The Crimson Horror

episódio de Doctor Who

"The Crimson Horror" (intitulado "O Horror de Crimson" no Brasil)[2][a] é o décimo primeiro episódio da sétima temporada da série de ficção científica britânica Doctor Who, transmitido originalmente através da BBC One em 4 de maio de 2013. Foi escrito por Mark Gatiss e dirigido por Saul Metzstein.[4] Marca o 100.º episódio desde o retorno da série em 2005.[5]

237 – "The Crimson Horror"
"O Horror de Crimson" (BR)
Episódio de Doctor Who
The Crimson Horror
Pôster promocional do episódio.
Informação geral
Escrito por Mark Gatiss
Dirigido por Saul Metzstein
Produzido por Marcus Wilson[1]
Produção executiva Steven Moffat
Caroline Skinner
Música Murray Gold
Temporada 7.ª temporada
Duração 45 minutos
Exibição original 4 de maio de 2013
Elenco
Convidados
  • Diana Rigg – Sra. Gillyflower
  • Rachael Stirling – Ada
  • Catrin Stewart – Jenny Flint
  • Neve McIntosh – Madame Vastra
  • Dan Starkey – Strax
  • Eve de Leon Allen – Angie
  • Kassius Carey Johnson – Artie
  • Brendan Patricks – Edmund & Sr. Thursday
  • Graham Turner – Amos
  • Scott Stevenson – Homem Mergulhado
  • Olivia Vinall – Effie
  • Michelle Tate – Abigail
  • Jack Oliver Hudson – Thomas Thomas
Cronologia
"Journey to the Centre of the TARDIS"
"Nightmare in Silver"
Lista de episódios de Doctor Who

Ambientando em Yorkshire em 1893, o episódio apresenta as detetives da era vitoriana Madame Vastra (Neve McIntosh), Jenny Flint (Catrin Stewart) e seu mordomo alienígena Strax (Dan Starkey), que tentam encontrar o alienígena viajante do tempo conhecido como o Doutor (Matt Smith) e sua acompanhante Clara Oswald (Jenna-Louise Coleman) para impedir uma conspiração da Sra. Gillyflower (Diana Rigg), que deseja começar um novo mundo exterminando toda a humanidade, exceto uma comunidade que ela considera "perfeita".

O episódio foi a terceira aparição de Vastra, Jenny e Strax — informalmente chamados de "Paternoster Gang" — e foi concebido como um pseudo-spinoff dos personagens. Também incluiu inúmeras homenagens em tom ao trabalho de Rigg no programa britânico Os Vingadores, especificamente referenciando a personagem dela, Emma Peel. Foi assistido por 6,47 milhões de espectadores no Reino Unido e recebeu críticas geralmente positivas.

Enredo

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O traje da Sra. Gillyflower, o Sr. Sweet e os controles para lançar o foguete, em exposição na Doctor Who Experience

Em 1893, a siluriana Madame Vastra, sua esposa humana Jenny Flint e seu mordomo sontariano Strax são convidados a investigar uma misteriosa causa de morte conhecida como "horror carmesim", cujas vítimas são encontradas jogadas no canal com a pele vermelha brilhante. A última vítima, Edmund, tem a imagem do Doutor gravada em sua retina. Os três então viajam para Yorkshire, onde Jenny se infiltra em Sweetville, uma comunidade utópica liderada pela química e engenheira Sra. Gillyflower e o nunca visto Sr. Sweet.[6]

Jenny descobre o Doutor acorrentado, com a pele vermelha e uma estatura rígida. Ele a dirige para colocá-lo em uma câmara para reverter o processo e uma vez restaurado, explica que ele e Clara também estavam investigando o horror carmesim. Os dois se infiltraram em Sweetville, mas descobriram que deveriam ser preservados para sobreviver a um apocalipse. O processo não funcionou nele porque não era humano e ele foi salvo de ser destruído por Gillyflower quando sua filha cega Ada o escondeu. O Doutor posteriormente encontra Clara e também reverte o processo nela.[6]

