O Trade Daring foi um navio cargueiro tipo graneleiro de bandeira cipriota registrado em Limassol, cujo casco se partiu ao meio após o navio ser parcialmente carregado com minério de ferro e manganês no terminal de Ponta da Madeira, da então CVRD, em São Luís em 1994.

Trade Daring
   Bandeira da marinha que serviu
Construção Sumitomo Uraga  Japão
Lançamento 1972
Período de serviço 1972[1] a 1994
Estado Desmantelado
Destino Partiu-se ao meio durante uma operação de carga[2]
Características gerais
Deslocamento 79 317 t, 134 999 DWT[3]
Comprimento 258 m[1]

História

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O navio graneleiro tinha 9 porões e capacidade total de 145 mil toneladas de carga e seria carregado com 55 mil toneladas de manganês e 75 390 mil toneladas de ferro, totalizando 139 mil toneladas previstas.[4]

Às 19h15 de 11 de novembro, em pleno procedimento de carga e já com 83 mil toneladas de granel a bordo, o casco do navio se partiu à altura dos porões 3 e 4. Os tripulantes foram imediatamente evacuados e ninguém se feriu. Segundo o comandante, a altura do carregador do terminal e a velocidade de carga teriam comprometido a estrutura da embarcação. Há também especulações de que o acidente teria sido premeditado, mas de fato, até hoje, não se sabe de quem é a culpa do acidente.

As duas partes do navio afundaram parcialmente, bloqueando o píer I por mais de um mês, sendo usadas bombas de sucção, dragas e mergulhadores para a retirada da carga do navio.[2] Durante esse período, o píer I do terminal de Ponta da Madeira ficou paralisado devido ao bloqueio. A consequência disso foi a inédita decisão de transferir os compromissos do Terminal de Ponta da Madeira (Sistema Norte) para o Porto de Tubarão, no Espírito Santo (Sistema Sul). Isso resultou em graves prejuízos à CVRD, que não pôde carregar por completo navios de grande porte como o Berge Stahl em Tubarão e teve de pagar despesas extras das embarcações, já que a mudança de sistema significava um acréscimo de 1 500 milhas à viagem.[4]

A empresa holandesa Smit foi contratada para reflutuar as duas partes, o que foi feito 35 dias após o acidente. Depois, as partes foram dinamitadas e afundadas em mar aberto.

Referências

  1. a b Acórdão do Processo Nº 16.413/95 - PortosMA Decisão do Tribunal Marítimo da Marinha do Brasil sobre o acidente
  2. a b «Histórico - Trade Daring». RBNA, Brazilian Classification Society. Consultado em 19 de maio de 2012 
  3. «Trade Daring» (em inglês). Maritine Connector. Consultado em 25 de fevereiro de 2015 
  4. a b "Acidente com Trade Daring completa 16 anos" - PortosMA

Ligações externas

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