Thomas Carew Hunt (13 de Setembro de 18088 de Janeiro de 1886) foi um diplomata britânico, cônsul britânico e botânico amador, tendo recolhido e herborizado uma importante colecção de espécimes actualmente no herbário do Reais Jardins Botânicos de Kew. Foi cônsul britânico em Arcangel (1832), Açores (1839–1848) e Bordéus (1866).[1] Colectava plantas para a Botanical Society of London, de que era membro, e correspondeu-se com Charles Darwin[2]. A espécie açoriana Ammi huntii foi-lhe dedicada por Hewett Cottrell Watson.[1]

Thomas Carew Hunt
Nascimento 13 de setembro de 1808
Morte 8 de janeiro de 1886 (77 anos)
Cidadania Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Filho(a)(s) Harry Thomas Carew Hunt
Ocupação diplomata, botânico

Biografia

editar

Thomas Carew-Hunt nasceu em Devonshire, Inglaterra. Casou com Dorothy Nugent-Humble, de Waterford, Irlanda, com quem, quando esteve colocado em Ponta Delgada, teve um filho, Harry Thomas Carew-Hunt, que também viria a ser diplomata.

É autor de artigos descrevendo as ilhas de Santa Maria e de São Miguel, do arquipélago dos Açores, publicados em Londres no ano de 1845 no Journal of the Royal Geographic Society.[3][4] Entre 1844 a 1848, Hunt enviou a Hewett Cottrell Watson exemplares colhidos naquelas ilhas, as mais orientais do arquipélago dos Açores, o que permitiu o alargamento do conhecimento da flora dos Açores e a descrição de um considerável número de espécies novas.[5][6][7]

Também publicou considerações sobre o clima dos Açores e o registo de observações meteorológicas na Revista dos Açores,[8] e no Almanak Rural da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense.[9] Já as pioneiras tabelas meteorológicas relativas aos Açores tinham sido publicadas por autores anglófonos: a primeira, publicada nas Philosophical Transactions of the Royal Society of London, vol. LXVIII, part II (1779) pp. 601-610, fazia parte de um relato enviado pelo botânico Francis Masson a William Aiton; as segundas, da responsabilidade do médico americano John White Webster, eram constituídas pelos registos de temperatura e da pressão atmosférica feitos em Ponta Delgada entre Outubro de 1817 e Março de 1818.[10]

Descobriu na Serra da Tronqueira, na ilha de São Miguel, numa única área escarpada que desapareceu devido a um escorregamento de solo, uma espécie que viria a ser classificada como Vicia dennesiana e que nunca mais foi encontrada desde então e é considerada extinta. Sementes da espécie enviadas por T. C. Hunt para a Botanical Society of London foram distribuídas por alguns dos seus membros, para serem cultivadas. A espécie foi descrita e classificada por Hewett Cottrell Watson.[11]

Notas

  1. a b JSTOR: Hunt, Thomas Carew (1808-1886).
  2. Darwin correspondence.
  3. “A description of the Island of St. Mary's (Azores)”, Journal of the Royal Geographic Society, 15 (1845), pp. 258-268
  4. “A description of the Island of St. Michael (Azores)”, ibidem, 15 (1845) 268-296.
  5. Rui Teles Palhinha, "Explorações botânicas nos Açores". Boletim da Sociedade Broteriana, vol. XXI (2.ª série), 1947, pp. 37-52.
  6. Também publicou “On the Geology of the Island of St. Mary’s, one of the Azores”, Quarterly Journal of the Geological Society, 2 (1-2) (1846) 39-40.
  7. Sobre a correspondência de Hunt com Charles Darwin a propósito dos Açores, ver Conceição Tavares, História Natural. Páginas soltas de uma nova descoberta dos Açores, Ilhas & História Natural…, 2010, p. 16.
  8. Revista dos Açores, vol. I (1851-1852) 45, 53, 203, 273 e 400; vol. II (1853) 124 e 160.
  9. Almanak Rural para 1851, p. 169 e 1853, p. 145.
  10. J. W. Webster, A description of the Island of St. Michael comprising an account of its geological structure with remarques on the others Azores or Western Islands, Boston, 1821.
  11. À Descoberta da História Botânica dos Açores: As Plantas e os Cientistas.

Ligações externas

editar