Enquanto isso, Vastra reconhece que Sweetville está usando o veneno de uma sanguessuga vermelha pré-histórica que seu povo conhecia. O Doutor e Clara confrontam a Sra. Gillyflower, que revela que planeja lançar um foguete para espalhar a substância pelo mundo; todos na Terra morrerão, exceto as pessoas que vivem em sua comunidade, que o reabitarão para fazer um mundo melhor. "Sr. Sweet" também é revelado como uma sanguessuga vermelha que formou uma relação simbiótica com ela. O Doutor a repreende por fazer experimentos em Ada para acertar a fórmula de preservação e Clara quebra os controles do foguete; no entanto, Gillyflower aponta uma arma para a cabeça de Ada e se dirige para o silo do foguete, que foi disfarçado de chaminé, para alcançar o controle secundário.[6]

Gillyflower lança o foguete, mas Vastra e Jenny já removeram o veneno dele, tornando-o inútil. Strax atira nela para impedi-la de matar os outros, fazendo-a cair do corrimão da escada e morrer, enquanto Ada também mata o Sr. Sweet com sua bengala. Quando Clara retorna para casa, ela descobre que as duas crianças que ela toma conta, Angie e Artie, descobriram fotos de suas viagens ao passado na TARDIS pela internet e a forçam a levá-los em uma viagem com ela.[6]

Continuidade

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Quando o Doutor chega em Yorkshire, ele menciona a Clara que passou muito tempo tentando levar uma "falastrona australiana" para o Aeroporto de Heathrow, uma referência à acompanhante do Quinto Doutor, Tegan Jovanka, e seus esforços para levá-la de volta para lá entre as histórias Four to Doomsday e Time-Flight (1982).[7] Outra referência a Tegan é feita quando o Doutor diz a Clara, "Coração valente, Clara", uma frase que ele costumava usar ao falar com ela.[7]

Na sequência de flashback, o Doutor diz que os ciganos acreditam que a última imagem que uma pessoa morta vê é gravada em sua retina. Isso é semelhante a uma versão que o Quarto Doutor conta à tripulação do Nerva Beacon pouco antes de conectar sua mente ao morto Wirrn em The Ark in Space (1975).[7] Ao chegar em casa, Clara descobre que as crianças que ela cuida encontraram fotos históricas dela de 1974 ("Hide") e 1983 ("Cold War"). Eles também encontram uma foto dela em 1892 como Clara Oswin Oswald/Srta. Montague ("The Snowmen"), que eles presumem ser sua Clara, que não a reconhece.[7]

Produção

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Foi a primeira vez que a atriz Diana Rigg (imagem) contracenou com sua filha, Rachael Stirling.

"The Crimson Horror" viu o retorno de Vastra, Jenny e Strax do episódio "The Snowmen". O produtor executivo e showrunner Steven Moffat disse à Radio Times que a história seria do ponto de vista deles, para o público "vê-los enfrentar um caso próprio e tropeçar no caminho do Doutor, acidentalmente".[4][8] Moffat planejou escrever o episódio, mas percebeu que não seria capaz e ligou para seu "velho amigo" Mark Gatiss.[9] O argumento inicial foi um "quase-spinoff da Paternoster Gang", apresentando o autor dos livros de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle. No entanto, quando Gatiss não conseguiu encontrar uma maneira de dar a Doyle um papel significativo o suficiente na história, sua aparição foi cortada. O antagonista do episódio foi originalmente planejado para ser "múmias" que estavam "todas de preto, como viúvas escocesas", inspiradas pelos afetados pela condição da mandíbula de fósforo.[10]

O episódio foi escrito especialmente para Diana Rigg e sua filha Rachael Stirling.[11] Foi a primeira vez que as duas contracenaram juntas.[11] Gatiss havia trabalhado em uma peça com Stirling, que mencionou que ela e Rigg nunca haviam aparecido em algo ao mesmo tempo, então o roteirista se ofereceu para "adaptá-las" em seu episódio de Doctor Who, para o qual ele havia criado a premissa básica.[12] Stirling disse que Gatiss tinha criado "um relacionamento em tela entre Ma e eu que é realmente incrível. Nunca havíamos trabalhado juntas antes porque as ofertas não eram tentadoras, mas quando um roteiro tão engraçado e original surge, você sabe que chegou a hora".[13] Gatiss afirmou que queria escrever um episódio " propriamente do norte" e revelou que Rigg foi capaz de usar seu sotaque nativo de Doncaster pela primeira vez.[12]

A leitura do roteiro de "The Crimson Horror" ocorreu em 28 de junho de 2012, com as filmagens começando em 2 de julho.[7] As gravações ocorreram em Bute Town, Caerphilly e Tonyrefail.[14] As cenas realizadas nas ruas de Sweetville foram filmadas nos estúdios da BBC em Cardiff. O designer de produção Michael Pickwoad enfatizou que a rua tinha que ser "quase perfeita demais" para demonstrar como a influência da Sra. Gillyflower a havia corrompido por dentro.[7]

