Tibouchina papyrus

Espécie de planta

O pau-papel (Tibouchina papyrus), também conhecido como árvore-do-papel[1], é uma planta arbustiva endêmica do cerrado brasileiro. Caracteriza-se pela textura de seu tronco, escamado em finas lâminas que se assemelham a papel de seda.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPau-papel
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Melastomataceae
Género: Tibouchina
Espécie: T. papyrus
Nome binomial
Tibouchina papyrus
(Pohl) Toledo
Sinónimos
Tibouchina papyrifera

Lasiandra papyrus

Flor de Tibouchina papyrus
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Tibouchina papyrus

Por sua aparência peculiar, essa espécie da família Melastomataceae apresenta grande potencial de utilização ornamental. É considerada, por lei (Lei Estadual nº 7.610, de 30/11/1972), a planta símbolo do estado de Goiás.

Sua ocorrência natural é restrita, limitando-se a determinadas regiões do cerrado.

Descrição editar

A característica mais chamativa do pau-papel é seu caule rosado cujo ritidoma esfolia-se em membranas papiráceas brancas, o que explica seu nome.

Podendo atingir 2 a 3 metros de altura, a arvoreta apresenta floração abundante na estação chuvosa. Na estação seca, contudo, desfolia-se totalmente, permanecendo desprovida de copa até o fim da estação.

O pau-papel é uma espécie xenógama facultativa, com maior formação de frutos por polinização cruzada que por autopolinização. A frutificação inicia-se com a queda na precipitação pluviométrica do final da estação chuvosa e estende-se por toda a estação seca.

Distribuição editar

O pau-papel é uma espécie cuja distribuição é muito restrita, só podendo ser encontrada em alguns campos rupestres do cerrado. Ela é endêmica na Serra Dourada e na Serra dos Pireneus, ambas em Goiás, e também no município tocantinense de Natividade. Esta espécie também foi registrada na Serra do Roncador, em Nova Xavantina (Mato Grosso).[2]

Ecologia editar

A floração do pau-papel é assincrônica, ou seja, nem todos os indivíduos apresentam floração ao mesmo tempo. Isto leva os insetos polinizadores a movimentarem-se entre os vários indivíduos, favorecendo a polinização cruzada, o que incrementa o fluxo gênico. Os polinizadores mais frequentes são abelhas das famílias Apidae, Anthrophoridae e Megachilidae, que também promovem a autopolinização, porém em menor proporção.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 286
  2. Maracahipes L., Cianciaruso MV., Lenza E., Pinto JRR., Marimon BS. & Santos TRR. 2012. Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo, 1952 (Melastomataceae): Distribution extension to the northern part of Brazilian Cerrado. Check List 8(4):765-767.
  1. MONTORO, GR & SANTOS, ML. 2007. Fenologia e biologia reprodutiva de Tibouchina papyrus no Parque Estadual da Serra dos Pirineus. Pirenópolis, Goiás. Revista de Biologia Neotropical 4:21-29.
  2. TELLES, MPC, SILVA, SP, RAMOS, JR, SOARES, TN, MELO, DB, RESENDE, LV, BATISTA, EC & VASCONCELOS, BF. 2010. Estrutura genética em populações naturais de Tibouchina papyrus em áreas de campo rupestre no cerrado. Revista Brasileira de Botânica 33(2):291-300.