Trumps
O Trumps é uma discoteca LGBTQIA+[1], "hetero-friendly", localizada no Príncipe Real, em Lisboa, Portugal. Inaugurada em 1980, foi um dos primeiros espaços de diversão noturna gayfriendly na cidade e hoje continua parte das discotecas temáticas mais famosas da capital e do país.[2]
História
editarO Trumps foi inaugurado oficialmente em em 11 de dezembro de 1980, depois de a data inicial prevista ter sido adiada devido à morte do então primeiro-ministro Sá Carneiro.[2] A discoteca esteve para se chamar Frogs, mas o nome Trumps foi preferido, por ser uma referência ao clube Tramp, de Londres.[3]
Até à abertura do Trumps, os bares e discotecas gay de Lisboa eram "lugares mais ou menos guetizados, mas todos absolutamente estigmatizados".[4] Em contrapartida, o Trumps começou a ser frequentado "por uma elite que incluía artistas, gente da moda, da televisão, da música, escritores",[2] levando ao seu palco cantores populares em todo o país como Simone de Oliveira, Adelaide Ferreira, Rui Reininho, Tonicha, Maria de Lurdes Resende e outros.[2] Um dos cantores que marcaram presença no Trumps foi António Variações, o irónico cantor queer, que ali se estreou e ali compareceu pela última vez, na festa Amarelo e Branco.[2]
Duas figuras marcantes da discoteca foram Rosa Maria, uma das proprietárias, que marcou o início da década de 1980 em Lisboa, e o porteiro, Pedro Cunha, "um homem raro, culto e sensível, um pensador e um poeta".[4] Outro proprietário emblemático da discoteca foi Pedro Dias, desde 1985 até à sua morte, no final de 2020.[5]
Em 2017, foi publicado o livro Histórias da Noite Gay de Lisboa, onde é contada a "história da primeira discoteca gay aberta a um público mais abrangente e que tornou, por um lado, o Trumps um espaço mítico da cidade e, por outro, fixou o Príncipe Real o epicentro da noite LGBT em Portugal."[6]
Referências
- ↑ «Trumps». Consultado em 28 de janeiro de 2024
- ↑ a b c d e Clara Silva (30 de março de 2017). «36 coisas que precisa de saber sobre o Trumps». Consultado em 17 de abril de 2021
- ↑ «Trumps em Lisboa apaga 32 velas». 13 de abril de 2010
- ↑ a b São José Almeida (11 de abril de 2011). «E a porta começou a abrir-se». Consultado em 17 de abril de 2021
- ↑ «As histórias de Pedro Dias no Trumps». 31 de dezembro de 2020. Consultado em 17 de abril de 2021
- ↑ «"Histórias da Noite Gay de Lisboa", um livro que explica o epicentro LGBT do país». 1 de abril de 2017. Consultado em 17 de abril de 2021