Transmissão e recepção

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"The Crimson Horror" foi transmitido pela primeira vez no Reino Unido na BBC One em 4 de maio de 2013.[1] Os números preliminares de audiência durante a noite mostraram que foi assistido por 4,61 milhões de espectadores ao vivo. No entanto, a audiência final consolidada subiu para 6,47 milhões de pessoas, tornando-se a história menos assistida da temporada.[15] Recebeu um Índice de Apreciação do público de 85.[16]

Recepção critica

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"The Crimson Horror" recebeu críticas geralmente positivas. Ben Lawrence do The Daily Telegraph classificou-o com cinco de cinco estrelas, escrevendo que "acumulou ideia após ideia, mantendo um ritmo fantástico e alegre e entregando uma história fantasticamente satisfatória". Ele elogiou a maneira como o Doutor e Clara não entraram no episódio por quinze minutos, o que reduziu a quantidade de exposição.[17] O crítico do The Guardian Dan Martin foi positivo em relação à maneira como o episódio brincou com o gênero e a forma, dizendo que "foi tão louco e assustador quanto o show deveria ser sempre".[18] Alasdair Wilkins do The A.V. Club descreveu-o como um "episódio divertido" e "traquina", elogiando a atuação de Stirling e o tom alegre da história. Ele também elogiou suas escolhas estilísticas, gostando ainda da decisão de não ter o Doutor ou Clara aparecendo até mais tarde no episódio.[19]

Patrick Mulkern, da Radio Times, escreveu que tinha "mistério decente, um enredo lógico, uma pitada de exagero, mas talvez o mais gratificante de tudo é que é uma dança macabra". Ele observou que o episódio tinha "mais do que uma pitada de Os Vingadores", estrelado por Rigg.[20] Mark Snow, da IGN, deu a "The Crimson Horror" uma nota 8,7 de 10, chamando-o de "o melhor até agora" da segunda metade da sétima temporada. Ele elogiou o humor e o estilo e comentou: "a ameaça nunca foi realmente iminente, nem a escala foi tão grandiosa ou épica quanto seus predecessores recentes, mas isso também significava que, pela primeira vez, havia história suficiente para caber em um único episódio".[21] O crítico da SFX Magazine Nick Setchfield concedeu quatro de cinco estrelas, descrevendo-o como "suficientemente seguro para valsar direto à beira da paródia e não mais". Enquanto elogiou Rigg, ele disse que Stirling teve "uma atuação de destaque".[22] Graham Kibble-White, da Doctor Who Magazine, também deu uma crítica positiva, chamando-o de "brilhante e sangrento" e "um conto exagerado notavelmente bem contado, no qual cada elemento - incluindo seu nome - irradia uma luminosidade real", descrevendo a história como "um conto completamente perverso cheio de piadas maliciosas".[23]

Morgan Jeffery, do Digital Spy, foi mais negativo, dando ao episódio duas de cinco estrelas. Ele comentou que parecia um "filler" e criticou a personagem de Rigg por ser roteirizada como "uma velha cacarejante exagerada". No entanto, elogiou a profundidade emocional adicionada pela personagem de Stirling e a direção.[24]

Versão impressa

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Uma romantização da história escrita por Mark Gatiss foi publicada em brochura e digitalmente em 11 de março de 2021 como parte da Target Collection.[25][26] Um audiolivro narrado por Dan Starkey e Catrin Stewart foi lançado no mesmo dia.[27]

Ao escrever a adaptação, Gatiss queria manter o ritmo o mais próximo possível do episódio, adicionando apenas uma cena extra detalhando o primeiro encontro de Jenny com o Doutor. O romance é escrito da perspectiva da Paternoster Gang, com partes narradas por Jenny e Strax. A romantização é dedicada a Diana Rigg, que morreu em setembro de 2020.[10]

