a Igreja do Santo Sepulcro[1].

Teolepto estabeleceu boas relações desde 1516 com o grande príncipe de Moscou Vasili III, cuja mãe era uma sobrinha do último imperador bizantino, Constantino XI. O Grão-Ducado de Moscou se tornou, nesta época, o mais poderoso reino ortodoxo ainda independente. Em 1518, Teolepto enviou o acadêmico Máximo, o Grego, para lá[2].

Por volta de 1520, o sultão Selim, que queria forçar a conversão de todos os cristãos ao islã, ordenou o confisco de todas as igrejas cristãs por que não havia um firman que as protegesse. Teolepto, graças às suas boas relações com o sultão e graças também a um advogado chamado Xenakis, conseguiu reverter a ordem, convencendo o sultão que as igrejas de Constantinopla se renderam durante a Queda de Constantinopla (1453), sendo assim poupadas e mantidas para o culto cristão. Mesmo que nenhum firman pudesse ser exibido por causa de um incêndio no Patriarcado, três velhos janízaros que participaram dos eventos em 1453 juraram sobre o Corão que isso era verdade e foram acreditados[2].

Como patriarca, Teolepto reformou a organização eclesiástica das dioceses de Adrianópolis, Samos e na Valáquia[1].

Ver também editar

Teolepto I de Constantinopla
(1513-1522)
Precedido por:  

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
Pacômio I 172.º Jeremias I

Referências

  1. a b c «Theoliptos I» (em inglês). Site oficial do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla 
  2. a b c d Runciman, Steven (1985). The Great Church in captivity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 176-177, 189, 199, 327. ISBN 978-0-521-31310-0 
  3. Niebuhr, B.G.; Bekker, I., eds. (1849) [1584]. «Historia Politica et Patriarchica Constantinopoleos». Corpus scriptorum historiae byzantinae (em latim). 49. Bonn: [s.n.] p. 151–152 
  4. Janin, R. (1956). Dictionnaire d'histoire et de géographie ecclésiastiques. =Costantinople, Patriarcat grec (em francês). 13. Paris: Letouzey et Ané. p. 677 

Ligações externas editar