Tomás Thompson Flores

político brasileiro

Thomaz Thompson Flores (Porto Alegre, 10 de janeiro de 1852 — Canudos, 22 de junho de 1897) foi um político brasileiro. Exerceu o mandato de deputado federal constituinte pelo Rio Grande do Sul em 1891.[1]

Tomás Thompson Flores
Nascimento 10 de janeiro de 1852
Porto Alegre
Morte 22 de junho de 1897 (45 anos)
Canudos
Cidadania Brasil
Ocupação político

Biografia editar

 
Constituição brasileira de 1891, página da assinatura de Tomás Thompson Flores‎ (décima quarta assinatura). Acervo Arquivo Nacional

De ascendência inglesa,[2][3][4] assentou praça aos 14 anos para servir na Guerra do Paraguai (1864-1870), de onde voltou com o posto de Alferes. Pela participação nesse conflito, ganhou medalhas conferidas pelos governos do Brasil e da Argentina. Foi promovido a tenente em maio de 1878 e a capitão em abril de 1883. Cursou a Escola Militar, concluindo o curso de Infantaria e Cavalaria em 1883.[1]

Depois de proclamada a República, chegou ao posto de major em janeiro de 1890 e a tenente-coronel em março do mesmo ano. Em setembro desse ano foi eleito deputado federal constituinte pelo estado do Rio Grande do Sul na legenda do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), então liderado por Júlio de Castilhos. Assumiu sua cadeira em 15 de novembro de 1890, quando foi instalada a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) no Rio de Janeiro. Durante os trabalhos de elaboração da primeira Constituição republicana do país, fez oposição ao presidente Deodoro da Fonseca (1889- 1891). Promulgada a nova Carta constitucional em 24 de fevereiro de 1891, em junho seguinte assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, agora Distrito Federal, para cumprir o seu mandato ordinário, até o ano de 1893. Ainda em 1891 chegou ao posto de coronel e, por decreto de julho desse ano, foi nomeado comandante do 6º Distrito Militar.[1]

Em novembro de 1891, com a chegada à presidência do marechal Floriano Peixoto (1891-1894), o poder no estado do Rio Grande do Sul foi entregue a uma junta governativa e, posteriormente, a José Antônio Correia da Câmara, o visconde de Pelotas (1892), que, por sua vez, foi deposto em junho de 1892 por um movimento articulado por Júlio de Castilhos. Esse movimento teve o apoio militar de Tomás Thompson Flores, ainda deputado federal, e do marechal Falcão da Frota.

Após concluir seu mandato de deputado federal em dezembro de 1893, continuou sua carreira militar e tornou-se comandante do 13º Batalhão de Infantaria. Integrado a essa divisão, participou da Guerra de Canudos (1896-1897), rebelião popular de cunho messiânico, liderada por Antônio Conselheiro, iniciada no sertão baiano em novembro de 1896. O governo enviou sucessivas expedições militares para debelar o movimento, até esmagá-lo em outubro de 1897. Foi um dos líderes de uma dessas expedições e tornou-se comandante interino da Brigada de Cláudio do Amaral Savaget, quando este foi ferido em combate. Passou a liderar a 7ª Brigada e, segundo Euclides da Cunha, “era um lutador de primeira ordem. Embora lhe faltassem atributos essenciais de comando e, principalmente, a serenidade de ânimo, que permite a concepção fria das manobras dentro do afogueamento de um combate, sobravam-lhe coragem a toda prova e um quase desprezo pelo antagonista, por mais temeroso e forte, que o tornavam incomparável na ação”. Ainda segundo Euclides da Cunha, Tomás Flores, em um dos combates, tomou a frente de sua brigada para “pessoalmente ordenar a linha de fogo. Por um requinte dispensável, de bravura, não arrancara dos punhos os galões que o tornavam alvo predileto dos jagunços. Ao reatar-se, logo depois, a avançada, baqueou, ferido em pleno peito, morto.” Faleceu, assim, em Canudos (BA) no dia 22 de junho de 1897.[1]

Referências

  1. a b c d «Tomás Thompson Flores - CPDOC» (PDF). CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 22 de outubro de 2017 
  2. Noblat, Ricardo (18 de janeiro de 2018). «Lula frauda História». Veja. Consultado em 8 de junho de 2022 
  3. Homenagem do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul ao ministro Carlos Thompson Flores, em 4 de outubro de 2000.
  4. «NGB - Fragata Paraguaçu (ex-Real Carolina)». www.naviosbrasileiros.com.br. Consultado em 15 de setembro de 2015. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2011