Notas

  1. Referido ainda como "O Horror Vermelho" na TV Cultura.[3]

Referências

  1. a b «Doctor Who – The Crimson Horror». BBC. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2013 
  2. «Prime Video: Doctor Who - Temporada 7». Prime Video. Consultado em 7 de julho de 2024 
  3. «Doctor Who - 7ª temporada: O Horror Vermelho». TV Cultura. Consultado em 13 de julho de 2024. Arquivado do original em 19 de maio de 2016 
  4. a b «Doctor Who Series 7 News Accumulator». SFX. 19 de março de 2013. Consultado em 19 de março de 2013. Cópia arquivada em 25 de março de 2013 
  5. Brew, Simon (4 de maio de 2013). «Doctor Who series 7: The Crimson Horror review». Den of Geek. Consultado em 1 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2022 
  6. a b c d Mark Gatiss (roteirista), Saul Metzstein (diretor), Marcus Wilson (produtor) (4 de maio de 2013). «O Horror de Crimson». Doctor Who. Temporada 7. Episódio 11. BBC. BBC One 
  7. a b c d e f «The Fourth Dimension: The Crimson Horror». BBC. Consultado em 4 de maio de 2013. Cópia arquivada em 13 de outubro de 2018 
  8. Moffat, Steven (30 de março – 5 de abril de 2013). «nenhum». Immediate Media Company. Radio Times 
  9. «Steven Moffat on 'The Crimson Horror'». BBC America. 6 de maio de 2013. Consultado em 7 de maio de 2013. Arquivado do original (Video) em 11 de maio de 2013 
  10. a b Jeffery, Morgan (14 de março de 2021). «Mark Gatiss on revisiting Doctor Who's The Crimson Horror and its surprising links to Sherlock Holmes and Dracula». Radio Times. Consultado em 14 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2021 
  11. a b Bowie-Sell, Daisy (2 de julho de 2012). «Diana Rigg cast opposite her daughter in Doctor Who». The Daily Telegraph. Consultado em 24 de março de 2013. Cópia arquivada em 9 de agosto de 2013 
  12. a b Mulkern, Patrick (28 de abril de 2013). «Doctor Who: Mark Gatiss sets the scene for The Crimson Horror». Radio Times. Consultado em 28 de abril de 2013. Cópia arquivada em 1 de maio de 2013 
  13. Golder, Dave (2 de julho de 2012). «Doctor Who Series 7: Diana Rigg to Guest Star». SFX. Consultado em 24 de março de 2013. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2013 
  14. «Doctor Who Series 7: Diana Rigg Filming Pics». SFX. 3 de julho de 2012. Consultado em 24 de março de 2013. Cópia arquivada em 6 de julho de 2012 
  15. «Ratings Guide». Doctor Who News. Consultado em 27 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 18 de outubro de 2015 
  16. «The Crimson Horror AI:85». Doctor Who News Page. 6 de maio de 2013. Consultado em 6 de maio de 2013. Cópia arquivada em 7 de maio de 2013 
  17. Lawrence, Ben (4 de maio de 2013). «Doctor Who: The Crimson Horror». The Daily Telegraph. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 6 de maio de 2013 
  18. Martin, Dan (4 de maio de 2013). «Doctor Who: The Crimson Horror – series 33, episode 11». The Guardian. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2013 
  19. Wilkins, Alasdair (4 de maio de 2013). «Doctor Who: "The Crimson Horror"». The A.V. Club. Consultado em 24 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2021 
  20. Mulkern, Patrick (4 de maio de 2013). «Doctor Who: The Crimson Horror». Radio Times. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 6 de março de 2021 
  21. Snow, Mark (4 de maio de 2013). «The Doctor Heads Back to 19th Century Yorkshire for an Episode That's Penned by Mark Gatiss». IGN. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 7 de maio de 2013 
  22. Setchfield, Nick (4 de maio de 2013). «Doctor Who 7.11 "The Crimson Horror" Review». SFX. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 9 de maio de 2013 
  23. Kibble-White, Graham (junho de 2013). «The Crimson Horror». Doctor Who Magazine 
  24. Jeffery, Morgan (4 de maio de 2013). «'Doctor Who': New episode 'The Crimson Horror' review». Digital Spy. Consultado em 5 de maio de 2013. Cópia arquivada em 6 de maio de 2013 
  25. «New Target novel collection in July 2020». Doctor Who.tv. Consultado em 15 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 22 de março de 2020 
  26. Doctor Who: The Crimson Horror (Target Collection) Paperback – 11 Mar. 2021. [S.l.: s.n.] ASIN 1785945041 
  27. «Doctor Who: The Crimson Horror – 11 Mar. 2021». Consultado em 10 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2021 

Ligações externas

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