Tessa Lacerda

Filósofa brasileira

Tessa Moura Lacerda (nascida em 18 de junho de 1974) é uma ativista política,[1] historiadora da filosofia do século XVII, professora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.[2]

Tessa Moura Lacerda
Nascimento 18 de junho de 1974 (49 anos)
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Historiadora da filosofia, professora e escritora
Principais trabalhos A Política da Metafísica: Teoria e Prática em Leibniz

Carreira acadêmica editar

Tessa Lacerda contribuiu para a primeira grande leva de estudos sobre o pensamento de Gottfried Wilhelm Leibniz no Brasil, logo na década de 90. Concluindo seu doutorado em 2006, Lacerda se tornou o primeiro Leibniz scholar do Brasil, isto é, primeiro pesquisador que dedicou sua vida acadêmica ao estudo do pensador. Portanto, sendo a primeira especialista em Leibniz do país, seus trabalhos influenciaram toda a onda de especialistas no pensamento do filosofo alemão surgida no Brasil a partir dos anos 2000.

Ela entrou para a graduação no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo logo em 1993, seguindo na mesma instituição no mestrado (onde ingressou em 1997), no doutorado (2001) e, também, em um pós-doutorado concluído em 2008. Atualmente é editora-chefe dos Cadernos Espinosanos[3], uma das mais importantes revistas de filosofia em língua portuguesa, com impacto B1 segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior[4].

Vida Pessoal editar

O ativismo político de Tessa Lacerda encontra na sua própria história de vida uma profunda justificativa. Gildo Lacerda, o pai de Tessa foi, segundo relatórios da Comissão Nacional da Verdade,[5] um dos militantes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML) assassinados pela ditadura militar na década de 70. Lacerda nunca chegou a conviver com o próprio pai, pois não havia sequer nascido na época do assassinato do mesmo. Sua mãe, Marluce Moura, também foi uma ativista política que conheceu Gildo durante os conflitos contra militares, tendo ambos atuado pela Ação Popular Marxista-Leninista (APML).[6]

Segundo a organização Memórias da Ditadura[7]: "Gildo Macedo Lacerda foi morto por agentes do DOI-CODI/IV, em 28 de outubro de 1973, junto com o companheiro de militância na APML, José Carlos Novaes da Mata Machado. Os dois tinham sido presos em dias e locais distintos – Mata Machado no dia 19 de outubro, em São Paulo, e Gildo no dia 22 de outubro, em Salvador – e transferidos para Recife, onde foram mortos sob tortura".

Ainda segundo a mesma organização, "a versão oficial veiculada em jornais da época informava que Gildo Macedo Lacerda teria morrido junto com José Carlos da Mata Machado em um tiroteio provocado por outro colega de militância chamado “Antônio”. Segundo a nota oficial, os dois militantes da APML tinham sido presos e tinham confessado um encontro com esse terceiro colega na Avenida Caxangá, em Recife, no dia 28 de outubro de 1973. Acompanhando as forças de segurança ao ponto de encontro para que fosse efetuada a prisão do suposto companheiro de organização, os dois militantes teriam sido baleados: “Antônio” teria percebido a presença dos policiais à paisana e disparado contra Gildo e José Carlos, conseguindo fugir na sequência"[7].

Referências

  1. «Comissão da Verdade ouve mais três histórias de filhos de militantes». 7 de maio de 2013 
  2. «Tessa Moura Lacerda | Departamento de Filosofia». filosofia.fflch.usp.br. Consultado em 18 de março de 2018 
  3. «Equipe Editorial». www.revistas.usp.br. Consultado em 18 de março de 2018 
  4. DTI, UFRN - SINFO e CAPES -. «Plataforma Sucupira». sucupira.capes.gov.br (em inglês). Consultado em 18 de março de 2018 
  5. «GILDO MACEDO LACERDA - Comissão da Verdade». comissaodaverdade.al.sp.gov.br. Consultado em 18 de julho de 2019 
  6. «Exposição em Uberaba conta a história de Gildo Macedo Lacerda». G1. 8 de julho de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2022 
  7. a b «Gildo Macedo Lacerda». Memórias da ditadura. Consultado em 18 de julho de 2019